3- Que ganhe o melhor...

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Pierre Gasly

Esta mulher conseguia desafiar os meus dotes de engate. Não a consegui deixar nervosa com a minha aproximação, mas ela conseguiu deixar-me completamente louco por beijá-la com a dela. Ter os seus lábios demasiado perto dos meus foi uma tortura porque não consegui sentir o sabor dos seus lábios macios, às vezes perguntava - me a que é que sabiam.
Sacudi a cabeça para tentar afastar todos estes pensamentos enquanto a observava entrar no bar, eu caminhava atrás dela e apenas seguia os seus passos até uma mesa.

-Não estás chateado pois não? - perguntou um pouco preocupada, percebi que se referia ao comentário que havia feito sobre mim.

-Não. - respondi. - Eu percebo a tua opinião, não me conhecias e entendo que seja isso que eu transmito para o público. Mas gostava muito que me conhecesses e que percebas que nem tudo o que dizem é verdade. - fui o mais sincero possível. Eu já estava habituado a este tipo de comentários, mas eu não queria nada que a Elyna olhasse para mim assim.

-Vou-te dar uma oportunidade Pierre Gasly. - respondeu com um sorriso provocador. - Só não caias nos meus encantos porque eu não sou mulher de romance e de viver um grande amor. - alertou, notei que cruzou a sua perna e endireitou a sua postura na cadeira, como se pudesse dar um ar de superioridade, até isto nela me atraia.

-Nem tu nos meus, porque pelos vistos não somos tão diferentes. - foquei os meus olhos nos meus na tentativa de causar alguma reação no seu corpo mas nada aconteceu. O seu olhar intensificou - se no meu e quem teve de quebrar o contacto fui eu porque não estava a aguentar olhar para a sua face e cair sempre para os lábios rosados e carnudos da modelo.

-Que ganhe o melhor. - esticou a sua mão para mim e eu apertei a mesma, quem visse parecia que estávamos a selar algum acordo.

Pedimos algumas bebidas enquanto falávamos sobre imensas coisas, os assuntos surgiam muito facilmente e sempre dava para nos conhecermos melhor. Nestes minutos consegui perceber que ela não tinha uma relação muito boa com a mãe dela, mas que o pai era a pessoa mais importante que ela tinha na vida. Entendi que a personalidade dela é muito forte e que não é uma mulher que gosta de ser pisada pelos outros, ela tem classe e gosta de se sentir superior. Tem muita autoestima e confiança nela mesma, o que a tornava ainda mais atraente.

-E se fôssemos para a pista dançar? - questionou depois de despejar mais um shot pela sua boca. Sinceramente eu já tinha perdido o número de bebidas que ela havia ingerido, eu bebi pouco e estava perfeitamente sóbrio. Por outro lado, a minha companhia estava animada e cheia de energia. Aceitei o seu convite e levei-a até à pista para nos juntarmos às outras pessoas que dançavam alegres, umas mais do que outras.

-Elyna, estás bem? - perguntei educado, ela aparentava estar bem mas eu sabia que às vezes o álcool engana, tinha medo que estivesse mal disposta.

-Estou ótima!- gritou em êxtase, suspirei aliviado pelo volume alto da música, caso contrário, toda a gente a tinha ouvido gritar.

-Como é que vais embora? - a morena retirou a chaves do seu carro da sua mala e mostrou-me as mesmas. - Eu posso-te levar a casa, não estás em condições para conduzir. - informei e ela sorriu.

-Queres cuidar de mim Pierre? Como se fôssemos um casal? - disse sarcástica com um sorriso extremamente irritante no rosto.

-Estou só a ser simpático, não é seguro conduzires assim. - expliquei calmamente.

-Eu posso sempre chamar um Uber. - respondeu prontamente aproximando-se de mim. Rodou o seu corpo e encostou as suas costas ao meu peito enquanto dançava ao som da melodia que ecoava no local.

-Também é uma hipótese. - fechei os olhos tentando ignorar o facto de ela se estar a mexer mesmo encostada ao meu corpo.

-Admite Pierre. - virou-se de frente para mim e colocou os seus braços por cima dos meus ombros. - Tu queres é ter uma desculpa para me levares a casa. - disse manhosa. - Talvez conhecer o meu quarto. - sussurrou perto do meu ouvido, o que me causou um arrepio involuntário.

-Elyna! - repreendi-a, ela sorriu vitoriosa com a minha reação.

-Não me vais beijar Gasly? - o seu rosto estava demasiado perto do meu e eu conseguia sentir a sua respiração a bater no meu queixo. Conseguia sentir o cheiro a álcool a sair pela sua boca mas nem isso me fazia perder a vontade de unir os seus lábios nos meus.

-Não! - menti. - Não posso fazer isso quando não estás sóbria. - respondi firme.

-Eu não estou sóbria mas sei muito bem o que estou a fazer e se não me queres beijar, tudo bem! - bufou irritada e afastou-se de mim. - Há quem queira. - disse antes de sair disparada pelo meio da multidão. Corri atrás dela, não queria que ela fizesse nenhuma estupidez e quando finalmente a avistei ela estava a conversar com um homem qualquer.

-Com licença. - pedi aproximando - me dos dois para interromper a conversa. - Elyna vamos para casa? - perguntei entrelaçado os meus dedos nos dela para que a terceira pessoa presente entendesse que estávamos juntos. Os olhos do jovem caíram nas nossas mãos e ele rapidamente saiu em direção contrária a nós.

-Boa Gasly, não te queres divertir comigo e também não me deixas tentar com outra pessoa. - disse irritada.

-Vamos para casa, anda. - encaminhei a francesa até à saída do estabelecimento e saímos juntos, ainda de mãos dadas.
Entramos no meu carro e eu estava pronto para arrancar em direção à casa dela quando as suas mãos me fizeram perder toda a atenção no que estava a fazer. Senti as suas mãos frias na minha cara e encarei - a virando o meu rosto para o dela.

-Porque é que me rejeitas Pierre? Não sou suficientemente boa para ti? - as suas perguntas causaram-me um riso anasalado, ela realmente queria ser sempre superior e era tão teimosa.

-Tu és linda Elyna e eu estou desesperado para te beijar, acredita. - confessei com um sorriso enquanto a minha mão acariciava a sua que ainda estava no meu rosto.

-E o que é que te impede? - questionou e aos poucos vi o seu rosto ficar mais próximo do meu.

-Eu quero-te beijar quando tu estiveres em ti, não quero que o faças só porque bebeste demais. - fui o mais sincero possível. Eu podia ter a fama do playboy, mas eu sabia tratar uma mulher.

-Eu quero - te beijar mesmo quando estou sóbria, só que não te quero dar essa minha face, portanto aproveita agora que estou assim. - eu estava a adorar o esforço que ela estava a fazer só para me beijar.

-Eu acredito nas minhas capacidades boneca, vou conseguir um beijo teu na mesma.- o meu ego estava inflamado, confesso.

-Tudo bem, tu é que sabes. - bufou mostrando o seu lado teimoso e, talvez, mimado. Acho que ela estava habituada a ter qualquer homem aos seus pés, assim como eu estava habituado a ter qualquer mulher aos meus. Noutra situação eu já a tinha beijado porque ela acabou por confessar que não era só vontade causada pelo álcool, mas gostava do desafio!

Consegui deixar a francesa em casa, o que já me deixava muito mais descansado. Apanhei um Uber para casa e assim que me deitei na minha cama a minha cabeça foi inundada pelo rosto dela. Era incrível a forma como ela me havia marcado em tão pouco tempo, parecia estranho até.
A única certeza que tinha era que ela ia ser um desafio, mas que valia a pena.

Continua...

Ups, a nossa Elyna bebeu demais e também falou demais ahahahah.
Confesso que estou a adorar estas provocações mútuas, esta dupla promete!
Espero que estejam a gostar e até ao próximo capítulo, que nos vai falar e mostrar um pouco a família Laurent.

Xoxo <3

Late Night Talking || Pierre GaslyOnde histórias criam vida. Descubra agora