42. Cassino 🗝️

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• 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬

━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Abracei minha mãe por trás, não desejando que fosse embora hoje. Ela estava arrumando sua mala, porque mais tarde, estaria a muitos quilômetros longe de mim. Esses dias que passamos juntas, foram especiais, porque não nos desgrudamos por um segundo sequer. Fizemos vários passeios juntas, fomos em vários lugares legais que tem na cidade e isso deixou minha semana melhor.

Nem saí mais com Victor esses dias todos, porque queria dedicar meu tempo a minha mãe, já que eu não sabia quando a veria outra vez. Mas mesmo nós dois não nos vendo, conversamos por um bom tempo, durante a noite. Victor me chamou pra sair, já que eu ia passar o final da tarde e a noite toda sozinha, então eu aceitei. Ele não me disse onde iríamos, mas me deu a certeza de que ia gostar.

- Não queria que você fosse embora. - resmunguei, saindo de trás dela e me deitando na cama.

- Eu também não, meu amor, mas eu tenho que ir.

- Por que você não fica mais dias?

- Porque não posso cancelar mais a viagem, filha. Mas a próxima férias que você tiver, vai lá me visitar.

- Aposto que vamos, porque Carol vai encher minha cabeça para irmos. - nós rimos.

- Quero te ver lá daqui 5 meses, ouviu?

- Sim, senhora.

Me levantei da cama, para ajudá-la arrumar as coisas de volta e via o quanto ela melhorou minha semana, apenas estando comigo. Ela nem foi ainda e já estou com saudades. E infelizmente não posso ir dentro dessa mala, para a Noruega, junto. Com a mala pronta, deixamos ela em um canto e minha mãe foi se arrumar, para logo irmos ao aeroporto.

....

Olho o horário no celular e vejo que ainda tenho mais 3 minutos para aproveitar minha mãe comigo. Abraço ela, para marcar bem aquele momento e tento controlar as lágrimas, que querem muito cair. Por que quando a gente não quer que o tempo passe rápido, ela passa o dobro? Tenho ódio disso. Parece que algumas horas atrás, eu estava anciosa por ver ela chegar, por ver poder abraçar ela, depois de tanto tempo e agora, estou dando um abraça de despedida.

- Eu não queria que você fosse hoje. - resmungo, um pouco chorosa. Eu não quero chorar.

- Eu também, meu amor. - me abraçou mais forte. Estava aproveitando o momento, quando uma voz soo pelo aeroporto, avisando que é para ir no portão de embarque, para quem iria para Noruega.

- Ah, não. - comecei a chorar e apertei mais ela.

- Não chora, filha. - minha mãe se afastou um pouco, enxugando minhas lágrimas.

- Promete que vai me ligar sempre que puder. - soluço e fungo o nariz.

- Claro que vou. Sempre que puder, vou ligar pra você. - abracei ela de novo.

- Eu te amo. - resmungo.

- Eu também te amo, filha. - nos separamos e ela beijou minha testa. A voz soa novamente pelo aeroporto e então é a nossa hora de se despedir por completo. - Tenho que ir agora. - ela pega suas malas. - Fica bem, tá? - beijou minha testa de novo. - Te amo.

- Também. - limpo a lágrima.

- E eu quero ver você namorando, ouviu? - ela sorriu e eu concordei, balanço a cabeça e chorando. - E lembre, siga o seu coração.

E então, ela se afastou, indo em direção ao seu portão de embarque e ali eu me entreguei ao choro. Fiquei vendo ela entrar na fila e em menos se 5 minutos, desapareceu pela porta. Fiquei ali, fitando a porta, imaginando ela voltando para me ver e então aceitei que só iríamos nos ver, daqui 5 meses. Me virei, indo em direção a saída do aeroporto, para voltar para casa. Tentei, o tempo todo, parar de chorar, mas não conseguia. Era muito saudade que eu ia sentir dela. Mais do que eu já estava sentindo.

𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora