Em uma noite tão escura quanto aquela em que deixei de acreditar no amor e te segurei em meus braços pela última vez, já não podendo mais sentir as batidas de seu coração, você voltou, tão vivamente em meus pensamentos que por um momento me questionei se aquilo não era mesmo real. As lágrimas que se cessaram há muito tempo renasceram como se sua fonte nuca houvesse secado, e eu podia sentir as batidas de seu coração, sua respiração tão próxima a mim e seu toque tão real que me negava a abrir os olhos com medo de que tudo acabasse. Me permiti só por aquele momento que as lágrimas caíssem livremente pelas minhas maçãs, que já estavam ardentes pelos riscos salgados. Sentia o vendo balançando levemente meus fios tirando um a um do lugar e arrepiado minha pele, era uma noite fria e sombria como todas as outras em Storybrook, a escuridão guardava meu segredo e a tempestade encobria meus ruídos, eu sentia frio mas não era capaz de mover um músculo para fechar a janela que estava um passo a minha frente, meus olhos ainda permaneciam fechados e via claramente seu rosto, estava sorrindo do jeito que me lembrava e eu realmente pude sentir seu leve roçar em minha bochecha, meu coração acelerou e a cada batida sentia sua presença mais viva, meus pés flutuavam no chão e eu sabia que Daniel estaria comigo para sempre então abri os olhos e tudo se desfez, senti o vazio em meu peito novamente, as lágrimas voltaram com força e chorei por todos esses anos que elas não ousaram cair, já não conseguia mais abafar meus soluços, e sabia que jamais seria capaz de amar novamente. Eu não podia fazer nada, apenas chorar em noites silenciosas lembrando de cada gesto de seu amor, lembrando cada palavra dita, eu não tinha forças para seguir em frente não me permitia sentir novamente, não queria sentir, de certa forma a dor de sua perda me acalmava e me aliviava e a cada lágrima que nesta noite -mais uma noite- sem você, eu sabia que era real e sentia como todos os outros e isso me tornava humana, me sentia fraca e vulnerável mas somente está noite... está noite eu permitiria.
Olhei através da janela a escuridão que me cercava e lembrei do quão frio estão sentindo, a fechei e ainda aos prantos fui em direção ao espelho. Encarei minha imagem refletida, e observava cada ponto brilhante em meu rosto. Aquela não era eu, Regina era forte não vulnerável, Regina era a prefeita que todos temiam, a rainha má que mandou e assassinou centenas de pessoas inocentes e culpadas. Observei a última lágrima que permiti rolar, e sorri, pois aquilo era o que eu podia fazer.
- Você é Regina Mills, prefeita de Storybrook... - Repeti, mas dessa vez em voz alta.
- E eu sou Emma Swan, a salvadora Xerife e mãe de seu filho - A prefeita deu um pulo virando em direção a porta - Regina? - A salvadora entrou completamente no quarto da prefeita indo em sua direção, que tratou logo de secar aquela única lágrima - Você está bem?
- O que faz aqui Srt Swan? E quem lhe deu permissão para entrar em meu quarto e invadir meu espaço particular? - Sua voz era ríspida - A quanto tempo você está ai me observando? Havia uma hesitação em sua voz, pois não suportaria a ideia de Emma a presenciando chorar.
- Acabei de chegar, e desculpa por invadir seu espaço particular Regina Mills prefeita de Storybrook - Disse num tom sarcástico e a morena revirou os olhos - Você estava chorando Regina? Aconteceu algo?
- Eu chorando Swan? Me poupe - Disse com desdém.
- Seus olhos estão vermelhos e inchados - A loira disse convencida.
- Como você disse, sou prefeita e tenho responsabilidades e por causa disso não ando dormindo direito - Regina caminhou até seu closet e Emma a seguiu. Quando entrou ela reparou em cada detalhe, tinha a cara de Regina, o espaço era tão grande quanto seu quarto, os armários eram sob medida as portas eram inteiras de espelhos e de correr dava para se ver em todos os ângulos, algumas portas estavam abertas e Emma não podia acreditar na quantidade absurda de roupas que a prefeita tinha além dos sapatos e das joias que ficavam expostas em um balcão com um tampo de vidro e algumas gavetas no centro do quarto, do lado do balcão na frente da parte que continha os inúmeros sapatos também tinha um banco com estofado vermelho e detalhes pretos, as paredes seguiam o mesmo padrão de cores, o teto era branco e no chão havia um tapete da mesma cor tão macio que dava vontade de deitar, no fundo havia uma mesa com várias divisórias e muitas maquiagens em cada uma delas e mais um espelho oval cheio de detalhes ao seu redor, a frente da mesa tinha um banco igual ao outro porém menor. Emma não admitia mas estava adorando a intimidade de Regina.
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Permita-se sentir
Fanfiction"E no brilho daqueles olhos verdes, eu soube que havia encontrado a felicidade" Após tantos anos, Regina ainda lamenta a morte de seu primeiro amor, e não acha que será capaz de amar novamente. Até que em uma noite Emma a beija. Um ato inesperado ma...