Million Reasons

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Antes de mais nada... esse capítulo ficou gigantesco, não pude dividi-lo, não saberia como. Só mais uma coisa, ouçam a música, quantas vezes forem necessárias, eu a amo e a letra se encaixou perfeitamente.
Boa leitura!

O quarto de Emma estava iluminado pela luz do dia. O sol brilhava no céu como nunca antes brilhara em Storybrook. A mala estava sobre sua cama, aberta, e ela estava em pé diante do objeto o encarando. Todas as suas roupas estavam dobradas ao lado, sobre a cama, ainda tinha tempo de desistir. Mas não o faria.

Tomou a decisão de sair da cidade no mesmo instante em que Regina a deixara na biblioteca. Aquele dia, ela teve a certeza de que nunca mais teriam uma a outra como amantes, e pelo visto nem como amigas. Custou a convencer Henry de que essa era a melhor forma de conseguir salvar a todos, e a sua mente agora dizia o mesmo, ela precisava de um descanso, assim como o seu coração. Talvez esperasse alguns meses ou um ano para voltar e salvar a todos, talvez esse tempo não fosse suficiente, mas obviamente seu filho teria pressa, e Emma não teria muita escolha. Tentava traçar em seu subconsciente  os passos que daria a seguir, e estava completamente perdida. Se viu no tempo em que acabara de completar dezoito anos, e decidira que já era hora de tomar um rumo na vida. A sensação de desespero e medo era a mesma, não sabia o que faria, para onde iria como se sustentaria, talvez voltar à Nova York e seguir como fiadora, da forma que sempre viveu antes de tudo isso começar, ou talvez procurar um emprego em jornais. Secretária não seria uma má ideia, desde que seu chefe não fosse um pé no saco, ou atendente de loja, mas a sua paciência não era tão grande assim para seguir a risca o lema de que o cliente sempre está certo.

Emma não se importaria com isso se não fosse o filho. Quando era apenas uma recém adulta, não precisou se preocupar com nada além de si mesma, mas agora as coisas eram bem diferentes. Não importava o tempo que fosse que levaria para descobrir uma forma de ir para a Floresta Encantada, nesse tempo sabia que tanto ela como o filho precisavam se estabelecer em algum lugar. Quem sabe, até mesmo se estabeleceriam de tal forma, que nem um e nem outro sentisse o desejo de retornar para os outros.

Mas será que isso seria certo?

Não precisava nem mesmo ter uma graduação para responder, Emma sabia que não. Mas o único problema era, que se resgatasse os outros, isso significava que teria também que resgatar Regina, e ela não sabia se tinha estruturas emocionais para devolver a memória da mulher, para tudo voltar a ser como estava sendo agora.

Ela sentiria uma saudade absurda de seus pais, de seu irmãozinho, sentiria falta de Sara e os olhos tão azuis que chegavam a penetrar o fundo de sua alma. Mas sentiria principalmente a falta da pessoa que menos merecia sua angústia ou falta ou desespero... ou amor, Regina, que mesmo a magoando não saía de seu coração. E Emma no momento se viu forçada a arrancá-la a força, por bem ou por mal, a morena teria que deixá-lo, mesmo que após, o órgão ficasse completamente oco por dentro.

O foco de sua atenção muda assim que vê a fotografia na cabeceira ao lado de sua cama. Ela e Hook abraçados e sorrindo. Pareciam um casal feliz, e quem os olhava de longe alpodiam dizer até mesmo que combinavam perfeitamente.

Emma questionou-se, se todo esse tempo juntos foi uma farsa, uma mentira. Questionou-se também se sentiu algo mais profundo pelo homem, se o amou. E a resposta foi clara e objetiva.

Não.

Quem ela estava querendo enganar? Nunca fora feliz com Killian, talvez a relação tivesse sido de alguma forma satisfatória, descontraída, mas nunca existiu amor ali. Não de sua parte. Sempre foi comodidade. Amor era algo forte e intenso demais, algo que só se sente uma ou duas vezes na vida, e claramente não se sentiu desse jeito em nenhum momento com o pirata. Ele era charmoso, galante, mas não fazia seu estilo, as piadas chulas muitas vezes a irritava, o excesso de carinho também, mas isso se dava talvez pela falta de afeto que sentia por ele. Não que não tivesse existido momentos bons, ele sabia ser descente quando queria, mas a loira não conseguia sentir profundidade pelo homem, e isso era tão notável.

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