O Plano de Cora

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Olá, boa leitura!

Aristóteles afirmava que o coração é o órgão do pensamento, das percepções e do sentimento. Segundo esse filósofo, o coração era o centro e por esta razão, ele quem era responsável por controlar o corpo, enquando o cérebro, que aparecia em oposição sobre o órgão "pensante", não exercia domínio algum, e seria apenas importante para a manutenção da temperatura corporal. Já Hipócrates, pensava diferente. Acreditava que o cérebro era a sede da alma. "Ele é a fonte do nosso prazer, alegria, riso e diversão, assim como nosso pesar, dor, ansiedade e lágrimas, e nenhum outro que não o cérebro. É especificamente o órgão que nos habilita a pensar, ver e ouvir, a distinguir o feio do belo, o mau do bom, o prazer do desprazer. É o cérebro também que é a sede da loucura e do delírio, dos medos e sustos que nos tomam, muitas vezes à noite, mas às vezes também de dia; é onde jaz a causa da insônia e do sonambulismo, dos pensamentos que não ocorrerão, deveres esquecidos e excentricidades". Foi o que ele disse.

Hoje sabemos através de estudos que é realmente o cérebro que exerce todas essas funções, e não o coração, a função dele é unicamente bombear o sangue para todo o nosso corpo, ele quem nos mantém vivos, mas o cérebro é quem nos dá vida.

Podemos achar uma completa loucura o que Aristóteles disse, mas ele não estava de todo errado, o coração recebe uma grande carga de nossas emoções, ele faz com que nossa pulsação se altere quando visualizamos a pessoa que amamos, ou quando levamos um susto, faz nossa respiração alterar devido as batidas aceleradas e descompassadas. Consigo entender perfeitamente porquê ele chegou a essa conclusão, era tão óbvio, tão nítido, tão expresso. Eu consigo senti-lo em meu peito, quando estou com medo as batidas se diferem das de quando estou feliz, por que isso ocorre? Não está claro? O coração é o grande responsável.

Quando se cresce em um mundo aonde a magia é extremamente fluente e comum, você acaba tendo um pensamento e vivendo diferentes situações. Enquando nesse mundo a única função do coração é nos manter vivos, no meu ele quem é a principal peça do quebra-cabeça. Com o coração de alguém, posso fazer com que a pessoa faça e fale o que eu desejar, por muito tempo sem ele batendo em seu peito, a frieza que atinge a sua alma é inevitavelmente. Minha mãe é um grande exemplo.

Não sei porquê isso ocorre, e também não sei a qual conclusão chegar. Por experiência, diria, que Aristóteles quem estava certo, em partes, quando diz que o coração que guarda todos os nossos sentimentos. Caso contrário, o efeito não seria tão devastador quando se está com seu coração nas mãos de qualquer um. No meu ponto de vista, Hipócrates também estava certo, o cérebro quem nos faz, pensar e tudo mais, mas será que é possível arrancá-lo e controlar o dono dele?

Pergunta estúpida.

Confesso.

Mas não negue, isso lhe faz pensar.

- Regina... Regina.. - ouço a voz me chamar, fazendo-me retornar a realidade.

- Oh, Desculpe, onde estávamos?

- Você estava me dizendo que se envolveu amorosamente com a mãe biológica de seu filho. - picarreou -Emma. E que ficou grávida de Robin Hood, depois começou a dizer algo referente à vinda da sua mãe e sua irmã à Storybrooke, e quando começou a falar sobre sua ida à Nova York com Emma, você se perdeu em pensamentos... creio eu.

Eu o encarava enquando ele dizia alternando seu olhar entre mim e o bloco de notas que segurava para anotar tudo o que eu relatava. Artchie ajeitou seu óculos atrapalhadamente, tomou o último gole de sua xícara de café e a colocou sobre a pequena mesa de centro.

- Sim, foi o que aconteceu. - olhei para a pintura na parede do meu lado esquerdo.

Manchas... manchas vermelhas e azuis que se mesclavam em certos pontos formando variados tons aroxeados.

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