Imprevistos

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- Emma, para esse carro!!

- Não, Regina, não faz nem uma hora que paramos, aguenta aí.

- Emma, olha pra mim... Para a porra dessa lata velha, agoraa!!! Eu realmente preciso, se não precisasse tanto não insistiria, anda logo, para... olha lá tem um posto de gasolina, vai Emmaaaa, minha bexiga está explodindo.

- Toma, faz nesse copo.

- O que?! Você só pode estar brincando, né??!!

- Até parece o fim do mundo, não dá pra aguentar não?

- Vai ser se você não parar, e não, não dá pra aguentar.

- Tudo bem.

- Ah graças a Deus. - desci as presas do fusca.

- Vou comprar umas coisas ali na lojinha, quer algo?

- Não... Faça o que você quiser.

Saí correndo na sua frente entrando na mesma loja. Tinha uma taxa para pagar pelas chaves e poder usar o banheiro, eu não estava em condições e nem conseguia raciocinar direito, o xixi já estava batendo na portinha pedindo para sair. Abri minha bolsa a procura da minha carteira, ela estava lá, passei a mão várias vezes mas não percebi.

- Dá a chave pra ela, aqui... eu pago - Emma disse estendendo a nota para o rapaz.

Peguei as chaves de sua mão e voei para a porta estreita nos fundos da loja, não era lá aquelas coisas mas pelo menos estava limpo. Senti-me aliviada quando todo aquele líquido acumulado ia se esvaindo de mim, estava livre finalmente. Saí daquele lugar apertado trancando a porta, esbarrando em algumas prateleiras até finalmente chegar ao balcão e entregar a chave para o garoto que ali se encontrava.

Circulei o recinto com o olhar a procura de Emma, ela estava em frente a uma prateleira com várias guloseimas tentando se decidir qual, dentre tantas, levar.

- Você parece uma criança. Estou vendo seus olhos brilharem.

- Muitas opções. - disse sem desviar o olhar dos doces.

- Pega qualquer coisa aí e vamos embora. Não era você quem não queria parar?

- Sim, mas já que paramos me deixe escolher meu doce com calma. - revirei os olhos.

- Tá, anda logo.

Depois de um tempo observando Emma analisar embalagem após embalagem, ela finalmente escolhe... o punhado de doces que queria, definitivamente a loira é uma criança crescida, esboço um sorriso ao ter tal pensamento.

- Por que está sorrindo?

- Estou feliz, Swan. Iremos finalmente encontrar o Henry.

- Mas esse Swan que não sai da sua boca... Repete comigo... E-mma.

- Swan - sorrio - É o hábito. - ela revira os olhos.

- Hábito feito. - disse pegando a sacola que o menino lhe estendeu.

- É o seu nome.

- É muito formal para ser mencionado por você.

- O que está insinuando? - ela me olha com malícia.

- Emma. - a repreendo.

- Vamos, love, entra. - diz rindo.

- Se me chamar de love mais uma vez, passa o resto da viajem sem olhar pra tua cara.

- Ui, não sabe brincar.

Entramos na lata velha que surpreendentemente até agora não havia dado nenhum problema, confesso que fiquei um pouco apreensiva, se essa coisa nos deixar no meio do caminho irá causar uma forte dor de cabeça, afinal são nada mais nada menos do que 477 milhas (767 km).

Permita-se sentirOnde histórias criam vida. Descubra agora