Mercadoria

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- Me escutem bem, eu vou entrar no carro, a morena dirige a loira vai no carona. Se qualquer uma de vocês  duas tentarem alguma gracinha... - olha para um carro não muito distante, elas seguem seu olhar - Já entenderam né? - assentem com a cabeça - Agora vamos lá. - o homem entra, e em seguida Regina e Emma entram.

- O que vocês querem de nós? - a morena pergunta.

- Sem perguntas, morena, só dirige. Segue aquele carro, e mais uma vez repito, sem gracinhas.

- Aposto que tem dedo daquele velho do Abner, nisso.

- Calada.

O carro da frente dá a partida e Regina o segue.

***

Chegamos em um lugar que eu sinceramente não sabia aonde era, estava assustada e também via o pavor de Emma em sua expressão. O homem no banco de trás nos manda descer, analiso tudo ao redor e não tinha nada, apenas um galpão onde ele nos manda entrar.

- Regina. - Emma segura minha mão, a aperto forte não somente para lhe passar confiança, mas para eu mesma me sentir acolhida.

Quando entramos o velho que nos deu carona estava lá, como previ, parado nos observando com um olhar travesso, sabia que não podíamos confiar nele. O ódio que veio em seguida foi imenso, queria arrancar seu coração, já estava avançando mas Emma apertou ainda mais firme minha mão, para eu me manter no lugar.

- Não. - sussurrou.

Vi o medo no esmeraldino de seu olhar, aquilo me partiu o coração, lembrei que não tinha magia para arrancar o órgão que dava vida àquele velho filho da mãe, mas não me importaria de sujar minhas mãos com um pouco de sangue e cravar minhas unhas em sua pele macia, e deixar um notável buraco em seu peito, ele realmente merecia isso.

- O que querem?! - minha voz ecoou pelo recinto.

- Voz firme, se não fosse as devidas circunstâncias sentiria medo. - um homem que até então não havia notado se pronunciou. Ele vestia uma regata que deixava os braços musculosos e tatuados a mostra, junto com uma calça jeans e um tênis, no pescoço uma corrente grossa de prata, talvez. Ele foi se aproximando - Você é muito bonita - suas mãos foram de encontro ao rosto de Emma, segurando suas bochechas e o analisando.

- Tira suas mãos dela!

- Não precisa ter ciúmes, você também é muito bonita - segurou meu rosto, assim como fizera com Emma. - E muito gostosa - seu olhar desceu ao decote da minha blusa, revirei os olhos. - Bom, trabalho Abner, sua filha vai adorar a mercadoria. Cadê  a chave do meu carro, Marco?

- Aqui. - o mesmo homem que desceu do carro que segui estendeu o chaveiro a ele.

- Mercadoria? - Emma se pronuncia pela primeira vez, com a voz tremula.

-  Ah sim, querida. - se voltou a ela - Temos um servicinho para vocês, e terão que cumprir se quiserem seu filho de volta.

- Henry? Você está com o Henry?  - minha voz tomou um tom desesperado - Cadê ele? Aonde meu filhos está?

- Sim, morena, estamos com ele.

- Eu tenho um nome!

- Eu sei, Regina, também tenho um.

- Vá a merda.

- Olha os maus modos, isso não ajudará em nada se quiser ver o garoto de volta.

- Diga logo o que querem, iremos  fazer. - Emma já não tinha mais a voz trêmula.

- Ainda não é hora, antes as levaremos a nossa chefe.

- Quem é a chefe de vocês?

- Emma, certo? Bom, vocês irão conhecê-la. Sem pressa, garotas.

Permita-se sentirOnde histórias criam vida. Descubra agora