um bom linguarudo

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Zoro estava entendendo as coisas daquele mundo com mais facilidade ao passar dos dias e toda pergunta que os alunos faziam ele tentava achar a resposta no decorrer da aula. Coby com o tempo voltou para o colégio, e vendo que ele continuava do mesmo jeito raivoso Zoro o chamou para ajudar a planejar as aulas.

Ele não quis, é claro, mas não o deu escolhas e no final das aulas o adolescente com cara de bravo e desconfiado foi para a sala dos professores. Zoro o entregou alguns livros abertos com páginas marcadas e o pediu sua opinião de qual seria melhor para iniciarem o novo conteúdo.

- Professor, tem um cronograma pra seguir, para de empurrar mais coisas na gente! Sabia que temos outras coisas pra fazer além de tarefas?! – Ele parecia indignado mal escutando o que foi pedido. Zoro o olhou.

- Tipo?

- Temos uma vida fora da escola...

- Dá tempo, para de ser dramático. Só vamos discutir outros assuntos.

O alfa de cabelos rosados bagunçados e expressão incrédula cruzou os braços.

- Sem tarefas?

- Aí você tá forçando a barra. Sem tarefa difícil, que tal? Vocês escolhem como vão se avaliar eu preciso passar algo para a diretoria também. – Encostou na cadeira relendo algumas questões que poderia passar na prova.

- Eu podia te denunciar.

- Vai lá, mas eu vou continuar sendo seu professor. Só que vou ser malvado.

O garoto bufou incrédulo procurando alguém que tenha escutado aquela falta de ética. Zoro distraído somente continuou lendo. Um momento o rosado olhou para as apostilas e livros e suspirou esperando o tempo passar, detestava aquele professor e aquela aula manipulada e agora tinha que o ajudar? Era carma tinha certeza!

- E como foi com seus pais? Naquele dia...

- Ótimo.

- Hm, você merecia uns cascudos.

O rosado riu o olhando como se desafiando o maior a fazer aquilo. Zoro revirou os olhos.

- Se você não sabe professor eles me adotaram e estão ainda na fase de fingir ser os pais mais compreensíveis do mundo. – Debochou cruzando os braços.

- Isso é ruim?

- É fingimento. Quando não der certo me devolvem, já passei por isso.

Coby fechou a expressão e Zoro franziu o cenho logo suspirando. Ele andou perguntando aos outros funcionários do colégio sobre o rosado, sabia que o garoto já estava com aquela família há mais de três anos, mesmo assim Coby ainda parecia se preocupar em ser "devolvido" para o orfanato.

- Acho que agora eles só esperam você os aceitar... Tenho certeza que já é um filho para eles.

- Hn, não fale o que não sabe. – Empinou o queixo desviando o olhar mesmo que surpreso e confuso com aquilo.

Todos falavam que ele foi adotado por pena, que aquele casal eram muito bonzinhos e se emocionaram com sua história, por isso o ajudaram. Ele já estava com 13 anos na época e passou por mais casas que qualquer outro órfão, mas tudo acabava do mesmo jeito. Ele tão pouco queria ser adotado também, só esperando poder trabalhar por si mesmo e morar sozinho.

Mas um dia aquele casal começou a visitá-lo todos os dias por meses e Coby acabou se tornando amigo deles, mas no momento que descobriu que eles o adotaram ficou furioso. Ele não conseguia suportar ter que ir para outra casa e ver tudo desmoronar novamente, mas o casal insistiu em pelo menos o manter com eles, o dar escola e um ambiente agradável, comida e pessoas para ter vínculo. Em o dar uma chance.

Um bom maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora