Capítulo Especial: Final alternativo

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"...Estou completamente apaixonado por você..."

"Apaixonado? O que significa?"

"Atenda o telefone!"

"...Ele precisa dos seus feromônios controlados, ele e o filhote..."

"Atenda o telefone!"

Escutando o barulho infernal em sua cabeça Hitoda pegou o celular o acertando contra a parede com tudo. O silêncio se fez presente e ele suspirou aliviado procurando o ômega pela cama. Mas logo esbarrando na parede fria.

Estranhando se virou olhando para a parede branca. Parecia uma cama de solteiro. Se virou de supetão olhando ao redor logo agarrando a cabeça pela dor intensa. Agora se lembrava, Sanji e sua filhote na floresta, sua falta de controle e o que fez com aquele cara!

Agarrou os cabelos com força assim como as cobertas daquela cama antes de se levantar meio tonto. Se afastou dali logo encontrando na casa pequena seu irmão Yosaku tentando fritar um ovo no outro lado do balcão, mas logo se afastou para a porta.

- N-não...! – Murmurou de olhos arregalados.

- Finalmente acordou otário! Pensei que 'tava em coma de novo... – Somente encarou confuso o irmão saindo pela porta. – Você está de pijama...

Hitoda correu sem conseguir pensar muito bem o porquê, somente se afastou daquela casa como se pudesse escapar daquilo, como se ele fosse longe o bastante pudesse voltar a sentir os feromônios de seu ômega e de sua filhote que sentiu tão pouco, que pudesse sentir aquela conexão em seu peito o informando a todo momento que ele tinha sua pessoa especial bem ao seu lado. Alguém que amava tanto.

Aquilo era tão injusto!

Quando parou ofegante em um parque vazio segurou seus joelhos. Chocado era pouco para o que estava sentindo, simplesmente não fazia ideia do que fazer agora! Queria gritar com o responsável, brigar, implorar para voltar! Qualquer coisa! Mas somente apertou seus joelhos e se deixou chorar.

Se aquilo tudo foi apenas um sonho não deveriam ter o acordado nunca!

Quando conseguiu se acalmar horas depois se afastou do parque caminhando as cegas. Mas parecia que ainda sabia como chegar em casa, olhou para a cerca marrom da casa, para o que deveria ser um jardim, mas somente tinha terra e capim. Quem sabia mexer com jardim e plantas era sua mãe, mas ela já havia se casado de novo e se mudado deixando aquela casa para os filhos. Ela sempre quis que Hitoda cuidasse do jardim e de suas flores. Ela amava orquídeas e provavelmente teria amado Sanji também.

Entrou no lugar sentindo o cheiro de macarrão chinês logo vendo seu irmão se levantar na mesa o encarando confuso.

- Por que diabos você ainda tá de pijama? E por que saiu daquele jeito?! – Vendo que Hitoda somente olhava tudo sem reação se aproximou logo sendo surpreendido pelo abraço. – Ei o q-que? Hitoda você está me assustando!

- É bom te ver.

- Oi?

- Nada. – Olhou para a comida na mesa e soltou o irmão indo se sentar. Olhou para a frente, Sanji sempre tinha a mania de se sentar em sua frente nas refeições.

Agora foi seu irmão quem se sentou. Pegou a caixa fechada de comida chinesa e buscou os pálidos.

- Aconteceu alguma...?

- Você ainda está viciado nos chineses. – Constatou.

- Novas. Deixa eu te falar não fica chateado por não passar na entrevista ontem, te indiquei em um novo lugar...

Hitoda agarrado aos hashis e forçando a comida para dentro somente olhava para o irmão que não via há um bom tempo. O pensamento ainda fixo naquela caverna fria onde deixou sua família enquanto tentava sentir os feromônios ou a localização de Sanji.

O procuraria todos os dias.

[Quebra de tempo]

A pequena menina de cabelos loiros claros corria pelo jardim enorme do parque com o casal de crianças bem atrás dela naquela brincadeira de pega-pega. Estavam a vários minutos daquela forma, mas não se cansavam.

Melhor dizer, a alfa não se cansava com um folego impecável. Sanji os assistia com atenção não muito longe, a mente longe repassando cenas antigas, mas também atento a qualquer problema com sua filhote e seus amiguinhos. Mal notou Luffy que voltou a se sentar ao seu lado no banco.

- Trouxe para você. Toma. – Indicou o suco e Sanji mesmo negado antes aceitou agora.

- Obrigado.

Luffy observou o amigo depois as crianças longes.

- No que estava pensando?

- Você vai brigar comigo se eu contar.

Respondeu sem olha-lo e Luffy suspirou já imaginando.

- Não vou. Pode me contar. Quero te ouvir.

- Nele... Sabe, eu me arrependo tanto de como tudo aconteceu e me sinto tão egoísta por isso. E-ele... – Respirou fundo finalmente olhando para o outro ômega. – Ele se sacrificou tanto. E eu sei que esse foi o jeito dele nos proteger, que ele não se arrependeria, m-mas... Mesmo assim, eu me sinto tão egoísta em odiar todo seu esforço! Eu sinto tanta falta dele Luffy. Isso dói o tempo todo!

Luffy abraçou o loiro o confortando por um tempo. Sabia como Sanji ainda estava perdido depois da morte de Zoro mesmo depois de anos. Era difícil para ele e provavelmente sempre seria. E não que Hitoda tenha realmente morrido, o corpo dele ainda ressoava uma respiração leve e ainda emitia feromônios, mas não acordava de jeito nenhum.

Foi a poucos meses que Law e Luffy com a ajuda de Chopper e Frank conseguiram convencer Sanji a se afastar de vez da casa onde Hitoda estava e se mudarem. E ele só aceitou porque o mostraram o quanto ver os pais naquela situação não estava fazendo bem para a filhote, mesmo ela entendendo.

- Você já está indo muito bem, um dia de cada vez lembra?

O loiro concordou. Ele ainda tinha sua filhote, fruto de sua relação com seu díade, era quem mais amava no mundo e por quem faria qualquer coisa. O pior já havia passado ele sabia, passou por muita coisa para conseguir focar nos cuidados da alfa e não na dor agonizante em seu peito. Ainda assim, foram os feromônios de Hitoda que os ajudaram. A acalma-los e protege-los e até para auxiliar Sanji a se conectar com sua filhote. O alfa sempre se fez presente de alguma forma.

A atenção dos ômegas foi chamada pelos gritos felizes das crianças que se aproximavam. Sanji rapidamente mudou sua expressão e limpou seu rosto se levantando e sorrindo para eles. Sua filhote, entretanto, logo notou tudo o olhando preocupada. Sanji a achava perspicaz demais, e só tinha sete anos. Sorriu mais levando o suco para ela.

- Você que deixou eles te pegarem, né? – Comentou somente para ela ouvir enquanto Luffy dava água para os gêmeos esbaforidos. A alfa já estava calma.

- Todas as vezes. Estava falando do papai?

Sanji concordou e sorriu arrumando os cabelos bagunçados dela vendo os olhos verdes atentos, lembrava muito outra pessoa e aquilo mesmo doendo o confortou.

- A gente vai visitar ele?

Sanji sorriu um pouco, percebeu que a atenção de Luffy estava em si e somente negou.

- Não vamos ainda... Agora eu preciso entender porque você jogou leite em seu coleguinha de sala...

Sanji se afastou com a alfa em direção ao estacionamento e Luffy olhou para seu casal de ômegas que já acompanhavam o tio que amavam. Sanji era muito amado por todos ao seu redor e ele tinha seu total apoio. Luffy nunca deixaria de torcer e desejar a felicidade para ele. Mesmo sendo uma situação difícil acreditava muito nele, o entendia também.

Buscou seu celular do bolso para conversar com Law, sempre o perguntava sobre assuntos difíceis e/ou delicados e toda a situação e recuperação de Sanji era. Já era tão difícil para alguém sobreviver sem seu díade depois da marca, mesmo assim o ômega deu o máximo de si durante todos aqueles anos, e não só pela filhote, mesmo sendo o grande motivo. Luffy sabia que Sanji durante todo aquele tempo sempre acreditou que de alguma forma seu marido voltaria para si.

Ele se agarrou a isso.

Um bom maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora