Um bom conselho

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Luffy escutou o celular tocar por um tempo antes de sair de baixo do carro e atender sem nem ver quem era. Algum tempo depois de Law sair ele procurou algo para distrair sua mente e não fazia nada melhor que mexer com automóveis por isso abriu a oficina e foi trabalhar.

- Luffy? Por que demorou tanto para atender sua mãe? Tá namorando, menino?!

- Do que a senhora está falando? Estou trabalhando, ligo depois...

Suspirou querendo encerrar a chamada, estava sendo rude, mas não estava mesmo com vontade de conversar com ninguém.

- Faz isso que apareço bem ai seu delinquente, respeita sua mãe!... Fala, o que tá acontecendo?! – Ela parecia brava como se realmente fosse cruzar o país e ir parar na oficina.

- Desculpa mãe. Não é nada.

Ela pareceu estar caminhando e se sentou também suspirando.

- Não é nada minha bunda, vamos, estou te escutando...

- Por que está ligando mãe? – Tentou mudar de assunto.

Sua mãe não ligava muito, estava viajando pelo mundo desde que o pai de Luffy morreu, o visitando poucas vezes ficando pouco tempo também. Ela ainda buscava lidar com a perda do companheiro, mesmo que não confessasse isso.

- Você realmente tá mudando de assunto? Eu não posso tentar falar com meu filho? Você não me liga de jeito nenhum! – Ela agora parecia ainda mais brava.

- Desculpa, o trabalho...

- Não me venha com essa! Você me tira do sério igualzinho seu pai, como pode?! – Ela parou um pouco nervosa depois respirando fundo continuou. Luffy estava acostumado com o jeito dela então somente aguardava. – É seu díade? O que aconteceu entre vocês?

Luffy não respondeu sem saber ao certo como explicar ou como fugir da pergunta. Ela já sabia há um tempo que Law havia voltado para a cidade.

O peito do ômega se encheu novamente daquela mágoa que nem era sua e mordeu os lábios.

- Luffy, o que está acontecendo?! Lembra, eu ainda sou sua mãe, mesmo distante e toda cagada e inútil eu ainda estou aqui.

- Mãe! Que absurdo você não é isso!

Ela riu um pouco do rompante do ômega até que o sorriso morreu aos poucos.

- Sei que está sozinho desde que comecei essas viagens, sinto muito. Mamãe morre de saudade, e não quero você tristinho. Me passa o telefone daquele alfa molenga, me deixa resolver isso!

Luffy revirou os olhos e desistiu de vez de voltar para o carro, se afastou indo lavar as mãos. Sua mãe tinha pegado uma certa raiva de Law desde que ele foi embora da cidade, em suas palavras "abandonando seu filho".

- Esquece, isso nunca vai rolar mãe, não vou te passar o número do Trao. – Não queria nem imaginar do que ela chamaria ele.

- Mas!...

- E ele não tem culpa de nada, sou eu quem fiz merda e tenho que lidar com isso. Eu... Eu agi errado com ele.

- Luffy para com isso! Quantas vezes já te expliquei? Supere isso, se perdoe, você fez seu melhor naquele momento! Veja o que você pode fazer agora e reage!

Luffy ainda tentando tirar a graxa das mãos respirou fundo e concordou.

- Eu sei...

- Então dê um chute naquele alfa e fala pra ele que você o quer! Ele tem que cumprir a obrigação de alfa dele!

- Mãe, ele nunca me obrigou a cumprir a minha.

Vendo o que falou ela bufou revoltada.

- Luffy, ele te ama, eu via isso muito bem, pode passar o tempo que for duvido muito que mude. Vocês só se estranharam e não tiveram paciência, mas olha aí uma chance. – Ela era mais prática e já estava cansada do drama daqueles dois, já fazia mais de dez anos que tinha seu filho mergulhado em trabalho para não pensar no amor que julgava perdido. - Vai deixar passar?

- Não.

- Vai falar com ele?

- Vou. – Desligou a torneira. – Eu acho que ele não vai me aceitar, ele está com raiva e magoado com o que fiz, eu senti. Eu não me perdoaria...

- Filho...

- Mas eu vou tentar, ele tem que saber de tudo pelo menos. Eu já decidi isso mãe.

A beta sorriu do outro lado da ligação, só queria ver seu bebê feliz, uma pena que era com aquele alfa, mas fazer o que. Luffy logo a questionou de onde ela estava agora e eles se prolongaram por um bom tempo falando disso até Luffy explicar como estava a oficina e os funcionários. Não falou sobre o quase estrupo da noite anterior para não preocupá-la, mas sabia que era questão de tempo para ela descobrir.

Luffy tinha quase certeza que ela mantinha contato com um de seus funcionários para pegar informações. Depois de um tempo desligou a ligação.

Antes de voltar para debaixo do carro respirou fundo e tentou ligar para o alfa, mas Law não atendeu. Luffy encarou aquele celular chateado por um bom tempo antes de o afastar, buscou luvas e voltou a trabalhar. Passou pouco tempo e notou um feromônio novo no lugar, saiu só para ver Robin vestida com o macacão sorrindo encostada no carro.

- Chefinho, por que abriu a oficina? Deveria estar descansando.

Atrás dela os outros funcionários chegavam.

- Estou bem. Pessoal, não precisam trabalhar hoje, podem ir para casa. Todo mundo liberado. Por que veio todo mundo?

Robin somente deu de ombros subindo os cabelos para amarrar.

- Parece que tem muitos turistas na cidade, não queremos perder dinheiro.

Logo depois ela se afastou para começar a trabalhar. Sabia como Luffy era e não adiantava nada pedir para ele parar e ir descansar, ele não era assim. Ela ficou com tanta raiva quando Zoro ligou de noite pedindo para ela avisar os outros mecânicos do que tinha acontecido com seu chefe, no mesmo momento ela foi ao centro de emergência tentar encontrar aquele beta, louca para acabar com a raça dele. Mas não a deixaram nem passar do portão e falaram que ele tinha sido levado pelos guardiões.

Ela tentou se acalmar e voltou para casa já que Zoro também avisou que Luffy estava acompanhado pelo seu díade e estava bem. Mas naquela manhã de domingo ela recebeu a mensagem de um número desconhecido que se mostrou ser Law a pedindo para ficar próxima ao ômega.

Robin ficou realmente impressionada, primeiro porque aquele alfa parecia odiar ela e a todos da oficina só os tratando por comprimentos frios e rápidos. E segundo por ele ter deixado Luffy sozinho indo pedir para outro alfa cuidar dele.

Aquilo deveria corroer ele por dentro, mas Robin somente sorriu debochada. Achava que ele bem merecia sentir dor, que o lobo o maltratasse a vontade até ele ir embora. Para ela, se fosse realmente para eles ficarem juntos isso já teria acontecido há dez anos. E seu chefe de qualquer forma estava mais feliz antes dele aparecer naquela cidade.

Luffy não disse mais nada e voltou a mexer no carro, aos poucos alguns clientes chegavam e a rotina seguia, o ômega conferia o tempo todo, mas não tinha nenhuma ligação ou mensagem de Law.

Um bom maridoOnde histórias criam vida. Descubra agora