18: Fravashis São Mais Legais que Elfos!

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Durante TODO o almoço, Rashne ficou me olhando. Às vezes franzia as sobrancelhas, mas parecia muito interessado na minha pessoa. O que, obviamente, não passou despercebido por Devon, papai, Sammuel ou Eshe.

Papai e Devon cortaram um pedaço da carne como se estivessem cortando o pescoço de alguém – Sério. Sammuel mastigava algo crocante como se fosse um orc mastigando os ossos da última vítima. Aquilo tudo me deu medo.

E Eshe olhava para Sammuel como se estivesse tentando entender onde tinha errado – talvez ele achasse que agora o Sammuel ia me deixar em paz depois do fora.

Sério, o jeito como Rashne me olhava me incomodava. Afinal, o que chamara a atenção dele? Será que ele também tinha tido alguma visão comigo? Nããããooo... Seria coincidência DEMAIS.

Assim que fiquei satisfeita, pedi licença para Alessa – ela era a dona da casa – e fui até o quarto onde tinha dormido, pegar as adagas.

Fiquei sentada na cama, com as adagas no meu colo, admirando-as. Não era sempre que eu as pegava e tinha uma visão, isso já estava óbvio. Talvez elas só mostrassem o que era necessário... Ou sei lá, depende de como os feitiços foram tecidos durante a forja – eu lera que, para uma arma ser encantada, era necessário que os feitiços fossem tecidos durante a forja, nunca antes ou depois.

Mas eu realmente quero saber por que Savën fez questão de me mostrar Rashne. Ela podia só ter me mostrado Sammuel e Hadassa casando. Só mostrar o “tio” dela com uma cara de quem chupou limão.

Mas nãããoooo. Tinha que me mostrar Rashne e me deixar mais confusa do que jamais estive.

Despertador pulou na cama e deitou do meu lado. Me olhava como se soubesse a confusão que me dominava e soubesse como acabar com ela, mas não tinha como me falar.

Abracei Despertador, afundando minha cara na juba dele. Eu amo fazer isso! Me anima!

Alguém bateu na porta e franzi a sobrancelha, antes de falar um “entre”.

Devo destacar que meu coração ficou descompassado sem um motivo exato quando Rashne apareceu? Tipo assim, como se eu já estivesse me recuperando de ter de dar um fora no Sammuel?

− Posso falar com você? – ele perguntou e parecia um tanto sem jeito, mexendo na franja o tempo todo. E eu achei o gesto fofo. Sei lá, parecia combinar com ele.

Ok, comentário idiota. Só balancei a cabeça afirmativamente, sem voz. Quer dizer... Acabamos de nos conhecer, o que cargas d’água ele quer falar comigo?

Despertador, de repente, para meu horror, se levantou da cama e saiu do quarto assim que Rashne entrou. Murmurei um desesperado “Não me deixa sozinha!”, mas minha Mantícora fez um som como que rindo e ignorou meu pedido! Tipo assim, com o Sammuel era tanto ciúmes que me fazia ter vontade de bater nela de vez em quando, mas com um cara que eu nunca tinha visto na vida, ela me deixa sozinha e ainda ri!

I Hate Him. (Eu o odeio)

Rashne apenas encostou a porta e sentou no chão, as costas apoiadas na parede e os braços apoiados nos joelhos.

− Como você se chama? – ele perguntou, e só então lembrei que Alessa o apresentara, mas não nos apresentara, e que fiquei quieta todo o almoço, sendo impossível que eu fosse apresentada, como foi com os demais. Burra! Bem, é uma forma de começar um diálogo, certo?

− Stacy. – eu respondi, olhando para um canto da parede. O que é aquilo? Uma aranha-marrom?

− Bem... Pode olhar pra mim, por favor? – ele disse de um jeito que me lembrou eu mesma quando pequena fazendo birra por que queria um bonequinho do Saga de Gêmeos, sabe, daquele com armadura de ferro mesmo, de aniversário, mas tinha ganhado uma Barbie sereia ou qualquer outra. Eu sei que é estranho, mas sempre gostei mais dos bonequinhos que os meninos ganhavam! Meu sonho era ter a coleção completa dos bonequinhos de Cavaleiros do Zodíaco! Ok, voltemos ao assunto inicial...

Teorias de Conspiração - O Sangue dos Antigos IOnde histórias criam vida. Descubra agora