32: Mas Era Tarde

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Uma semana. Esse foi o tempo que levei para me acostumar à todas aquelas visões que me invadiam quando tocava muitos fios da Teia de uma vez. Ainda não tinha dominado minha essência completamente, e a desperdiçava, segundo Galagöa. Ela e as demais Aranhas não usavam pingentes e eles não faziam falta alguma para elas.

Mas para mim fazia. Eu era PÉSSIMA no controle da essência COM pingente, imagine SEM o bendito!

Elas me falaram que fiquei desacordada mais ou menos uma semana também. Ou seja, a Lua Cheia estava se aproximando.

Várias vezes pensei em me teleportar pra Terra. Mas lembrar que eu ainda não dominara o teleporte muito bem me fazia desistir da ideia. Corria sério risco de acabar no vácuo...

Perguntei sobre os brincos, e Galagöa perguntou como meu cabelo estava. Na hora, não entendi, mas eu tinha percebido que ele estava bem menos rebelde. Mais dócil, por assim dizer.

Minha mestra então explicou que eu tinha muita essência – tanto que ela confirmou o que Sammuel disse, falando que minha essência fica trinta centímetros distante de mim – e que não a usava toda. Então, ela tinha de escapar pra algum lugar. Caminho encontrado? O meu cabelo! Por isso eu tinha aquela juba que nada domava!

E os brincos serviam justamente para isso: para ajudar a controlar minha essência. Não como os pingentes, mas de forma diferente e que eu não sei explicar. Segundo ela, pelo menos até eu aprender a controlar minha essência por mim mesma.

Aranhas Lunares são especialistas em ligações entre seres e pessoas, por isso perguntei como funcionava um pacto entre alguém e um demônio. Ao perguntarem por que eu queria saber, disse sobre Adriane e o Arquidemônio.

Elas falaram que é uma linha mais grossa de Teia que se enrola no pulso do demônio e no pescoço do solicitante do pacto, dizendo basicamente que a alma do tal pertence ao demônio.

Perguntei se havia como quebrar esse pacto, e elas relutaram muito em responder. Mas, afinal, responderam: era necessário enxergar o fio e possuir uma arma capaz de tocar a Teia ou um feitiço realmente forte que fosse capaz de arrebentá-la.

Ou seja, minha ideia de quebrar o pacto foi por água abaixo. Não tenho nem um nem outro pra facilitar as coisas.

Com a orientação de Galagöa, comecei a vasculhar o Tempo, atrás de algo que me fosse útil. E descobri algo muito interessante e legal: não preciso de um mestre nessa época para aprender determinados feitiços. Era bem difícil e cansativo procurar a visão do passado que mostrasse algo que me ensinasse, mas não impossível.

Assistindo outros realizando os feitiços ali, numa visão, era como se houvesse um professor do meu lado. Consegui aprender telepatia desse jeito! Ok, ainda era horrível e tinha de praticar muito, mas aprendi!

Tentei ter visões de Anastásia, mas elas estavam bloqueadas. Galagöa disse que era por causa do Livro Branco de Anastásia. Como as memórias da Fada estavam nele, ninguém tinha acesso à qualquer visão relacionada à ela à menos que houvessem essas instruções no livro – o que explica as visões com ela e Cairu: ela deixou instruções para que eu as tivesse.

O que era um saco, porque não sei o motivo exato pra isso.

Quando não estava praticando magias velhas conhecidas mas que não vão muito com a minha cara ou Tecendo o Destino, procurava olhar aqueles que eu amava.

Mas, estranhamente, não encontrei Rashne no começo. Era como se ele não estivesse na Terra.

Quando não o encontrei, me desesperei, achando que o pior tinha acontecido, mas Galagöa me tranquilizou: disse que existiam outros planetas habitados universo afora e que não estavam ligados à Teia, e que se Rashne estivesse me procurando – e ele com certeza estava, ou não teríamos uma ligação tão profunda – devia estar num desses planetas.

Teorias de Conspiração - O Sangue dos Antigos IOnde histórias criam vida. Descubra agora