33: Pelo Sangue que Corre Em Minhas Veias

151 1 0
                                    

Ficamos ainda mais dois dias em Kolshö, antes de Rashne nos levar de volta para a Terra. Mais porque as Aranhas o obrigaram a descansar e recuperar-se de toda a peregrinação pelo universo e que gastara sua essência numa velocidade maior do que a que seu corpo era capaz de repor.

Galagöa me dispensou do meu treino, alegando que eu devia passar um tempo com meu namorado agora que tinha como, porque depois que voltasse para a Terra, não teria tempo até acabar com Adriane e Kai.

Além disso, ela me fez prometer que não me perderia mais em visões, nem tentaria tecer o Destino até ela me dar permissão para tal.

− O que é que você estava fazendo quando te encontrei? – ele me perguntou no mesmo dia que chegou, num momento em que deitamos numa cratera, observando as estrelas, distantes das Aranhas que se preparavam para reforçar a Teia na próxima noite. Rashne ficava penteando meu cabelo com os dedos. Sem enroscá-los. Eu já disse que amo quando ele faz isso?

Me estiquei para me apoiar em seu peito e poder olhá-lo nos olhos. Olhar para aqueles olhos azuis de céu de verão que me encantaram na primeira vez que os vi. Não vou falar que o Rashne é perfeito porque ninguém é, mas ainda assim, é o melhor namorado que eu poderia pedir. Além disso, aqueles olhos... Eles representavam a cor que eu mais amava no mundo.

E tê-lo ali comigo me fez lembrar de novo da menina chamada Esperança. Eu faria o possível para continuarmos juntos e ela estar entre nós. Mas não lhe contaria sobre ela.

− Estava olhando o Tempo. Galagöa me ensinou. – ele franziu as sobrancelhas.

− Para mim, você estava tocando uma teia de aranha. – assoprei uma mecha que insistia em cair em cima do meu olho, mas ela caiu de novo. Argh! Que saco!

− Eu estava tocando A Teia, Rashne. – ele arregalou os olhos. – Ela guarda nossas memórias, sabe o que está acontecendo, sabe todas as possibilidades do futuro, todas as nossas ligações com aqueles que nos rodeiam e que amamos ou odiamos. – beijei-o, e então apontei para o lado esquerdo do peito dele e então para o meu. – Há um fio da Teia que liga nossos corações, Rashne. Eu vi, e Galagöa também. Minha mestra disse que significa um laço de amor muito mais forte do que o que costuma se formar. – Sorri bobamente e o beijei de novo, sentindo um sorriso nos lábios dele.

O abracei pelo pescoço e relaxei, fechando os olhos. Senti ele passar um dos braços pela minha cintura e ficar passando a mão pelas minhas costas expostas.

− E depois? Você parecia desesperada, como que tecendo... – suspirei antes de responder.

− Vi a morte de vovó pela mão do Djin. Estava tecendo o Destino, mudando essa visão, mas Galagöa não me deixou terminar. Espero que o que consegui tecer valha de alguma forma... – ele segurou meu queixo e o ergueu.

− Independente do que acontecer, lembre-se: eu sempre vou estar aqui pra você. Sempre que precisar, eu vou estar lá, do seu lado. – ele sorriu, e sorri de volta, me inclinando para beijá-lo.

Obrigada pelo namorado que me arranjou, Deus. Eu não teria escolhido melhor.

Rashne nos levou de volta para a Terra. Despedi-me das Aranhas Lunares, prometendo voltar quando possível para aprender mais sobre a Teia. Minha mestra deixou bem claro que eu estava proibida de Olhar o Tempo e de Tecer o Destino até que eu retornasse, e fez Rashne prometer que ficaria de olho em mim.

Suspirei derrotada quando ambos se uniram para falar dos perigos de se entregar às visões da Teia. Tá, tá, já entendi!

Teorias de Conspiração - O Sangue dos Antigos IOnde histórias criam vida. Descubra agora