Ser fotógrafa oficial da seleção era a realização de um grande sonho da minha vida e eu devia tudo isso ao meu pai, que me ensinou tudo o que eu sabia sobre o futebol. Obviamente sempre enaltecendo o futebol diferencial do Brasil, ele era um homem carinhoso e diferente da minha mãe, ele sempre esteve lá.
Com dez anos eu já estava em uma escolinha de futebol feminino e continuei assim até meus dezesseis anos, quando descobri que era completamente apaixonada pelo lado artístico do futebol. Eu fazia coleções de fotos. Fotos essas que representavam o país através daquele esporte tão especial. Eu comecei separando alguns elementos como a diversificação de raças, o reconhecimento do lado pobre da sociedade, derivada do garoto que vinha da favela e ganhava o Mundo, também havia o amor da torcida pela Seleção e era possível se ver a grandiosidade de um esporte tão popular que era capaz de chegar em lugares quase inacessíveis.
Diante de tantas questões e incentivos, eu comecei a estudar fotografia e confesso não ter sido fácil, pois minha família nunca teve muito dinheiro. Mas aquele homem, um pai empenhado, orgulhoso, sorridente e persuasivo, foi o homem que me colocou onde estou hoje. Assistíamos a todos os jogos juntos e comentávamos sobre futebol a todo momento, até mesmo para aliviar a tensão com a minha mãe.
Hoje, estou parada diante do grande estádio de futebol. Participando da minha primeira Copa do Mundo, assistindo o aquecimento dos rapazes que me davam tanto orgulho. A minha relação com eles ultrapassava o limite profissional e até mesmo o Professor, como chamávamos o Tite, sempre cuidava de mim. Ainda mais depois que meu pai faleceu.
Eu gostava das piadas do Paquetá, da risada do Ney, o Vini era sensacional, Antony tentava ser durão mas sempre ria das minha gracinhas, assim como os outros rapazes. Mas a minha melhor relação era com o Richarlison.
Perdi totalmente a conta de quantas noites passamos em claro jogando videogame, de quantas vezes fizemos competição para saber quem bebia mais, de todos os filmes de comédia besteirol que ele me forçava a assistir e de todas as vezes que ele me levou até sua cidade natal para visitar sua família. Ele era um cara do povo, humilde, engraçado, habilidoso e com muito potencial.
Nos conhecemos a quase quatro anos e desde então não foi muito difícil concretizar nossa amizade, éramos muito parecidos e passávamos muito tempo juntos. Foi algo natural e mesmo com toda a mídia dizendo que havia algo entre nós, na realidade era apenas amizade. Pelo menos era assim que ele me via, já que eu conheci suas várias ficantes e sua ex-namorada. Eu não fazia o tipo ideal para ele, mas ele era completamente o meu tipo.
Antony uma vez me disse que eu deveria agarra-lo pela gola da camisa e o beijar a força, só então eu descobriria se ele realmente me via como sua amiguinha. Eu pensei muito nisso e decidi que não era a melhor coisa a se fazer, talvez ele só precisasse de tempo para descobrir que a pessoa certa estava ao seu lado.
Ele sempre teve ficantes ciumentas e mandonas, algumas até psicopatas mas eu nunca opinei sobre isso em sua vida. Diferente dele, que nunca gostou dos meus namorados e sempre me disse que eu merecia muito mais. Me iludi com suas palavras por um certo tempo, mas percebi que ele estava me aconselhando como um bom amigo e não porque tinha ciúme.
— Eu disse que faria o gol.— eu o puxei para um abraço assim que o jogo acabou. Seu sorriso não tinha limites e ele estava bem emocionado por conseguir provar do que era capaz.— Agora me deve uma festa.— eu o apertei forte contra meu corpo e depositei um beijo carinhoso na sua bochecha.
— Os garotos já cuidaram de tudo.— ele murmurou e me tirou do chão. Eu gritei com seu abraço estranho, mas a verdade era que eu não queria soltá-lo nunca mais.— Se perguntarem se você é minha namorada, você responde que talvez.— ele me colocou no chão e eu fiz uma careta.— Estou tentando deixar uma pessoa com ciúme.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙁𝙄𝙁𝘼 𝙒𝙊𝙍𝙇𝘿 𝘾𝙐𝙋 2026 • 𝘽𝙊𝙔𝙎
Fanfiction𝘼𝙡𝙜𝙪𝙣𝙨 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨 𝙝𝙤𝙩 𝙘𝙤𝙢 𝙟𝙤𝙜𝙖𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙙𝙖 𝘾𝙤𝙥𝙖 𝙙𝙤 𝙈𝙪𝙣𝙙𝙤 2026. "𝑀𝑦 𝑝𝑢𝑠𝑠𝑦 𝑡𝑎𝑠𝑡𝑒𝑠 𝑙𝑖𝑘𝑒 𝑃𝑒𝑝𝑠𝑖 𝑐𝑜𝑙𝑎" - 𝒍𝒂𝒏𝒂 𝒅𝒆𝒍 𝒓𝒆𝒚.