039. 𝙖𝙧𝙧𝙖𝙨𝙘𝙖𝙚𝙩𝙖 🇺🇾

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Coloquei minhas malas no quarto e olhei a minha volta, estava tudo impecavelmente arrumado. Pensar nisso me deixava de bom humor, além do céu lindo do lado de fora da casa. O céu estava azul, o Sol estava bem quente, a piscina estava limpa e o jardim estava perfeito.

Já havia escolhido algumas coisas para fazer naquele fim de semana, como ler livros, jogar no PlayStation até de madrugada, beber, fofocar com minha tia e ignorar minhas primas. Elas eram insuportáveis, fúteis e arrogantes. Viviam dizendo que eu era metida e que não fazia questão de me enturmar, mas na realidade elas eram o grande problema e tiravam minha paciência toda vez que nos encontrávamos.

Reunir a família era sempre bem difícil e só fazíamos isso em ocasiões especiais. A ocasião do momento era o relacionamento que meu irmão havia construído com uma moça uruguaia. Ela era linda, eu vi suas fotos e até troquei algumas palavras com ela por mensagem. Pelo menos ela não era uma maluca como todas as outras que já cruzaram a vida de João Pedro. Ele tinha o dedo bem podre.

Quando não eram surtadas eram quietas demais, ou burras demais, ou arrogantemente inteligentes demais, metidas demais, fúteis demais, estranhas demais, falavam demais, ou não falavam nada. Ele nunca fez questão de apresentar nenhuma delas para toda a família, então essa moça deveria ser bem especial para ele se sentir bem em fazer aquilo.

Eu estava feliz, esperava que fosse um fim de semana bom.

Guardei minhas coisas com cuidado e cantarolei a música que estrondava no andar inferior, ignorei a correria no corredor e foquei em decidir qual biquíni usaria naquela tarde.

— Escolhe o branco. Seu irmão vai trazer mais um convidado.— minha mãe sentou-se na minha cama com cuidado e sorriu.

— Eu não posso convidar minhas amigas, mas o João Pedro pode convidar quem ele quiser?— questionei indignada.

— É o cunhado dele, irmão da Maya.— minha mãe inclinou a cabeça levemente e tentou apelar para um olhar dócil.— João disse que você vai gostar dele.

— Não!— respondi simples.

Ela ficou em silêncio por cerca de cinco segundos, um recorde, antes de falar.

— Nem conheceu o rapaz ainda.

— E eu sei que você vai tentar me jogar pra cima dele.— revirei meus olhos e coloquei as peças de roupa em cima da cama.— Não dessa vez!

— Querida, pode ser algo legal. Ele pode ser legal.— minha mãe insistiria mesmo se eu negasse mil vezes.— Você sabe que romances de verão são legais.

— Não estamos no verão.— pontuei impaciente.

— Que se dane! Dê uma chance ao rapaz.— ela tocou minha mão e forçou um sorriso quando notou o quão puta eu estava.

— Já passou pela cabeça da senhora que talvez ele não se interesse por mim?

— E quem não se interessaria por uma garota linda como você?— a mulher se colocou de pé e abriu as janelas do meu quarto.

— O Veiga.— sussurrei baixinho e me peguei lembrando do homem mais uma vez.

— Querida, vamos deixar as coisas acontecerem.— ela me olhou uma última vez antes de deixar meu quarto.

Fechei a porta assim que fiquei sozinha novamente. Olhei para o horizonte e lembrei do trimestre que passei em São Paulo, acompanhei o Palmeiras durante todo esse tempo apenas para ficar mais com o Raphael. Eu queria que ele me visse como uma pretendente em potencial, queria que ele me desejasse como eu desejava ele e eu demonstrava o que sentia toda vez que o via.

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⏰ Última atualização: Aug 04, 2023 ⏰

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𝙁𝙄𝙁𝘼 𝙒𝙊𝙍𝙇𝘿 𝘾𝙐𝙋 2026 • 𝘽𝙊𝙔𝙎Onde histórias criam vida. Descubra agora