Eu não pretendia ir ao Catar com minhas amigas, mas meu pai insistiu para que eu me afastasse um pouco dos garotos da Seleção. Ele dizia que era seu trabalho ser obrigado a conviver com aqueles moleques e não o meu, mesmo que ele arrastasse meu irmão para quase todos os jogos. Então ele me forçou a chamar minhas duas melhores amigas para me fazer companhia no Catar.
Ele estaria sempre com minha mãe no seu tempo disponível, meu irmão estava ocupado com sua ficante atual e minha irmã não pôde viajar conosco. Então, Tite ou Professor, também conhecido com meu pai, me empurrava para qualquer tour por Doha que ele conseguisse. Ele tinha vários argumentos ruins, mas eu sabia que o real motivo dele me querer longe eram os olhares masculinos.
Todo aquele testosterona e o suor masculino naquele campo de treinamento era de enlouquecer qualquer mulher, comigo não foi diferente. Lembro que quando assisti meu primeiro treino, Neymar veio me cumprimentar e meu pai quase o matou apenas com o olhar. Não aconteceu absolutamente nada, mas eu era a caçula e ele nunca permitiria que eu me envolvesse com aqueles caras.
O próprio já chegou a me dar um sermão sobre seus jogadores não assumirem relacionamentos sérios, eram poucos os que realmente queriam uma família. E então, mais uma vez eu estava sendo afastada daqueles homens sexys e engraçados. Nas poucas oportunidades que tive consegui ter conversas agradáveis com eles e mesmo com os flertes, eu me senti muito confortável.
Mas havia um rosto do qual eu nunca mais havia me esquecido. Gabriel Martinelli. Sorriso lindo, humor estranho, olhos gentis, um corpo sensacional e lábios tão convidativos que eu sempre perdia o ar quando o via. Gabriel e eu nos encontramos em algumas festas, a maioria por coincidência, outras porque eu simplesmente checava suas rede sociais e aproveitava a chance para vê-lo.
Uma vez, em Barcelona nos beijamos. Mas estávamos tão bêbados que nem me lembro exatamente como foi, apenas sei que aconteceu. Gabriel nunca tocou no assunto e sei que eu provavelmente fiz ou disse algo constrangedor, era bem normal eu estragar os momentos. Minhas amigas diziam que eu tinha a língua muito solta e sempre dizia o que se passava em minha cabeça oca.
— Sabrina!— meu pai resmungou quando eu invadi o centro de treinamento mais uma vez sem seu consentimento.— O que eu te disse?— ele cruzou os braços e mesmo sem querer chamou a atenção de todos para mim.
— Sá!— ouvi alguns murmúrios no meio do campo e me animei um pouco mais, acenei em resposta.
— Continuem treinando!— meu pai gritou ranzinza e eu revirei meus olhos. Os rapazes, ainda sorridentes, voltaram ao treino mas seus olhares continuavam me perseguindo.— Querida, eu te disse que não era bom vir até aqui.
— Está com medo do seu futuro genro estar naquele campo?— zombei e ele resmungou algo que eu não entendi. Aquilo me fez rir.— Relaxa, pai! São só homens, conheço bem esse tipo.— comentei safada e recebi seu olhar de reprovação. Aos seus olhos eu ainda era a garotinha da qual ele ensinou a andar de bicicleta e que ainda ia para a escola.
— Não faça esse tipo de comentário para mim, por favor!— eu o abracei para tentar diminuir seu estresse, mas ele continuou com seu semblante fechado.— E suas amigas?— ele estava tentando me distrair. Puta merda!
— No shopping.— dei de ombros e fixei meu olhar em Martinelli, que havia terminado seu treino e estava retirando sua camisa.— Uau!— sussurrei e agradeci mentalmente por meu pai não ter ouvido.
— E por que não foi com elas?
— Sabe que não sou consumista.— rebati e continuei analisando o rapaz sair do campo. Seu corpo suado e suas bochechas coradas estavam me deixando hipnotizada, foi impossível não encara-lo.
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𝙁𝙄𝙁𝘼 𝙒𝙊𝙍𝙇𝘿 𝘾𝙐𝙋 2026 • 𝘽𝙊𝙔𝙎
Fanfiction𝘼𝙡𝙜𝙪𝙣𝙨 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨 𝙝𝙤𝙩 𝙘𝙤𝙢 𝙟𝙤𝙜𝙖𝙙𝙤𝙧𝙚𝙨 𝙙𝙖 𝘾𝙤𝙥𝙖 𝙙𝙤 𝙈𝙪𝙣𝙙𝙤 2026. "𝑀𝑦 𝑝𝑢𝑠𝑠𝑦 𝑡𝑎𝑠𝑡𝑒𝑠 𝑙𝑖𝑘𝑒 𝑃𝑒𝑝𝑠𝑖 𝑐𝑜𝑙𝑎" - 𝒍𝒂𝒏𝒂 𝒅𝒆𝒍 𝒓𝒆𝒚.