Capítulo 08

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Vinte e dois de dezembro...

Lili mordeu os lábios com força e pressionou as pernas uma contra a outra afim de dissipar a excitação que começava a sentir por conta da enxurrada de recordações que havia tido. Para cada lugar daquela propriedade que olhava, podia vislumbrar um momento passado com o ex-marido. Quando casados, vinham ao chalé quase todos os anos.

— Querida, se importaria de colocar as malas para dentro? – Lili maneou a cabeça e começou a puxar duas malas em direção ao interior da residência.

Lili abriu um largo sorriso quando notou o pai vir em sua direção, parecia que havia chegado horas antes. Eles abraçaram-se e Daniel beijou a testa da filha com carinho. Não demorou para que pegasse a pequena garotinha nos braços, a rodopiasse no ar e beijasse as bochechas salientes da mesma.

— Mel, a cada dia que passa você fica mais bonita – falou de forma galanteadora. Lili deu risada e acomodou-se no sofá. – Irei ajudar sua mãe, mas já venho! – A loira assentiu e abraçou a filha quando a pequena se sentou ao seu lado.

Durante alguns minutos, ficaram assistindo um desenho qualquer que passava num dos canais da televisão, esperando que seus pais retornassem, mas isso não aconteceu. Passou-se meia hora e nenhum dos dois havia voltado para dentro da casa, o que estava acontecendo? Lili deixou a garotinha na sala e caminhou para fora da casa e, ao notar que ambos os carros haviam desaparecido, ficou confusa. Será que tinham ido ao mercado? Deveria ser isso. Mas por qual motivo precisariam de ambos os carros? Lili deu de ombros ao recordar-se que seus pais não eram muito normais.

Com dificuldade, Lili subiu com as malas pelas escadas em direção ao andar superior. Iria guardar as coisas no quarto e prepararia algo para comer junto a pequena e seus pais. Com dificuldade a porta foi aberta revelando o homem que havia atormentado os seus pensamentos nos últimos dias e este tinha apenas uma toalha envolta da cintura.

Os cabelos escuros do ex-marido estavam molhados e gotículas de água escorriam por seu corpo. Por mais que tentasse conter o olhar, o mesmo desceu para o abdômen exposto e molhado do homem. Os grandes olhos verdes acompanhavam com atenção o trajeto de uma das gotas de água e a mulher suspirou profundamente quando notou a mesma desaparecer próximo à toalha. De repente, tudo o que queria era arrancar-lhe aquele pedaço de pano para ver qual caminho aquela gotinha havia seguido. Ela mordeu os lábios com força e escutou a risada fraca do homem. Afinal, o que ele fazia em seu quarto?

— Lili... – Ele precisou lhe chamar a atenção, pois a mulher estava entretida demais com os próprios pensamentos.

— O que faz aqui? – Cole mordeu os lábios ao notar que a mulher o encarava com os olhos nublados de desejo.

— Eu? O que você faz aqui? – Respondeu-lhe com outra pergunta.

— Esse chalé é dos meus pais! – Falou como se fosse obvio e ele deu de ombros.

— Sua mãe me convidou, ou melhor, me intimou para que viesse passar o natal aqui.

— Isso é impossível! – Deu as costas para o homem. Não conseguiria o encarar muito tempo mais sem se jogar em seus braços. Ele estava tão malditamente delicioso que chegava a ser uma afronta. – Ela chamou a mim e a Melissa para passarmos o natal aqui.

— Ela disse que vocês tinham ido viajar com o KJ – sem se importar que a mulher pudesse virar ou não. Cole tirou a toalha de sua cintura, pegou a cueca e bermuda que estavam sobre a cama e as vestiu.

— Não! Ele fez uma viagem de trabalho.

— Quer que eu vá embora? – Lili assentiu ainda sem olhá-lo. – Sinto muito por estar atrapalhando, irei arrumar as minhas coisas e ir. O meu carro está lá embaixo e...

christmas reconciliation ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ ❜.Onde histórias criam vida. Descubra agora