Capítulo 14

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Cole despertou com sol batendo diretamente no seu rosto e precisou piscar algumas vezes para que seus olhos pudessem se acostumarem a claridade. Ele gemeu sentindo uma pontada na cabeça e, com delicadeza, desvencilhou-se do corpo da ex-mulher. Um sorriso instantâneo surgiu em seus lábios, aquela era a melhor manhã que havia tido nos últimos seis meses, mesmo com a dor de cabeça.

O moreno ergueu a mão em direção ao rosto sereno e belo da ex-mulher, tirando os cabelos loiros que estavam caídos em sua face e deslizou vagarosamente os dedos pela bochecha dela. Ele acariciou-a demoradamente e constatou que queria acordar todos os próximos dias ao lado daquela mulher. Depois daquela noite, será que ela o perdoaria ou era cedo demais? Mesmo que não o perdoasse, esperava que ao menos deixasse o namorado. Não conseguiria lidar com a possibilidade de outro homem tocando-a como ele havia feito tantas e tantas vezes na noite anterior. Aquela mulher lhe pertencia, assim como, ele a ela.

— Ele veio, ele veio... – Uma versão diminuta da ex-mulher adentrou o quarto sorridente, descabelada e completamente agitada. Ela falava tão alto quando estava animada, assim como, sua mãe.

— Quem? – Questionou débil e fez sinal para que a garota falasse mais baixo.

— O papai Noel – respondeu num sussurro quase inaudível.

Cole ergueu-se e ficou sentado na cama enquanto fitava a filha demoradamente. Deveria dizer a ela que o papai Noel não existia? De onde a pequena havia tirado aquela ideia absurda? O chalé era tão distante da cidade que a possibilidade de o velhinho ir visita-los chegava a ser ridícula. Ele suspirou profundamente e levantou-se da cama.

— Você o viu? – Ela negou com a cabeça e ele saiu no quarto trazendo a filha consigo. – E como sabe que ele veio? – Ela deu de ombros, sorridente.

— Tem presentes na nossa árvore e ele trouxe o vovô e a vovó. Eles disseram que pegaram carona com ele. Estou tão feliz, papai! – Ela disse puxando-o pela mão e o arrastando para o andar inferior.

Ao chegarem, o aroma delicioso do café da manhã invadiu suas narinas e fez o seu estômago revirar-se de fome. Rapidamente, o olhar do moreno foi em direção a árvore de natal que como a filha havia dito encontrava-se repleta de presentes. Não demorou para que fosse em direção a cozinha e lá encontrou os ex-sogros cozinhando.

— Cole, finalmente... – Sua ex-sogra aproximou-se dele e deu-lhe um abraço apertado. O sorriso presente nos lábios dela era extremamente largo e o seu olhar um tanto sugestivo. – Estou achando que a noite foi muito boa...

Foi impossível não corar diante das insinuações presentes na voz da ex-sogra. Sentia-se envergonhado, como um homem de vinte e nove anos poderia corar daquela forma? Os ex-sogros tinham o poder de deixa-lo envergonhado, surpreso e sem palavras. Estava contente com a presença dos dois, mas não pode deixar de perguntar-se se haviam vindo para buscá-los e, de repente, desanimou-se.

Cole nunca havia se classificado como um homem medroso, mas tinha medo de retornar para Paris. Temia que tudo o que havia conquistado se desfizesse em sua frente. Não gostava de pensar em perder aquela mulher novamente. Se pudesse, ficaria trancado naquele chalé com ela e a filha pelo resto da vida deles. Droga, como lidar com tanta insegurança? Não sabia. Nunca havia sido um homem inseguro, sempre conseguia possuir tudo o que queria, mas aquela mulher o deixava completamente desestruturado.

Não conseguia voltar a imaginar sua vida sem ela, essa era a verdade. Se dependesse apenas dele, nada mais ficaria entre os dois. Nem mesmo a gravidez e as aparentes chantagens que a grávida fazia. Preocupava-se com a saúde dela e da criança, mas não seria isso a afastá-lo de quem amava. Se fosse necessário, ele contrataria cinquenta enfermeiras para aquela mulher insuportável. Já tinha tudo esquematizado em sua cabeça, só dependia da ex-mulher. Sentiu-se vulnerável ao constatar que sua felicidade dependia única e totalmente de outra pessoa.

christmas reconciliation ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ ❜.Onde histórias criam vida. Descubra agora