Capítulo 32

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Cole piscou algumas vezes, deixando que as lágrimas escorressem de seus olhos e seguiu escutando tudo o que a esposa lhe dizia.

Como ela pôde ter permitido que aquele homem a beijasse e tocasse? Diante de toda a situação, aquela deveria ser a última de suas preocupações, mas, simplesmente, não conseguiu evitar que o seu lado ciumento desse as caras.

Lili tinha sido extremamente irresponsável e inconsequente, não deveria ter se arriscado daquela maneira, não quando tinha outras opções. Por muito pouco, as coisas não fugiram totalmente de controle. Ele não gostava nem de imaginar o que aconteceria se aquele louco conseguisse fazer, com as suas garotas, o que realmente queria. Se o ruivo não estivesse morto, ele certamente o mataria.

— Eu tentei reanima-lo – confidenciou. – Queria que ele sumisse, desaparecesse de nossas vidas, mas, nunca, nunca que ele morresse, jamais desejaria isso a alguém.

Cole a compreendia, sua esposa era dona de um coração gigante e bondoso e, mesmo diante de todos os acontecimentos, era incapaz de odiar aquele homem.

— Ele teve o que mereceu – murmurou com sinceridade.

Cole tinha perdido as contas de quantas vezes havia desejado que o ruivo desaparecesse definitivamente, que morresse. Infelizmente, ele não tinha o mesmo coração puro da loira. Se não fosse por todo o sofrimento de sua esposa, o moreno poderia até sentir-se feliz, pois aliviado ele, com certeza, estava.

— O que eu vou fazer? – Questionou com a voz tomada pelo assombro e desespero.

O que eles fariam? Certamente poderiam declarar que tinha sido em legítima defesa e não seria uma mentira. O sequestro de sua filha, era de conhecimento geral, seria bastante plausível afirmar que sua esposa havia ido atrás da pequena e que as coisas fugiram do controle, como, de fato, aconteceu.

Mas, e se eles pedissem um exame toxicológico e encontrasse os resquícios da droga no corpo do ruivo, o que fariam? Segundo os seus advogados, drogar uma pessoa não era crime, no entanto, o que decorria daquele ato sim. Se a sua esposa se entregasse e atestasse legitima defesa, ainda assim, as coisas poderiam fugir do controle.

Os pais do ruivo estariam com sangue nos olhos e eles eram extremamente vingativos e influentes, uma juíza e um promotor. Se a loira fosse a julgamento, os dois dificultariam demais a vida deles, pois possuíam contatos poderosos.

Além disso, fariam o possível para desacreditá-los diante do júri, diriam que aquele crime era um homicídio qualificado e que, ao drogar o ruivo, ela tinha a clara intenção de mata-lo e que usara o 'boa a noite cinderela' para facilitar o ato. Recorrer a polícia, estava fora de cogitação.

— Nada – declarou –, você não vai fazer nada.

Ele precisava lidar com aquilo sozinho, encobrir o que aconteceu e garantir que ninguém soubesse, mas como o faria?

O primeiro passo seria encontrar um álibi para a sua esposa, alguém que confirmasse estar com ela durante todo aquele dia. Barbara serviria, afinal, ela o devia e nada mais justo do que ajudá-los depois de todo o mal e sofrimento que havia causado.

Em seguida, ele iria para a tal fazenda, limparia tudo e se livraria do corpo, não deixaria que a loira pagasse por algo que, definitivamente, não era culpada.

Esperava que, desta vez, ela tivesse juízo e o esperasse no hotel até que ele voltasse, mas, conhecendo a esposa como conhecia, sabia que ela não fazia o tipo que seguia as regras e obedecia às ordens.

Esperava que, desta vez, ela tivesse juízo e o esperasse no hotel até que ele voltasse, mas, conhecendo a esposa como conhecia, sabia que ela não fazia o tipo que seguia as regras e obedecia às ordens

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