Capítulo 21

155 11 6
                                    

Ela não sabia o que pensar.

Seria muito fácil e cômodo isentar o ex-marido de toda a responsabilidade do que tinha acontecido. Isso era o que queria, mas querer é diferente de poder. Se todos os seus quereres se tornassem realidades, atualmente, estaria feliz, amando e sendo amada pelo melhor amigo, o homem que estivera ao seu lado durante todos os momentos bons e ruins.

Custava-lhe acreditar que não o conhecia como imaginava, por qual motivo nunca tinha visto aquele outro lado do ruivo? Talvez, ele tivesse escondido muito bem. Esperava que o ex-namorado tivesse deixado o seu apartamento, pois, não queria desgastar-se com aquilo e tampouco destruir uma amizade anos.

Fazia cerca de cinco minutos que a amiga havia sido levada, mas ela não conseguira sair daquele lugar, daquele quarto. Tudo o que a grávida tinha dito não lhe saia da cabeça e vários sentimentos, pensamentos e emoções se emaranhavam, deixando-a confusa e inquieta.

Cole surgiu na porta do quarto, embora estivesse abatido e receoso, um sorriso esperançoso tomava conta de seus lábios, deixando-os ligeiramente mais atraentes do que o normal. Ele era uma visão do paraíso, do seu. Outras mulheres poderiam achar exagerada a reação dela com a simples presença do seu ex-marido, mas, desde que o conhecera, ele despertou-lhe sentimentos, emoções e cada centímetro do seu maldito e traidor corpo.

Seria ele inocente daquela traição? Teria ido para a cama com a amiga sem estar em plenos poderes de sua capacidade mental, intelectual e física? Queria acreditar que fosse verdade, pois, assim seria mais fácil deixar de lado todo e qualquer ressentimento e jogar-se nos braços fortes e seguros do homem que amava sem sentir-se culpada ou esperar sempre que o pior viesse a acontecer e destruísse a sua felicidade.

Lili esforçava-se para tentar identificar em que ponto aquele discurso da amiga tornara-se tão familiar. Não, não era o que ela havia dito, mas o misto de sensações que aquelas palavras lhe causaram. Diante das palavras da outra mulher, foi possível identificar um quê de loucura, como se ela fosse capaz de fazer de tudo para ter o moreno, mas, ao mesmo tempo, ela não parecia realmente se importar em ser feliz ao lado dele e isso a deixava confusa e curiosa.

— E então? – O ex-marido pronunciou-se, ao notar que ela não o faria.

— Conversamos... – Por mais que parecesse curioso, ele não a questionou sobre o que conversaram durante tanto tempo. – Pediu para que ela me dissesse que o havia drogado?

— O quê? Claro que não! – Ele parecia indignado e ela prontamente se arrependeu por julgá-lo tão mal. – Por mim, ela teria entrado na sala de cirurgia assim que chegamos no hospital, mas aquela mulher é muito teimosa e insistiu para falar com você primeiro.

— Barbara pediu para que eu cuidasse do bebê, caso acontecesse algo com ela e quero que saiba que cuidarei do seu filho como se fosse nosso – uma emoção diferente surgiu nos olhos do moreno, mas rapidamente sumiu.

— Lil, esse bebê não é meu filho – ele sussurrou e ela pareceu confusa –, ela está de oito meses, é impossível que eu seja o pai da criança, mas, ao que parece, sou o tio – o homem parecia mais feliz do que frustrado.

— Como assim?

— Parece que ela e o Dylan eram amantes ou sei lá – ele riu como se achasse aquilo engraçado e curioso.

Barbara, durante meses, tinha sido a mulher dele, por qual motivo ele pouco parecia se importar? Ela tinha lhe colocado chifres, afinal.

— Ela era a sua mulher, não fica com ciúmes ou raiva por saber que ela era amante do seu irmão?

— Ela nunca foi a minha mulher! – Apressou-se a dizer. – Depois daquele infeliz dia, nunca me deitei na mesma cama que ela e tampouco a toquei. Só tem uma mulher que desperta os meus desejos e para quem todos os meus pensamentos e sentimentos estão direcionados, e essa é você.

christmas reconciliation ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ ❜.Onde histórias criam vida. Descubra agora