[16] Hm torta de morango

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𝙂𝙞𝙪𝙡𝙞𝙖 𝘽𝙚𝙡𝙡𝙞𝙣𝙞Arizona, EUA

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𝙂𝙞𝙪𝙡𝙞𝙖 𝘽𝙚𝙡𝙡𝙞𝙣𝙞
Arizona, EUA

Para mim, Arizona era um lugar de clima quente e seco, mas depois que começamos a caminhar em busca da famosa doceria, percebi estar completamente errada. Hoje estava um pouco frio ali, a cidade estava de luto com a minha chegada? Que bela recepção.

- Pensei que aqui fosse quente - confesso para o moreno, enquanto procuro algum bolso para esquentar a ponta dos meus dedos.

- Eu também não entendo porque hoje está frio, aqui é sempre tão quente - ele parecia pensativo, até se virar para mim com uma expressão brincalhona - Você não é a Elsa, é? - franzi o cenho, entendo logo depois sua pergunta.

- Como você descobriu? - finjo estar surpresa, ouvindo ele rir baixo - Vai demorar muito para chegarmos?

- Só mais alguns minutos.

- Meu casaco não tem bolsos - suspiro derrotada depois de revirar ele por inteiro.

- Mas o meu tem - ele debocha todo metido, e eu arqueio a sobrancelha o encarando indignada.

- Mas é muito metido, ein - retruquei começando a esfregar uma mão na outra, isso que dá não ter nascido com um aquecedor igual ao garoto.

Em um movimento rápido, Miguel agarra uma de minhas mãos fazendo uma concha ao redor dela, esfregando levemente suas palmas na minha mão.

- Bacana, mas eu tenho duas mãos - digo notando que ele só estava aquecendo uma.

- Sua mal agradecida, eu sei disso tá.

- Foi mal - digo - Obrigada por me aquecer Miguelito, meu herói - sou sarcástica, vendo ele revirar os olhos com um sorriso no rosto.

- A gente amputa a outra mão - o encaro boquiaberta, notando ele começar a rir alto.

- Deixa pra lá, eu fico com as minhas mãos frias mesmo - falo, tirando minha mão de suas mãos.

- Me dá isso aqui - ele a pega de novo, se recuperando dos risos.

Continuamos caminhando por mais alguns cinco minutos, até eu conseguir avistar uma toldo listrado em tons branco e preto, após alguns passos pude ver as paredes azuis do lugar. Entramos ouvindo o sininho da porta balançar, nos sentamos nos sofazinhos que ficavam ao lado da janela, por ser em um ponto mais alto, dava pra se ver algumas casas do condomínio. Um rapaz, aparentemente da nossa idade, deixou um pequeno cardápio da nossa mesa.

O encarei desconfortável vendo sua expressão de nojo ao nos encarar, enquanto ele mexia em suas unhas da mão, quebrando o contato visual.

- Você vai querer a torta? - me pergunta Miguel gentilmente.

- Ah claro, quero ver se você tem um bom gosto - brinco, vendo ele devolver o cardápio e pedir a torta.

Para quem não entendeu, durante boa parte do caminho o moreno ficou exibindo uma torta de morango que ele costuma comer aqui. E como eu amo coisas de morango, fiquei doida para experimentar a famosa e adorável torta.

| 𝐀𝐦𝐨𝐫𝐞 𝐌𝐢𝐨 | 𝑀𝑖𝑔𝑢𝑒𝑙 𝐶𝑎𝑧𝑎𝑟𝑒𝑧Onde histórias criam vida. Descubra agora