𝐀𝐑𝐊𝐀𝐃𝐈𝐀 - 𝐵𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 𝐾𝑎𝑡𝑠𝑢𝑘𝑖

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Estava voltando para a agência depois de me despedir de Katsuki, tinha sido uma noite ótima. Conversamos bastante e foi divertido, sempre era divertido quando estava com ele.

Alguns heróis andavam de um lado para o outro com pilhas de papéis sobre os braços, acho que deve ser bem difícil trabalhar com a parte burocrática. Por isso que eu gosto mais da ação, não que papéis sejam chatos, eu gosto muito de mecânica.

Silco tinha ido para casa tentar descansar um pouco e Ekko tinha saído para jantar com Kirishima e ainda não tinha voltado. Pude ver Sevica entendo um copo com café perto do balcão da ária do refeitório, ela parecia cansada.

Subi as escadas até o andar do meu quarto, as crises no elevador tinham parado, na verdade tudo tinha parado. Até as visitas constantes da Vi com opiniões desmotivadoras sobre tudo que eu fazia tinha parado nessas últimas semanas. Isso era estranho. Era como a calmaria antes do tsunami.

E sinto que esse tsunami vai me matar afogada.

Deixei esse sentimento de lado quando tirei a chave do meu quarto do bolso e entrei. Estava do jeito que deixei, tinha tudo que eu precisava aqui e Silco tinha se certificado disse.

Tinha uma cama espaçosa, uma das paredes era de vidro, um sofá pequeno perto da tv, uma penteadeira, no banheiro tinha uma ótima banheira e vários espelhos. Era grande e aconchegante.

Me sentei no sofá tirando meus sapatos e os acessórios que compunham meu uniforme, enquanto caminháva para o banheiro desfiz as tranças. Liguei a banheira e tirei minhas roupas, quando ela estava cheia entrei e apenas fiquei relaxando até a água esfriar.

Estava pensando em novos projetos, estou começando o trabalho de customização de um novo uniforme, um que atenderia a todas as necessidades do meu poder, com uma melhor mobilidade e proteção.

Faria os esboços no dia seguinte ou na semana que vem quando voltar a UA, poderia pedir a opinião de Mei.

Saí da banheira e caminhei até uma mesa onde as toalhas eram colocadas, não tinha molhado o cabelo por já estar tarde demais para secar eles.

Escovei os dentes de cabeça baixa por estar lendo o rótulo da caixa de sabonetes, essas coisas são estranhamente interessantes de se ler.

Cuspi a pasta e sequei minha boca com uma toalha de rosto. Quando levantei minha cabeça olhando para o espelho enquanto ajeitava meus cabelos vi uma linha vermelha rastejar para fora do meu nariz.

Rapidamente limpei com as costas da minha mão, era estranho, isso só acontecia quando eu estava treinando para trazer coisa de Arkadia para esse plano. Tentei ignorar a tontura que me atingiu repentinamente e segui para minha cama desligando todas as luzes no caminho.

Me deitei e não demorou muito para que o sono me atingisse e eu caísse no sono profundo.

[...]

Senti que estava flutuando, era frio e escuro, tinha os olhos fechados por estar cansada demais para abrir.

Tentei respirar fundo e quando o fiz senti a água salgada do mar encher meus pulmões e entrar rasgando meu ser.

Abri os olhos em súbito, eu estava flutuando no fundo do mar. Tentei constantemente lutar em braçadas árduas para cima mas senti todo meu corpo desligando e me fazendo cair ainda mais afundo nesse mar escuro e frio.

Eu tentei, juro que tentei.

Então porque não tentar um pouco mais?

Abri os olhos tentando com todas as forças que me restavam ir para Arkadia.

Foi quando cai no chão da sala do meu quarto e vomitei toda a água do mar que tinha ingerido no processo de me salvar. Vomitei muita água do mar e areia.

O estranho era que eu estava tentando ir para Arkadia, por que apareci na sala do meu quarto?

A não ser que antes eu estivesse em Arkadia.

Fui para lá inconsientimente.

Entrei rápido no banheiro do quarto e lavei meu rosto com a água da torneira tentando acordar. Levantei meu rosto para olhar no espelho na esperança de ver meu rosto soado e olhos vermelhos.

Mas vi a mim.

A Powder de 10 anos.

A Powder que sabia trazer a Arkadia para esse plano, a garota poderosa.

Com o susto acabei caindo no chão e saindo rolando.

Rolando pelos campos de flores de Arkadia.

Me levantei em um pulo quando percebi onde estava, comecei a correr para tentar chegar lá castelo e falar com Lucienne ou Undine.

Pisquei e cai no chão fortemente sentindo uma forte dor na base do meu nariz. Me sentei resmungando e acariciando a ária dolorida quando percebi que bati na parede do meu quarto e que já estava amanhecendo por conta do sol estar batendo no chão ao meu lado.

—Que droga foi essa? - Eu perguntei para mim mesma tentando meu levantar,fui até o banheiro para checar se meu nariz não tinha quebrado.

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