you've got a way

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Eles almoçaram entre uma troca de olhares. Não tinham se tocado, muito menos se beijado. Miguel manteve uma distância para que ela se sentisse segura com ele. Ele tinha feito um peixe, algo leve, com salada e legumes. Nana lhe deu a receita e ele preparou tudo para ele. Angélica ria enquanto ele contava o passo a passo do preparo como um chef de cozinha.

— Pelo menos um de nós é bom na cozinha. — ela disse enquanto levava um legume a boca.

— Pode deixar, meu amor, eu cuido da cozinha. — ele respondeu com um sorriso charmoso.

Angélica sorriu. Ele nem percebia o que aquilo significava para ela. Estava apavorada, mas ao mesmo tempo prestes a se jogar de cabeça no seu sentimento por ele. Era difícil, mas não queria perder nenhum segundo a mais com ele.

Depois do almoço, Miguel guardou tudo dentro do cesto, colocando perto da porta para não esquecer na hora de irem embora. Estava cedo, ele gostaria de passar a tarde toda com ela ali. Estendeu uma coberta no chão em frente ao sofá, se abaixou para acender a lareira enquanto ela sentava no espaço que tinha montado. Miguel finalmente tirou a jaqueta e colocou no sofá, sentando-se ao seu lado.

— Gostou no nosso almoço? — ele perguntou com um sorriso, a puxando par um abraço.

— Adorei. — Angélica respondeu com uma voz apaixonada.

Ela se sentou de modo que suas pernas ficassem sobre o colo do homem. Dessa forma ela podia o olhar melhor. Ele era lindo, nunca se cansaria de olhá-lo como boba. Miguel a olhava de maneira diferente, como se visse o que ela já tinha esquecido que era. A mulher apaixonada, viva, que amava abertamente. Ele tocou seu rosto devagar, e ela fechou os olhos.

— Você é tão linda... — ele disse em um sussurro.

Angélica abriu os olhos devagar com o elogio. Sentiu seu corpo esquentar. Miguel tocou sua nuca em uma carícia suave, e ela sentiu seu corpo ser puxado para perto dele, uma força desconhecida que a fazia querer entrar em sua pele. Quando percebeu, estavam perto, suas bocas quase colando, suas respirações ofegantes. Miguel a olhou nos olhos, eles diziam o quanto ela queria isso, uma permissão silenciosa.

Ela segurou o rosto dele, o beijando. Já tinham se beijado antes, mas dessa vez era diferente. Não tinha ódio, nem picuinha, nem disputa. Eles estavam abertos, sabiam de seus sentimentos um pelo outro. Esse beijo tinha amor. Ela sentia, ainda que não conseguisse falar em voz alta.

Miguel estava com as costas apoiadas no sofá, e ela se sentou sobre ele. De frente para ele, Angélica o tocava em todos os lugares, enquanto Miguel a puxava contra ele, a apertando, sentindo seu corpo como há dias fez nessa mesma cabana. As mãos fortes percorriam as costas dela, passavam por seus seios suavemente, sem ultrapassar o respeito.

Angélica sentia o desejo dele crescendo contra ela. Se afastou ofegante, Miguel a olhou apreensivo. Seus olhos verdes, aqueles malditos olhos, estavam escuros, o entregando mais ainda. Angélica olhava para ele de maneira intensa, a boca entreaberta, ofegante. A ruiva levou as mãos devagar para a própria camisa, desabotoando os primeiros botões. Miguel ficou encantado, mas ao mesmo tempo segurou suas mãos.

— Tem certeza? — ele perguntou.

— Tenho... quero ser sua... bem aqui.

O homem deixou um suspiro de alívio sair, e afastou as mãos dela para que ele mesmo tirasse a camisa. Os olhares não se desgrudavam, Miguel deu de cara com um sutiã preto de renda. Olhou surpreso e ela sorriu.

— Juro que foi sem querer. — ela disse, rindo.

Miguel sorriu, mas logo seu rosto foi tomado pela desejo. Desceu a camisa pelos braços dela. A ponta de seus dedos tocavam a pele devagar, sentindo a maciez. Miguel se inclinou e beijo seu ombro, Angélica acariciava seu cabelo, os olhos fechados. O agrônomo levou as mãos até o feixe do sutiã. Ele era lindo, mas queria aquilo fora. Queria vê-la. Afastou aquele empecilho, se afastando do pescoço dela para olhar a pele recém revelada.

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