I don't know what you want, dont leave me hanging on

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Angélica tinha acabado de arrumar a sala de TV. Ela e Caio tinham feito uma zona, e quando os pais do menino chegaram ele já estava dormindo profundamente. Berenice e Duplex agradeceram por ela ter ficado com ele naquele dia, prometendo compensarem. Angélica apenas sorriu para os amigos, e disse que estaria no escritório caso eles precisassem de mais alguma coisa naquela noite.

A ruiva sentou-se em sua cadeira, olhando para a mesa que há alguns dias tinha uma finalidade completamente diferente e muito mais prazerosa. Miguel tinha um fogo a ser explorado e aos poucos ela deixava suas inseguranças de lado para se entregar a isso.

Sentiu o celular vibrar no bolso e sorriu, era ele: vem para minha casa, estou na biblioteca pensando em você.

Ela riu, claramente os pensamentos não eram nada puros.

''Está tarde.''

''Venha logo''. Em um tom de ordem, Angélica sentiu o corpo tremer por completo. Olhou no relógio, era tarde mas não muito.

Não demorou para ela estar na porta da casa dele, descendo do carro. Viu o carro de Pedro se aproximar, sorriu ao ver Fernanda descendo. Pedro desceu logo em seguida.

— O que faz aqui? — Fernanda perguntou com um sorriso enquanto a abraçava.

— Seu irmão me chamou, acho que é saudade. — ela respondeu.

— Achei que tivessem passado o dia juntos... — Pedro questionou sorrindo.

Angélica apenas sorriu esperta, fazendo os dois rirem.

— Ótimo... vamos entrar... Pedro, fica mais um pouco... — Fernanda pediu e o homem não pôde dizer não.

Mas quando entraram na casa, Fernanda já sabia que tinha algo errado quando viu duas garrafas de vinho vazias na sala e suspiros vindos da biblioteca. A casa estava toda em meia luz. Fernanda começou a entrar em pânico.

— Não...

— Fernanda? — Angélica questionou ao ouvir os suspiros se tornarem gemidos.

A ruiva caminhou devagar em direção ao som.

— Angélica espera. — Fernanda foi atrás.

A porta da biblioteca se abriu e a cena que passava na sua frente poderia ter sido facilmente tirada de um filme de terror. Lá estava Miguel, o homem que há horas a beijava e a adorava, aos beijos com outra, completamente nu. Ele tinha os olhos abertos, consciente, beijava Gisele como se a quisesse há anos e só agora tinha tido acesso ao seu tesouro. Angélica sentiu uma facada em seu peito.

— Miguel! — Fernanda gritou.

A ruiva sentiu a presença de Pedro atrás dela, a segurando para não cair. Suas forças foram embora, sua visão ficou turva. Era aquele sentimento todo de novo, mas pior. Porque ela amava Miguel como nunca amou Diego. Porque ela confiou no agrônomo como nunca confiou no engenheiro.

Miguel se afastou de Gisele rindo, enquanto a morena colocava a camisa que ele usava rapidamente, já que também estava nua. Fernanda olhava para o irmão com nojo, mas sabia que nada daquilo era culpa dele. No chão ela via mais uma garrafa de vinho. De alguma maneira Gisele tinha conseguido embebedar Miguel, e esse era o resultado.

O Miguel de dez anos atrás.

— O que? — ele perguntou sem entender o porquê daquelas pessoas o olharem, nem tinha a consciência de que estava nu. — Eu só estou me divertindo, Ana... não precisa se preocupar.

Angélica não entendia mais nada, se desvencilhou de Pedro devagar, caminhando para fora da casa. Pedro a seguia.

— Angélica... Angélica, espera! — ele exclamou ao vê-la abrir o carro.

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