Last night I saw you dressed in white

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Miguel balançou a mão com a dor que sentiu. Ver o homem caído no chão trouxe memórias de todas as brigas que ele já se envolveu. Mas era diferente, aqui defendia Angélica, não brigava por puro ego. Seja lá o que aquele verme veio fazer aqui, recebeu o que merecia. A reação dela, porém, não foi o que ele esperava. Longe disso. Angélica empurrou Miguel e foi até Diego.

— O que você fez? — ela gritou, mexendo em Diego, que aos poucos voltava a si e colocava a mão no olho onde doía.

— Esse canalha não tinha nem que estar aqui! — Miguel falou.

— Quem decide isso sou eu, Miguel! — Angélica estava decepcionada. — Diego pode ser uma das últimas pessoas que eu queria ver, mas isso não justifica um soco.

— Vai defender esse babaca...

— Vou! — ela falou firme, se colocando na frente dele. — Porque nas minhas terras eu que digo quem vai e quem fica... eu quero você fora daqui.

Miguel não precisava ser dito duas vezes para saber que não era bem vindo aqui. O que tinha que resolver já tinha sido resolvido, o soco no babaca tinha sido um bônus de visita. Olhou para Angélica uma última vez, não se arrependia de sua atitude, achava que Diego merecia sim, mas sabia que ela não era fã de resolver as coisas assim.

Angélica viu o agrônomo subir no cavalo e ir embora. A última coisa que olhou foi a mão do moreno, que inchava devido ao soco. Ele precisaria colocar gelo, ela pensou. Mas aquele problema não era seu. Voltou-se para Diego, que já estava em pé e com uma cara de dor. Suspirou. Odiava ter que cuidar do babaca, como Miguel falou, mas infelizmente ela não era alguém de deixar as pessoas na mão.

— Vem, vou colocar gelo nisso aí. — ela o guiou até dentro de casa.

Zenaide colocava algo dentro da geladeira quando viu o rapaz entrando na cozinha. O olho começava a inchar e ela se perguntou o que diabos tinha acontecido.

— O que aconteceu com você? — ela perguntou direta.

— Miguel. — disse Angélica simplesmente.

Diego olhou para Zenaide e sorriu, estendendo a mão.

— Sou Diego.

A mulher apenas o olhou de cima abaixo com desgosto.

— Eu sei quem você é. — ela disse simplesmente, se voltando para Angélica. — Querida, vou dar uma olhava na produção de queijos, qualquer coisa Maria Antônia está na biblioteca fazendo um trabalho.

— Fica tranquila, tia, logo Berenice volta do passeio também.

Zenaide saiu pelos fundos e deixou os dois sozinhos na cozinha. Angélica pegou uma bolsa de gelo no freezer e entregou para Diego. O homem pegou e colocou no local, fazendo um som de dor que não comoveu muito o coração de Poderosa. Angélica o olhou bem.

— Confesso que eu gostaria de ter te dado um soco também. — ela disse em um tom calmo.

Diego olhou para ela e sorriu sem graça.

— É... eu acho que mereci mesmo.

— O que você ainda faz aqui? — ela perguntou séria.

O engenheiro respirou fundo.

— Conheci Olympia... ela disse estar precisando de um engenheiro para algo em sua fazenda, é um projeto curto... acho que vou ficar.

Aquilo pegou Angélica de surpresa. De todas as possibilidades, ela nunca imagino que Diego fosse querer ficar em Monte Castelo. Ele era tão moderno, tão aventureiro, que uma vilinha como essa poderia facilmente leva-lo à loucura. Esse certamente não era o Diego que conheceu há anos e com quem se casaria.

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