wicked game

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Gisele caminhava de um lado para o outro, olhava o celular, atenta ao horário. Tinha falado para Tereza que iria dar uma volta, não poderia demorar, ou mandariam alguém atrás dela achando que estava perdida.

— Isso que dá depender de empregado, olha o atraso desse infeliz...

— Não precisa se preocupar, princesa... — ela ouviu a voz de Leandro atrás de si e se voltou para ele de braços cruzados.

— Seu atraso pode me comprometer. — ela disse firme.

— Estou aqui, é só falar.

Leandro se apoiou no muro do estábulo abandonado e esperou. A patricinha da cidade tinha entrado em contato com ele para saber de Angélica, e juntos eles perceberam que tinham um ponto em comum: queriam afastar Miguel da ruiva. Leandro estava apaixonado, e sentia que a ruiva só estava encantada com o agrônomo pelo dinheiro. Aquela pose de durona não o enganava. Ela o queria também, ele sentia. E Leandro sempre conseguia as mulheres que queria, com essa não seria diferente.

— Temos que entrar em ação logo, sabe onde sua preciosa ruiva está? — Gisele falou nervosa.

— Não.

— Enfiada Deus sabe lá onde com Miguel. Ele adoeceu e ela cuidou dele, agora estão juntos!

— Nós vamos dar um jeito...

— Precisamos de um plano, algo rápido e eficiente.

Leandro pensou um pouco e logo olhou para Gisele com um sorriso.

— Quão bem conhece Miguel? — ele perguntou.

— O que quer dizer?

— Seu amor tem alguns segredos, e um ponto fraco... o álcool. Quer ganhar? Embebede o caipira, tire fotos, me mande. É muito simples. Certamente Angélica não sabe com quem está se envolvendo.

— Que história é essa? De onde tirou isso? Miguel não bebe.

Leandro se aproximou de Gisele, a prendendo contra a parede, deixando a patricinha ofegante com a proximidade. Era sempre assim, elas diziam não querer, mas era só ele chegar perto que elas caíam em seu charme.

— Eu investigo todos que entram no meu caminho, tenho meus meios. Só faça o que eu estou dizendo quando for oportuno.

Gisele o puxou quando ele tentou se afastar, Leandro sorriu.

— Sou homem de uma mulher só. — ele falou de maneira provocante.

— Quem vê pensa.  — ela respondeu antes de puxá-lo para um beijo.

Miguel acariciava o rosto dela, Angélica tinha a mão em seu peito. Recuperavam o fôlego devagar. Ele nem conseguia acreditar no que tinham feito, não parecia ter sido desse mundo. Nunca tinha sido assim, nunca tinha sido tão bom.

— Foi... foi bom? Pra você? — ouviu a voz dela chamando sua atenção.

Ele a olhou surpreso. O que era isso? Onde ela estava na última meia hora para estar lhe perguntando uma coisa dessas? Era aquela insegurança que ele viu mais cedo, e que parecia acompanha-la em alguns momentos. Miguel a puxou para cima dele, a prendendo em seu abraço.

— Você ainda tem alguma dúvida? — ele levou a mão para seu rosto, afastando seu cabeço delicadamente.

Ela desviou o olhar e Miguel percebeu.

— Ei... o que aconteceu para você ficar assim? — ele perguntou. — Foi alguma coisa que eu fiz? Se foi eu peço perdão... ás vezes eu sou um bruto sem perceber.

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