I'm jealous of the rain

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Angélica olhava para o fogo da lareira enquanto sentia o corpo forte atrás do seu. Eles não tinha se preocupado em coloca roupas, o calo dos dois era suficiente para esquentar a alma. Sentia os dedos dele acariciando a lateral de seu corpo devagar, sentindo a maciez. Ela fechou os olhos devagar, como era bom estar aqui com ele.

— Parece um sonho... — ouviu a voz dele rouca atrás dela.

Riu.

— Considerando os sonhos que eu tenho tido... não me surpreenderia. — ela respondeu, se virando para ficar de frente para ele.

Miguel acariciou o rosto dela, encantado, hipnotizado. Os olhos dela tinham estrelas que brilhavam no meio do escuro, iluminando sua vida, guiando seu coração de volta para casa. Ele suspirou, e ela acompanhou seus movimentos. Miguel pegou sua mão e a uniu com a dele.

— Eu... comecei a usar cocaína logo que entrei na faculdade... — ele disse em um sussurro, para que só ela ouvisse, nem ao menos sua sombra. — Na minha cabeça aquilo era controlado... só para estudar... só para fazer as provas.

Angélica o olhava atenta.

— Ana tentou me tirar disso... sabia que estava me destruindo. Acabamos nos envolvendo.

— Miguel... — Angélica tentou chamar sua atenção para fazê-lo entender que ele não precisava contar se não quisesse.

Mas hoje ele iria até o fim.

— Ana morreu após uma discussão nossa em uma festa. Entrou no carro de um bêbado e acabou sofrendo um acidente.

Então esse foi o fim de Ana, Angélica pensou. A ruiva se aproximou mais de Miguel, o abraçando. Ele deitou no chão e ela se colocou sobre seu corpo, deitada. Acariciou o rosto dele, os olhos verdes estavam em paz, ao contrário do que ela esperava. Ele tinha contato tudo e ela se sentia no dever de compartilhar sua história também. O beijou rapidamente antes de começar a falar.

— Diego e eu nos conhecemos em um evento... foi instantâneo... rápido. Achávamos que era amor... até não ser mais. — ela acariciava o rosto dele, mas seu olhar era perdido. — Me largou no altar... poderia ter sido a pior dor daquele dia... mas eu estava grávida e acabei perdendo o bebê.

Miguel a apertou contra ele. Sabia da história, mas ouvir da boca dela fazia uma raiva subir de novo, como se descobrisse tudo agora.

— Quando você me perguntou sobre filhos... é tudo que eu mais quero, mas ao mesmo tempo...

— Não está pronta... — ele concluiu.

Ela o puxou para um beijo quente. Se sentou em seu colo e Miguel acompanhou o movimento, se sentando também, prendendo os braços ao redor do seu corpo. As mãos passeavam livre, unhas provocavam, dedos apertavam. Se separaram ofegantes, olhos escuros.

— Eu te quero de novo. — ela sussurrou contra sua boca. — Mas dessa vez na minha cama.

Ela se inclinou para beijar seu pescoço.

— No meu chuveiro. — ela sussurrou em seu ouvido. — No chão do meu quarto.

Miguel a apertou contra ele.

— Angélica... — gemeu seu nome ao senti-la rebolar contra ele.

— Vamos... vamos para casa.

Os dois se vestiram em meio a beijos e provocações, em uma dessas Angélica terminou sentada na mesa, gemendo o nome dele enquanto os dedos do agrônomo estavam entre suas pernas. Depois de muito esforço, e com o fim da chuva, os dois montaram em seus cavalos, cavalgando no escuro até a casa da ruiva. Entraram em casa rindo, mas o clima que encontraram era completamente diferente da alegria que viviam.

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