(mergulhei no oceano do pecado e me senti uma tilápia.)
Enquanto Arnaldo conversava animadamente com o entregador de pizza que era um de seus grandes fãs, Veríssimo considerava trancar o 'amigo' do lado de fora da casa.
Seu corpo estava levemente dolorido e cheio de mordidas, Arnaldo não era exatamente um cachorro mas as vezes gostava de agir de maneira semelhante. Enquanto estava enfiado em seus devaneios ouviu o telefone tocar novamente, se levantando e prontamente o atendendo.
Alguns minutos se passaram e Arnaldo retornou com a pizza, estranhou não ver o companheiro em lugar nenhum e então saiu procurando pela casa, achando o outro no escritório.– Ordem?
– Infelizmente.
– O que aconteceu?
– Nada preocupante, só algumas papeladas.
– Certo.. – Adentrou o escritório e começou a explorar o lugar, olhou os livros das prateleiras, as fotos que em grande parte se tratavam da dupla
Arnaldo continuou passeando pelo cômodo enquanto Veríssimo assinava e revisava vários documentos. Em dado momento Arnaldo cansou de olhar o lugar e então se sentou numa cadeira que ficava de frente a mesa de Veríssimo.
– Vai demorar?
– Provavelmente.
– Hmm.. – Suspirou frustrado e ficou em silêncio encarando o outro por um bom tempo, em certo ponto foi se espreguiçar e sua perna acabou acertando a de Veríssimo – Desculpa.
– Não se preocupa.
Silêncio novamente, mais uma vez esticou a perna, dessa vez propositalmente procurando a perna do outro. A encontrou e foi "despretensiosamente" subindo o pé até tocar a coxa do companheiro.
– Você não tem nada pra fazer? – Perguntou segurando o pé de Arnaldo
– Hoje eu tirei a noite pra ficar com você, então não.
– Atencioso da sua parte, mas eu realmente estou ocupado agora.
– Insensível.
– Eu sou insensível? Você forçou tanto o meu braço pra trás que até agora tá doendo.
– Quer uma massagem pra melhorar? – Abriu um sorriso malicioso
– Você é impossível cara.. – Soltou o pé do outro e então se levantou
– Nossa, já terminou?
– Não, mas também não vou conseguir se você ficar aqui me encarando como um cachorro sem dono.
– Cachorro? Eu te chamo de amor e você me chama de cachorro?
– Ah pelo amor de Deus, a gente não tem mais idade pra ficar fazendo birra, levanta logo dessa cadeira.
– "Ain porque a gente não tem mais idade..." – Se levantou foi atrás do amigo
Veríssimo ia andando para a cozinha quando sentiu Arnaldo puxar seu braço e o arrastar para outro lugar.
– Não vamos comer?
– Eu vou.
– Cara, se você só queria transar não deveria ter me feito pedir uma pizza.
– Podemos comer ela mais tarde ou manhã quando voltarmos da Ordem.
– Você vai vir pra cá amanhã também?
– Claro.
– Pra um ator famoso e um dos cabeças da ordem você é bem desocupado.
– Não sou desocupado, só tenho você como minha prioridade.