"Amigos" que se pegam pt.2

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(mergulhei no oceano do pecado e me senti uma tilápia.)

  Enquanto Arnaldo conversava animadamente com o entregador de pizza que era um de seus grandes fãs, Veríssimo considerava trancar o 'amigo' do lado de fora da casa.
  Seu corpo estava levemente dolorido e cheio de mordidas, Arnaldo não era exatamente um cachorro mas as vezes gostava de agir de maneira semelhante. Enquanto estava enfiado em seus devaneios ouviu o telefone tocar novamente, se levantando e prontamente o atendendo.
  Alguns minutos se passaram e Arnaldo retornou com a pizza, estranhou não ver o companheiro em lugar nenhum e então saiu procurando pela casa, achando o outro no escritório.

– Ordem?

– Infelizmente.

– O que aconteceu?

– Nada preocupante, só algumas papeladas.

– Certo.. – Adentrou o escritório e começou a explorar o lugar, olhou os livros das prateleiras, as fotos que em grande parte se tratavam da dupla

  Arnaldo continuou passeando pelo cômodo enquanto Veríssimo assinava e revisava vários documentos. Em dado momento Arnaldo cansou de olhar o lugar e então se sentou numa cadeira que ficava de frente a mesa de Veríssimo.

– Vai demorar?

– Provavelmente.

– Hmm.. – Suspirou frustrado e ficou em silêncio encarando o outro por um bom tempo, em certo ponto foi se espreguiçar e sua perna acabou acertando a de Veríssimo – Desculpa.

– Não se preocupa.

  Silêncio novamente, mais uma vez esticou a perna, dessa vez propositalmente procurando a perna do outro. A encontrou e foi "despretensiosamente" subindo o pé até tocar a coxa do companheiro.

– Você não tem nada pra fazer? – Perguntou segurando o pé de Arnaldo

– Hoje eu tirei a noite pra ficar com você, então não.

– Atencioso da sua parte, mas eu realmente estou ocupado agora.

– Insensível.

– Eu sou insensível? Você forçou tanto o meu braço pra trás que até agora tá doendo.

– Quer uma massagem pra melhorar? – Abriu um sorriso malicioso

– Você é impossível cara.. – Soltou o pé do outro e então se levantou

– Nossa, já terminou?

– Não, mas também não vou conseguir se você ficar aqui me encarando como um cachorro sem dono.

– Cachorro? Eu te chamo de amor e você me chama de cachorro?

– Ah pelo amor de Deus, a gente não tem mais idade pra ficar fazendo birra, levanta logo dessa cadeira.

– "Ain porque a gente não tem mais idade..." – Se levantou foi atrás do amigo

  Veríssimo ia andando para a cozinha quando sentiu Arnaldo puxar seu braço e o arrastar para outro lugar.

– Não vamos comer?

– Eu vou.

– Cara, se você só queria transar não deveria ter me feito pedir uma pizza.

– Podemos comer ela mais tarde ou manhã quando voltarmos da Ordem.

– Você vai vir pra cá amanhã também?

– Claro.

– Pra um ator famoso e um dos cabeças da ordem você é bem desocupado.

– Não sou desocupado, só tenho você como minha prioridade.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora