"Amigos" que se pegam

1.2K 87 128
                                    

(Arnaldo x Veríssimo) (não questionem)

  E finalmente mais um dia cansativo na ordem chegava ao fim, Veríssimo não via a hora de chegar em casa e capotar no sofá até o dia seguinte. Estava prestes a entrar em seu carro quando ouviu alguém gritar seu nome, uma voz que ele já conhecia muito bem.

– Ia embora sem me esperar? – Arnaldo perguntou se aproximando

– Não, mas ficar parado na frente do carro seria um pouco idiota.

– Tá de mau humor, meu querido?

– Não, só tô cansado.

– Não parece.

– Não pareço cansado?

– Não, cansado você parece, tá acabadasso, tô falando que não parece estar de bom humor.

– Ah cala a boca e entra logo antes que eu te atropele.

  Arnaldo apenas sorriu e então ambos entraram no carro e foram conversando durante toda a viagem até a casa de Veríssimo.

– Lar doce lar. – Arnaldo falou jogando seu sobretudo numa mesa e então se atirando no sofá

– Posso perguntar o porquê de você gostar tanto de ficar aqui?

– Não é óbvio? Porque você tá aqui também.

– ... Não vou questionar.

  Veríssimo apenas saiu andando para a cozinha, pegou duas cervejas na geladeira e então voltou para a sala, atirando uma das latinhas em Arnaldo que por muito pouco conseguiu pegá-la antes de atingir seu rosto.
   Arnaldo ficou sentado no sofá e então Veríssimo se sentou ao seu lado.

– Ainda é quinta-feira, tem certeza que quer beber?

– O dia foi estressante hoje, eu preciso relaxar.

– Tem outras maneiras de fazer isso. – Pegou a latinha da mão do outro e colocou as duas encima da mesinha de centro

– Ah não, nem vem, minhas costas já estão acabadas o suficiente.

– O que? Eu ia falar que a gente podia só ver um filme e comer pizza, o que você pensou?

– Eu..? Não pensei em nada.. pizza de que? – Veríssimo se levantou e foi caminhando até uma mesa no canto da sala onde ficava o telefone

– Hmm, calabresa?

– Certo. – Discou o número e então a moça atendeu

– Pizzaria 4:20, Boa noite, qual seu pedido?

– Boa noite, uma pizza GG metade calabresa e metade quatro queijos.

– Senhor, não temos todos os queijos disponíveis no momento então não estamos servindo a quatro queijos, pode escolher outro sabor?

– Tem alguma sugestão?

– Sim, só um segundo.

  Enquanto Veríssimo estava conversando no telefone, Arnaldo observava as costas do "amigo", já fazia algum tempo (5 dias) que não o via sem aquele maldito casaco e todas as outras peças de roupa que cobriam a maior obra de arte que ele já tinha visto.
  Tentou desviar sua atenção mas não conseguiu, a vontade de provocar o outroo sempre era mais forte que ele. Se levantou e foi até o homem que parecia estar distraído ouvindo a moça falar os sabores de pizza. Abraçou a cintura do outro e, propositalmente, deixou seus corpos o mais próximos possível, empurrando levemente Veríssimo contra a mesa.

– Que porra é essa? – Veríssimo sussurrou afastando um pouco o telefone

  Arnaldo não respondeu, apenas desceu uma das mãos até o cinto de Veríssimo e começou a abrir a fivela.

– E então senhor, qual sabor você prefere? – A moça perguntou fazendo Veríssimo voltar a se concentrar

– A ligação estava péssima, pode repetir por favor?

– Claro.

– Tira a mão daí Arnaldo. – Voltou a sussurrar para o outro

– Não tô com vontade.

– A gente faz isso quando eu terminar o pedido.

– Agora eu me interessei. – Deu um beijinho na nuca do outro e então se afastou

  Veríssimo terminou o pedido, de acordo com a moça a pizza chegaria em 50 minutos. Mal desligou  o telefone quando sentiu novamente Arnaldo abraçando sua cintura.

– Era isso que você queria desde que a gente saiu do carro, estou certo?

– Certíssimo, agora cumpra sua palavra.
 
– Então pelo menos deixa eu me mexer.

– Tira logo esse casaco.

– O que você tem contra meu casaco?

– O mesmo que tenho contra qualquer roupa sua, elas atrapalham.

– Ah claro, vou andar pelado por ai só porque você quer.

– Não quero, qualquer um poderia ver o seu corpo, e esse é um privilégio que só eu posso ter.

– Me larga logo e para de falar esse tipo de coisa.

– Que tipo de coisa? Que só eu posso comer você? Eu tô errado?

– Eu prefiro me jogar da sacada a responder essa pergunta.

– Tá legal, não quero mais. – Largou Veríssimo e voltou a se sentar no sofá

– Você não vai.. puta que pariu. – Já conhecia o lado "birrento" do amigo, mas essa era a primeira vez que via ele fazendo drama por algo tão fútil – Qual foi o problema?

– Nenhum.

– Então por que você tá assim?

– Nada.

– Sério isso?

– Isso o que?

– Arnaldo.. o que você quer?

– Nada.

– Tá legal.. – Se sentou do lado do outro, nem mesmo tinha falado nada ainda porém já se arrependia das palavras que sairiam de sua boca naquele momento – Eu sou seu, só seu e de mais ninguém, satisfeito?

– Repete? Não escutei direito.

– Não vou repetir isso.

– Então nada feito.

– ..a gente acabou de chegar do trabalho praticamente, quer tomar banho comigo?

– Quero.

– Então isso você escutou?

– Chega de drama, vamos pro banheiro?

– Mas era você quem estava fazendo drama, e eu não vou pra lugar nenhum.

– Eu ainda consigo te levantar?

– Não tenta isso da última vez você me derrubou, eu posso ir andando.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora