Memórias nunca morrem.

835 97 72
                                    

( Aida vou postar 2 extras, mas é só isso mesmo. Obrigado.)

Os 5!

  Uma câmera velha com o visor quebrado, estava empoeirada e provavelmente não prestava mais, mesmo se voltasse a ligar todos seus arquivos estariam provavelmente corrompidos.
  Já fazia quanto tempo que ela estava ali? 25 anos? Algo assim provavelmente. Por que ninguém entrava ali? Não era um prédio tão assustador assim. Uma tempestade ameaçava cair, anunciando isso com raios e trovões além dos fortes ventos.
  Um raio fez a sala se iluminar levemente, cadeiras caídas, sangue seco em alguns lugares e, um pouco mais afastado da velha câmera, havia uma marreta de madeira, cupins rodeavam seu cabo e os aros de ferro estavam enferrujados. Mais distante, um taco de beisebol quebrado, alguns pedaços de arame enferrujado ainda estava presos na peça de madeira, mais distante ainda um boné, tão sujo que nem era possível indentificar sua cor. Um óculos quebrado aqui, uma bandana vermelha rasgada ali, uma faixa azul manchada de sangue jogada no canto.
  Onde estariam os donos dessas coisas hoje em dia? Ainda estavam vivos? Ainda existiam? Estavam nessa realidade? Não tem como saber, eles provavelmente não vão voltar.
  No silêncio daquele lugar abandonado, passos de coturnos são ouvidos. Alguém entra na sala, pega a câmera e usa um ritual de energia qualquer para tentar ligar ela novamente. A câmera liga, prontamente exibindo um vídeo cheio de ruído, era quase impossível saber o que se passava já que as rachaduras na pequena telinha atrapalhavam.

"– Ei, Xande, que cê quer fazer? – Guizo perguntava animado, filmando o amigo

– Dormir. – Xande se deitou no chão da van

– Novidade. – Lírio comentou, jogando uma bolinha de papel no skatista

– Não procura, Lírio. – Dara repreendeu o amigo enquanto ligava a van

– Deixa eles. – Chico falou enquanto mexia no rádio, pondo uma música de sua banda favorita: The Pression"

  E assim a gravação acaba, tentando acessar outros arquivos, todos estavam corrompidos.

– Achou alguma coisa, Arthur? – Dante entrou na sala

– Sim, mas.. não é algo importante. – Pôs a câmera encima da velha mesa do lugar

– Acho que não tem nada aqui, não mais.

– Certo, vamos embora então, esse lugar tá me deixando triste.

  E assim os dois saíram, deixando novamente o lugar silencioso e morto. A câmera encima da mesa ligou novamente, exibindo dessa vez uma gravação diferente, e assim ficou por alguns minutos até desligar novamente, dessa vez para nunca mais ligar. Estava tudo bem, tudo que aquela câmera tinha era apenas registros de memórias de pessoas que já não estavam mais aqui, mas que com certeza continuavam juntas.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora