Já faz um tempo né?
— Quem é Guizo? — O rapaz questionou se sentando na mesa onde seu grupo de amigos se encontrava
— Como você não sabe? — Outro jovem se juntou a mesa
— Não sabe o quê? — Dessa vez uma garota com traços orientais foi quem perguntou, também se juntando a mesa
— Quem é o Guizo.
— Eh? O ator pornô? Que usa aquela máscara vermelha com preto, que cobre a parte superior do rosto?
— Tá sabendo hein Lucas? Sabendo DEMAIS...
— Quem não sabe?
Enquanto uma conversa vaga e desnecessária se iniciava entre quase todos os participantes da mesa, uma garota sentada próxima do lugar se retraía, claramente incomodada com o assunto alheio.
.
.
.
< Transmissão encerrada >
— ...que tristeza. — Foram as palavras ditas, de forma arrastada, após um longo suspiro cansado — E aí Siri, acenda as luzes do estúdio.
A resposta que obteve foi o mais resoluto silêncio e as luzes do lugar continuaram desligadas.
— Siri? — novamente apenas silêncio — Poxa...
E totalmente derrotado o falso ruivo se levantou da cama de casal e foi até o interruptor, desligando as luzes de led vermelhas que anteriormente iluminavam o cômodo e agora acedendo as luzes normais do lugar. Encarou o quarto relativamente bagunçado e sentiu sua preguiça aumentar ainda mais, tudo bem que aquela bagunça era unicamente sua mas ainda assim era frustrante limpar todo o cômodo.
— Siri? — Indagou novamente antes de caminhar até a bancada no canto do quarto onde seu celular se encontrava, pegou o aparelho e antes que pudesse desbloquear o mesmo recebeu uma ligação de sua irmã
— Porra Gui, que demora! Tava com o celular enfiado no rabo?
— O celular não. — Começou a encarar a própria mão enquanto ria silenciosamente da falta de reação ou resposta da irmã, conseguia imaginar perfeitamente a expressão incrédula da garota — Mas enfim, o que você queria, maninha?
— Queria te convidar pra beber hoje, mas se você estiver.. “cansado” ou “trabalhando”, tudo bem. — O ênfase nas palavras denunciava as aspas imaginárias que estava usando
— Que nada, eu realmente estava com vontade de beber hoje, onde vamos?
— Pode ser no seu ap? Tô sem ânimo pra ir em algum bar mas ainda quero encher a cara.
— Pode sim, você sabe que é sempre bem vinda aqui mas.. Dara, aconteceu algo que eu deveria saber?
— Nossos pais, a faculdade.. o de sempre.
— Entendi. Eu vou ter que sair pra comprar algumas coisas e as bebidas então a gente pode se encontrar no supermercado?
— Huhum, e eu posso chamar alguns amigos?
— Claro. Bom, vou tomar um banho rápido e vou sair, te vejo em 30 minutos.
— Certo, obrigado.
A garota desligou e Guizo ia largar o aparelho mas viu uma notificação que chamou sua atenção, o deixando inconscientemente preso no celular por mais tempo do que deveria. Quando percebeu que faltavam apenas 10 minutos para dar o horário que deveria se encontrar com Dara, saiu correndo do quarto que chamava de estúdio e apenas bateu a porta, esquecendo-se de trancar a mesma.
