Injustiça (One-shot)

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Mais uma brisa errada pra vocês.

Era uma uma manhã nublada e fria, resultado do temporal que havia caído no dia anterior. Dara, Lírio e Chico dormiam desajeitados no sofá, tinham passado a noite assistindo à vários filmes e nem sequer perceberam quando apagaram.
No andar de cima, mais especificamente no quarto de Guizo, Xande cutucava a bochecha do ruivo tentando o acordar, estava muito preguiçoso para se levantar e tentar acordar o namorado com um beijo. Após tentar inúmeras vezes e nada, deu um tapa "fraco" na cara de Guizo que acordou assustado e se afastou subitamente, caindo da cama.
Guizo se levantou e nem falou nada, apenas pôs a mão nas costas reclamando da dor em sua coluna, murmurou palavras indecifráveis e se deitou novamente, dessa vez afundando a cara no cobertor. Xande ficou encarando o homem por uns bons minutos, decidindo que talvez era melhor apenas deixá-lo dormindo tranquilamente, mesmo que estivessem atrasados para ir falar com Morato. Fechou os olhos e deixava o cansaço tomar seu corpo novamente, dormindo rapidamente. Se assustou quando foi desperto por alguém passando por cima de si e se lançando para fora da cama.

- Xande, a gente tá atrasado! Por que você não me acordou??

Xande apenas o encarou com um olhar nada amigável e se levantou, indo para seu quarto se arrumar. Guizo foi o primeiro a descer as escadas encontrando os outros três dormindo tranquilamente no sofá. Se aproximou e tocou no ombro de Dara, que abriu os olhos minimamente e murmurou um "que?".

- O Morato, a gente tá atrasado.

- .. o Morato é cachorro velho.. volta a dormir... - Dara respondeu de maneira manhosa e então fechou os olhos novamente

Ter se levantado cedo por praticamente nada foi a coisa mais triste que lhe aconteceu, Guizo subiu as escadas de volta e foi para o quarto de Xande, se jogando na cama e considerando tentar voltar a dormir.

- A gente não vai? - Xande perguntou se sentando na cama

- Não, tudo isso pra nada.

Os dois deram um suspiro frustrado, agora o sono já tinha ido embora, a chuva ameaçava voltar a cair e os outros estavam dormindo. Guizo continuou encarando o teto por uns bons minutos até ouvir Xande assobiando, olhou para o ondulado e viu ele dando dois tapinhas em sua coxa.

- Vem aqui.

Levantou, deu a volta na cama e se sentou no colo do outro, vendo Xande abrir um sorriso estranho.

- Tira. - Xande falou olhando para a camisa do outro, Guizo obedeceu novamente

Iniciaram um beijo calmo, permaneceram assim até Xande dar dois tapinhas no ombro do outro, indicando que queria que ele saísse de seu colo.

- Ajoelha. - Xande falou usando o pé para bater no chão algumas vezes, indicando onde queria que Guizo ficasse

E novamente o ruivo apenas obedeceu, ficando agora de joelhos no chão, entre as pernas de Xande que estava sentado na cama ainda com seu sorriso suspeito.
Levou a mão até o rosto de Guizo pressionando o polegar contra os lábios deste, dando a entender que queria que ele abrisse a boca, e assim o ruivo o fez. Pousou o polegar bochecha e enfiou o dedo indicador e o do meio na boca do outro, que sinceramente não estava entendendo nada porém estava gostando. Xande usou os dedos para "brincar" com a língua de Guizo por algum tempo.

- Não é normal você ser tão obediente assim. - Comentou tirando os dedos da boca do outro, vendo um fio de baba se dissipar

- Então aproveita. - Guizo respondeu e continuou no mesmo lugar

- Não preciso mandar você fazer isso né? - Xande perguntou alternando o olhar entre o volume no meio de suas pernas e Guizo

Agora foi a vez do ruivo abrir um sorriso estranho, Guizo se levantou e pegou sua camisa de volta, deixando Xande no mínimo confuso.

- Pra descontar o tapa que cê me deu hoje mais cedo. - E então Guizo mostrou o dedo do meio e saiu do quarto

- Tá me zoando.. - Xande murmurou assistindo o outro sair

E assim pelo resto do dia Guizo teve que lidar com o olhar frustrado de Xande, os outros não tinham a menor ideia do que estava acontecendo mas com certeza tinham percebido que tudo que Xande fazia naquele dia parecia mil vezes mais dramático que o de costume.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora