Extra - Discussão

791 78 127
                                    

(Oh, Wattpad, por que me odeias? Por que exclui minhas postagens?? Eu não aguento mais, socorro....)
(Gritosdedoreagonia.mp4)

  E mais uma vez Calisto era arrastado para uma das missões estranhas de Morato, odiava ter que acompanhar o moreno mas temia deixá-lo sozinho, afinal, Morato era tão idiota que nunca era possível saber qual seu próximo passo.

  Estavam invadindo uma casa que em teoria era abandonada, mas praticamente todos os adolescentes da cidade iam até o local para fumar, beber, dar festas estranhas e afins. Enquanto Calisto analisava a cozinha do lugar, deixou Morato descer para dar uma olhada no porão do lugar, uma péssima ideia.

  Ouviu o moreno chamar seu nome e então desceu até o lugar, era um porão grande, empoeirado e muito, muito fedido. No teto do lugar um grande símbolo era o "charme" da decoração, enquanto Calisto tirava uma foto do símbolo, Morato caminhou até uma mesinha que ficava no centro do lugar, olhou um pó branco um tanto suspeito espalhado na superfície.

– O que cê acha que é isso aqui? – Perguntou para Calisto enquanto apontava a lanterna para a mesa

– É a porra de um porão coberto de poeira, Morato, o que você acha que é? – Respondeu nem mesmo olhar para a mesa

– Poeira branca?

– Poeira tem uma cor específica por acaso?

– Ah.. – Se afastou um pouco da mesa, ficou pensativo, voltou para perto do móvel novamente, aproximou o rosto e simplesmente cheirou o maldito pó – Caralho..

– O que? – Calisto se virou para o amigo que estava espirrando – O que você fez..?

– Cheirei o negócio.. cara eu não bem. – Se apoiou na mesa

– Você cheirou? VOCÊ É BURRO?! – Se aproximou do outro

– Você disse que era poeira.

– E por que caralhos você queria cheirar poeira? – Apontou a lanterna para o olho de Morato, constatando que a pupila do amigo estava dilatada

– Meu olho, arrombado. – Fechou os olhos tentando ignorar a luz

– Que desgraça cara, eu tiro o olho de você por um minuto e acontece isso.

– Exatamente, a culpa foi sua, mas eu te desculpo porque você é gostoso.

– É melhor você calar a sua boca antes que eu quebre ela...

  Em resposta Morato levantou as mãos em sinal de rendição, Calisto deu um suspiro exausto e chamou o outro de volta para o carro, era inviável prosseguir uma investigação com o parceiro drogado.

– Te levar pra ordem nesse estado é a mesma coisa que pedir pro Veríssimo arrancar sua cabeça, o que eu faço com você?

– Eu tenho uma sugestão.

  Calisto olhou desanimado para o colega esperando qualquer ideia idiota, mas ao invés disso, Morato segurou sua nuca e o puxou para mais perto, dando um selinho rápido em sua boca e se afastando minimamente, esperando permissão para continuar.

– Você tá drogado, me nego a encostar um dedo em você assim, imbecil. – Se afastou mesmo a contragosto

– Cê é chato pra caralho hein. – Morato se ajeitou no banco e ficou olhando para o teto do carro – Me leva pra casa.

– Você já é insano quando tá normal, não vou te deixar sozinho desse jeito.

– Porra, você gosta de me agredir verbalmente né?

– É que fisicamente seria crime.

– Se me odeia tanto deveria parar de andar comigo.

– Não quero.

– Então para de ser cú doce, puta que pariu.

– Ah não, vai tomar no cú Morato, você é a última pessoa no mundo que pode falar isso.

– E você acha que tá numa posição diferente? Você é lerdo pra um caralho.

– E você é burro pra porra, o que cê precisa pra entender que eu realmente gosto de você muito mais do que só como  amigo?

– Eu preciso que você fale, tá achando que sou algum tipo de Sherlock Holmes pra resolver mistério filho da puta?

– Ah, vai pro caralho.

– Vai a merda.

  Ficaram em silêncio por alguns minutos até Morato começar a rir.

– Bateu de vez?

– Acho que sim.

– Cara.. quer ir pra minha casa?

– Quero, faz tempo que não vou lá.

– É, da última vez que cê foi lá você espancou meu vizinho.

– Que dia bom.

– Bom..? Ah que se dane. – Decidiu não iniciar outra discussão e apenas ligou o carro e começou a dirigir para casa

  Chegando lá, deixou o carro na garagem e ambos entraram na casa.

– Vou usar seu telefone, tenho que avisar meus meninos que não vou na pizzaria hoje.

– "Meus meninos". – Repetiu sorrindo de canto

– Vai se fuder vai, licença. – E saiu cambaleando e quase batendo a cara na parede ou caindo diversas vezes no percurso

  Enquanto Morato ligava para Os 5, Calisto decidiu ir para a cozinha fazer café, já estava a umas duas horas sem tomar café e sua cabeça estava doendo.

  Alguns minutos se passaram e Morato apareceu na cozinha, se sentando encima do balcão enquanto assistia o outro tomar café.

– Tem umas 5 cadeiras ali.. – Calisto comentou

– E daí?

– Ah, foda-se, faz o que cê quiser.

  E para sua surpresa, Morato não fez nada, absolutamente nada, apenas ficou quieto o observando terminar o seu café.

– Terminou?

– Sim... – Respondeu um tanto desconfiado enquanto colocava a caneca no balcão, bem ao lado de Morato

– Ótimo. – Passou as pernas pela cintura de Calisto, o puxando para mais perto do balcão

– Já disse que não vou fazer isso.

– Só um beijo não tem problema, né? Não seria a primeira vez.

– Aquilo não foi um beijo, você tava morrendo afogado imbecil.

– Você colocou sua boca na minha, isso se encaixa no conceito de um beijo.

  Calisto tinha uma resposta, mas não valia a pena discutir com Morato assim, então apenas atendeu ao pedido do colega e iniciou um beijo lento que aos poucos foi evoluindo, evoluindo até demais.

  Se separaram quando o ar faltou mas mantiveram seus rostos próximos um ao outro.

– Satisfeito?

– Você tá?

– ...não.

– Então não tem porque parar, a gente pode ficar só nos beijos por hoje, assim sua consciência não pesa.

– Essa foi a primeira coisa inteligente que saiu da sua boca essa semana.

  Voltaram a se pegar e assim ficaram até ambos estarem cansados o suficiente para conseguirem dormir.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora