Extra - Gatinho

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(Spoiler = o próximo vai ser de Morato x Calisto)

  Guizo estava conversando com Morato e mostrando algumas gravações referente a uma missão que tinham feito a algumas horas atrás, o diálogo seguia normalmente até Xande, que apareceu do nada, abraçar Guizo pelas costas, pousando a cabeça no ombro do mesmo e começando a encarar Morato.
 
  Enquanto o falso ruivo não falou nada e parecia nem sequer se importar por já ser um comportamento natural do skatista, Morato estava quase tendo um ataque. Muitas coisas irritavam o moreno, mas no topo dessa lista estava "ficar de vela", puta merda como ele odiava esse tipo de situação.

  De fato ele era um homem deveras hipócrita considerando que, quando estava com Calisto, era extremamente meloso e grudento. Sempre ignorava todos a sua volta para ficar aos amassos com seu "ruivinho", como gostava de o chamar.

  Enquanto Guizo falava e Morato nem sequer prestava atenção, já que estava focado no olhar de Xande que parecia propositalmente estar fazendo aquilo para o irritar, o skatista abaixou minimamente a máscara e deu um selinho demorado no pescoço do outro.

– Ah não, puta merda Alexandre, agora já é demais, que porra é essa? – Falou demonstrando abertamente sua indignação

– Não fiz nada, não precisa brigar.. – Para a surpresa de Morato, a voz do garoto soava realmente arrependida e as orbes azuis do mesmo pareciam tristes

– Morato.. ele tá com febre e você sabe como o Xande é quando tá doente. – Guizo falou enquanto se virava para o skatista e o abraçava, lhe dando um selinho e sussurrando algumas coisas do tipo "calma, tá tudo bem."

– O que tá acontecendo? – Lírio questionou aparecendo na porta da van

– O Xande tá triste porque o Morato brigou com ele, mas tudo sob controle.

– Porra Morato, o skatista é irritante mesmo as vezes mas não precisa fazer o garoto ficar triste.

– Quem tá triste? – Dara perguntou aparecendo ao lado de Lírio

– O Xande, Morato fez ele chorar. – Lírio respondeu

– Morato! – A garota repreendeu o moreno que fez uma cara confusa

– Sabe o que é isso? – Chico apareceu ao lado dos outros dois – Inveja. Tá putinho porquê o ruivinho dele tá em missão com a Ordem e não pôde vir.

– Vai se ferrar, Chico. – Ia se desculpar com Xande mas no instante em que olhou o casal novamente e viu Guizo distribuindo selinhos pelo rosto do outro que tinha um sorriso bobo no rosto, se revoltou outra vez, mas se controlou – É melhor você levar o Xande pra sua casa e cuidar dele, Guizo, é mais seguro pra saúde dele.

– Mas a febre não é tão alta, acho que a gente pode ficar até o fim da missão.

– Não precisa, eu insisto. – Repetiu quase que num tom de ameaça

– Ah.. tudo bem? Dara, pode levar a gente pra minha casa?

– Claro.

Q D T ~

  Guizo calmamente passava manteiga em seu pão de forma, uma coisa simples que estava um pouco mais difícil por ter Xande grudado em si, se esfregando como um gato que queria carinho. Assim que terminou sua pequena tarefa, se virou para o outro e usou a mão livre para fazer cafuné nos seus cabelos ondulados.

  Era interessante ver a reação de satisfação de Xande, que apenas afundava o rosto em seu ombro e ficava bem quieto, apenas conseguia sentir a respiração do outro contra seu pescoço.

  Terminou de comer e tomou seu achocolatado, ouviu um murmúrio de insatisfação quando cessou o cafuné para ir lavar as mãos e as outras coisas. Novamente uma tarefa simples que se tornava difícil pois Xande se negava a solta-lo.

  Quando finalmente terminou, e secou as mãos, tocou na mão de Xande e percebeu que ele parecia um pouco mais quente, checou a temperatura do outro e de fato sua febre estava aumentando.

– Amor, acho que seria bom você tomar um banho, tomar um remédio e ir descansar um pouco.

– Não gosto de remédio.

– Mas você precisa tomar. – E como uma criança birrenta, Xande o largou e saiu andando para a sala, se sentando no sofá olhando para o nada

  Guizo deu uma risada anasalada e o seguiu, já sabia bem como lidar com as birras do namorado. Se sentou no colo de Xande e passou os braços pelo pescoço do ondulado, instantaneamente sentiu as mãos do outro agarrando sua cintura, mesmo que ainda não olhasse para seu rosto, aquilo nunca falha.

  Manteve uma das mãos na nuca do outro e posicionou a outra no seu rosto, não precisou de muito esforço para fazer o ondulado olhar para si. Selou os lábios do outro com o que inicialmente era só um selinho e ficou esperando pacientemente Xande perder o controle, o que felizmente não demorou.
  Logo o ondulado começou a aprofundar o beijo e o falso ruivo obviamente correspondeu, continuaram nisso até Xande passar as mãos por debaixo da camisa de Guizo, este que tirou rapidamente as mãos dos ombros do outro e segurou seus pulsos, impedindo o avanço e logo separando o beijo.

– Hm? – Xande parecia confuso

– A gente só vai fazer se você tomar o remédio e descansar.

– Por que você deixou de me amar? – Xande murmurou frustrado encarando Guizo como um cachorro abandonado

– É exatamente por te amar que eu quero que você tome o remédio, você não pode fazer isso? Por mim? – Retribuiu o olhar manhoso

– Golpe baixo.

  Guizo deu uma risada baixa e então mais um selinho em Xande, saindo do colo do outro e indo até a cozinha pegar o comprimido e um copo d'água.
  Depois de Xande enfim tomar o comprimido, Guizo se sentou um pouco distante dele no sofá, o convidando para deitar a cabeça em seu colo. Obviamente Xande aceitou o convite e em poucos minutos acabou por adormecer, Guizo continuou fazendo carinho nos cabelos do outro, em seu rosto o sorriso bobo que entregava a deus e ao mundo o quão apaixonado era pelo skatista.

Interferência - SDOLOnde histórias criam vida. Descubra agora