Capítulo 6

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*Casa dos Dursley – 5 de julho*

Harry estava na sala de estar com seus tios e primos, os Dursley, e achava que nunca tinha os visto tão nervosos.

Dois dias antes, Fawkes, a fênix de Dumbledore, aparecera subitamente na frente do garoto durante o jantar quase matando Tia Petúnia do coração, fazendo Tio Valter dar um grito estrangulado e Duda cair da cadeira. Harry, porém, tinha ficado animado com a visita inesperada, ele adorava Fawkes, e tinha ficado ainda mais contente com as notícias que a ave trazia.

O diretor havia mandado uma carta avisando que iria mandar alguém o buscar e que, esperançosamente, Harry nunca mais teria que voltar para a rua dos Alfeneiros. Desnecessário dizer que essa era a melhor notícia que recebera desde o convite dos Weasley para ir à Copa de Quadribol no ano anterior.

Seus tios e primo também haviam ficado satisfeitos com a possibilidade de nunca mais terem que vê-lo, o que levava ao que está acontecendo neste momento.

Tia Petúnia estava vestindo um vestido de gala enquanto seu marido e filho usavam ternos normalmente reservados para festas na empresa que o tio trabalhava, mas que agora eram usados com o único propósito de receberem algum bruxo que viria pegar o rapaz magricela de cicatriz na testa.

Harry, por sua vez, estava usando suas roupas folgadas de sempre e estava com seu malão e a gaiola com Edwiges em um canto da sala, longe do tio que andava de um lado para o outro, vermelho e lançando olhares desconfiados para a lareira.

Esses olhares não eram de se espantar, no verão anterior o Sr. Weasley havia explodido metade da sala ao tentar sair, junto com os filhos, da lareira bloqueada, mas a preocupação de Valter Dursley se mostrou despropositada quando a campainha da casa tocou.

Duda se encolheu perto da mãe, se lembrando de suas experiencias anteriores com bruxos, primeiro ganhando um rabo de porco e depois quase se sufocando com a própria língua, que não parava de crescer. Por outro lado, Harry se apressou para a porta, simplesmente feliz por finalmente sair daquela casa.

Para a alegria do jovem, quem estava lá era Remo Lupin, antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas e um dos melhores amigos de seu falecido pai, e um grande cachorro negro, que balançava o rabo alegremente.

- Professor! Almofadinhas! – exclamou Harry, com um grande sorriso.

- Olá Harry! – responde Remo com um sorriso – Nenhum problema, eu espero.

Antes que Harry pudesse responder, o cachorro pula em cima dele, animadamente, latindo. O garoto é derrubado pelo peso do cão, que começa a lamber a cara do rapaz, balançando o rabo loucamente.

- Ai! Almofadinhas! Também estou feliz em te ver, mas se acalme! – disse Harry, rindo, enquanto acariciava os pelos do grande cachorro, e então se vira para Remo e diz – Nenhum problema, professor, tenho escutado o telejornal e lido a capa do Profeta Diário, mas não tem tido nenhuma notícia sobre... aquilo.

O rosto do homem mais velho, se fecha e o cachorro rosna.

- Talvez seja melhor entrarmos para falar sobre isso- disse Remo, olhando para os lados.

Harry, finalmente se lembrando de que ainda estavam na soleira da porta, se levanta e guia o lobisomem e o cachorro para a sala, onde os seus parentes trouxas esperavam. Chegando lá, ignorando completamente os olhares de desgosto de Tia Petúnia ao ver o cachorro e a cara vermelha de tio Valter, o garoto se dirige para a janela e fecha bem as cortinas.

- Pode voltar ao normal agora, Sirius! - diz ele, olhando para o cachorro.

Logo, no lugar do cão havia um homem de cabelos negros, barba bem-feita e roupas muito bem arrumadas, um verdadeiro contraste em relação à última vez que o rapaz tinha visto o padrinho. Tia Petúnia dá um grito estrangulado, que é ignorado. O homem abre os braços sorrindo e Harry não hesita antes de abraçá-lo.

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