Capítulo 37

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Ao final do jantar, um menino do segundo ano da Sonserina abordou Percy no final do jantar, pedindo, sussurrando, para falar com ele sozinho.

Percy ficou chocado quando percebeu que a voz dele era a mesma que ele havia escutado antes, mesmo assim ele não hesitou em falar com o menino sozinho.

O coração do semideus se apertou com a história do garoto, Benjamin Smith, os pais haviam sido bruxos, mas morreram muito cedo e ele foi morar como o único parente vivo que ele tinha, um tio que é um aborto.

O homem era um amargurado e se ressentia da magia, tratando o sobrinho como pária. A esposa dele era uma trouxa que não sabia nada sobre a existência de magia até a carta de Hogwarts, ela tratava Benjamin como se fosse filho dela antes e não parou com a descoberta da magia. Ela tentava protege-lo, mas era um alvo do marido também.

Percy sentiu uma raiva profunda dentro do peito. Ele abraça o menino e fala com ele suavemente. A história o lembrava de Gabe. Ele faria tudo o que pudesse para salvar Benjamin e a tia daquele lugar.

No dia seguinte, a primeira coisa que ele fez foi falar com Quíron, que disse que acionaria alguns antigos contatos na área, que fariam uma denúncia anônima sobre violência doméstica. O Centauro prometeu informar Percy sobre o andamento do caso.

Mais tarde, como era sábado, os americanos e seus amigos se reuniram na beira do lago. Os semideuses aproveitavam para treinar esgrima, arco e flecha e lanças (com poderes e sem poderes), juntando uma pequena multidão ao redor.

Grover era o único que não estava lá, tendo decidido ir para a floresta e já tentar fazer contato com os centauros, ele voltou apenas para o almoço antes de entrar na floresta de novo.

A tarde já estava pela metade quando um sereiano colocou a cabeça para fora do lago e disse, naquela língua deles:

- Pequeno Príncipe, Lorde Tritão está te esperando.

- Estou indo, obrigado por me informar – disse Percy, sorrindo.

O sereiano voltou a mergulhar e Percy se virou para os amigos dizendo:

- Tenho que ir agora. É sobre aquilo.

Por "aquilo", ele queria dizer sobre o treino com tridentes, mas só os americanos, Harry, Hermione e os Weasley entenderam, deixando todos os outros completamente confusos.

Percy deu um selinho em Annabeth e, sem esperar resposta, mergulhou no lago de roupa e tudo, sem pensar duas vezes.

O fundo do lago era ainda mais bonito do que o lado de fora e Percy foi logo cercado por seus habitantes, peixes, lula, sereianos etc.

Tritão estava ali também, e o irmão mais velho logo engolfou o mais novo em um abraço apertado.

Quando os dois se afastaram, Tritão disse:

- Perseu, o que aquela mortal energúmena fez com você? Sua mão está bem?

- Vocês viram aquilo? – Percy perguntou – Eu estou bem. Will curou todo mundo e ela foi presa.

- Claro que vimos aquilo! – exclamou Tritão – Temos mantido um olho em você, se esqueceu? E prisão é pouco para ela, mesmo uma tão terrível quanto Azkaban. Como ela ousa? Machucar você. Papai a amaldiçoou no mesmo instante. Ela nunca mais vai conseguir nem mesmo encostar em uma gota d'água. Nunca vai saciar sua sede. Por mais terrível que Azkaban seja, eles ainda dão de comer e beber para os prisioneiros. Tio Hades a amaldiçoou também, por machucar o filho dele. Acho que todos os deuses com filhos ali a amaldiçoaram.

Percy sentiu um frio percorrer sua espinha, mas talvez seja por estar próximo da divindade ou por Umbridge ter penas proibidas que poderia usar para torturar crianças como Benjamin, ele não se importou tanto com a notícia.

- Tritão, eu preciso te contar uma coisa – Percy diz, seriamente – O sangue que a pena que eu usei puxou tinha traços de dourado.

- Percy, você está ascendendo. – disse Tritão, solenemente – É natural que seu sangue esteja mudando, isso vai ajudar a sentir menos dor durante a transição. Se todo o sangue mudasse de uma vez, seria muito mais doloroso.

Percy pausou e disse:

- Ok, isso faz sentido. Mas se ainda não ascendi, não explica por que depois eu escutei a voz de um menino dentro da minha cabeça e depois o dito menino veio falar comigo.

Tritão parecia atônito, mas feliz:

- Essa voz que você escutou é uma prece, uma oração. O menino pode nem ter percebido que o fez, mas se você já pode escutá-lo, então é porque o motivo da prece tem a ver com um dos seus domínios.

- E tinha – murmurou Percy, tristemente – Mas eu pensei que eu só pudesse receber preces depois da ascensão.

- Você já recebeu seus domínios – explicou Tritão – então você já pode escutar preces, mesmo que no seu corpo humano você não possa fazer muita coisa.

Sentindo que o irmão caçula começaria a pensar demais, Tritão mudou o assunto com agilidade, voltando a atenção de Percy para a arte de lutar com tridentes. 

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