Capítulo 14

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*1 de Agosto – Castelo de Leeds*

Gina, Rony e Hermione acharam Harry no campo de quadribol, montado em sua Firebolt, voando a esmo pelo lugar.

A ruiva nem pensa duas vezes. Ela pega uma vassoura e se junta ao moreno no ar. Eles não conversam, apenas voam juntos, sendo observados pelos outros dois.

Quando Harry sente que pode lidar com uma conversa, ele pousa, sendo logo seguido por Gina.

Rony e Hermione abraçam fortemente o amigo.

Os três jovens se separam, mas não dizem nada por um tempo, até Rony quebrar o silêncio dizendo:

- Cara, se você quiser conversar sobre tudo aquilo, eu estou aqui por você. Sabe disso não sabe?

- Eu sei... – responde o moreno, reticente – mas eu realmente não gosto de falar sobre a minha infância.

- Então não vamos falar sobre ela – afirma Gina, decidida – Vamos falar de como podemos nos vingar deles sem usar magia.

O olhar de Hermione assume um brilho travesso e vingativo nada característico da garota (mas que Rony reconheceu a expressão como a que ela fez pouco antes de botar fogo nas vestes de Snape. Não que ele estivesse prestando atenção. Claro que não).

- Tenho certeza de que podemos pensar em alguma coisa – afirma ela.

Harry não pode deixar de rir. Os Dursley não saberiam o que os atingiu.

- Podemos ajudar – eles escutam as vozes idênticas dos gêmeos Weasley dizendo. O quarteto se vira e se depara com os heróis e os irmãos caminhando até eles.

- É! – concorda Leo – Conte com a gente!

Todos os outros heróis concordam.

Harry sorri para eles, mas ainda está chateado por não ter sido avisado sobre a cicatriz.

- Harry, eu te devo uma desculpa – fala Nico – Nós avisamos Dumbledore tantas vezes sobre não guardar segredos de você, que assumi que ele teria lhe falado.

- Além disso, Nico não nos contou nada sobre a sua cicatriz e o plano dele, então não escondemos coisas de você de propósito – explica Annabeth.

- E por que tem que ser esse anel? – pergunta Harry, franzindo a testa – Não posso sacrificar uma coisa minha no lugar?

- Ah. Bem. Poder, você pode. – responde Will – Mas tem que ser algo valioso e que o deus goste.

- O anel, como o Nico já falou, ajuda a controlar fantasmas, algo que é interessante para o deus que ninguém mais tenha. – acrescenta Jason – Além de ser o primeiro presente que Nico recebeu de seu pai, o que o torna muito valioso.

Os bruxos ficam boquiabertos com a explicação. Harry se sente extremamente tocado por Nico estar dispostos a pedir o item para ajudá-lo.

Como que para ecoar os pensamentos do afilhado, a voz de Sirius é ouvida:

- Você estaria disposto a perder esse anel para ajudar o Harry?

O grupo de adolescentes se virou, só então percebendo a chegada dos adultos.

Nico concordou solenemente e explicou:

- Para um deus aceitar uma oferenda, tem que ser algo importante para a pessoa, mas também tem que ser algo que interesse o deus, tendo alguma conexão com ele. O único objeto que o Harry tem que se encaixa na categoria é a capa de invisibilidade, mas como a capa foi um presente do próprio deus para seus filhos e descendentes, ele ficaria ofendido com a oferta.

- Da mesma forma, se o objeto ofertado tiver sido obtido como uma benção de outro deus, como o meu manto ou o boné da Annabeth, o deus que deu a benção ficaria ofendido, então não é uma oferenda possível. – acrescentou Reyna.

- Mas então o anel não deveria estar fora de cogitação? – perguntou Hermione, franzindo a testa.

- O anel foi um sinal de que eu fui reclamado – explicou Nico – Não foi uma benção e não é um item dado especificamente para mim, mas um presente padronizado para os filhos de Hades. Então não tem problema.

Essa informação surpreendeu até mesmo os semideuses que nunca tinham perguntado como ele conseguiu o anel.

Hazel era a única que sabia, mas apenas porque ela também recebeu um presente de reclamação, nada relacionado ao deus, mas um novo kit de desenho, que Plutão a presenteou depois da guerra contra Gaia, quando ele podia reconhecer que ela estava viva depois de passar anos morta. Não foi algo como o anel, porque ela não foi reclamada da maneira típica de um semideus.

- Você tem certeza de que não há problema? – questiona Harry.

Ele não tinha conversado muito com Nico, mas o rapaz estava disposto a perder um presente do pai para ajudá-lo.

- Absolutamente – respondeu Nico – Você quer fazer isso agora? Ou você quer fazer isso depois?

- Acho melhor fazer isso agora – responde o moreno – quanto mais cedo me livrar disso, melhor.

- Concordo – disse o filho de Hades – Mas antes, tem alguma coisa estranha vindo... dele... que possa ser importante? Algum pensamento ou emoção?

Harry franze a testa, pensa um pouco e diz:

- Na verdade, toda noite eu sonho com o mesmo corredor.

E então ele descreve o corredor e Nico diz que vai ficar de olho no corredor em seus sonhos.

- Agora, sobre a invocação – disse Nico – seria melhor se nem todo mundo estivesse presente.

- Não vamos deixar o Harry sozinho – protestaram Rony, Hermione, Gina, Sirius, Molly, Arthur e os gêmeos.

- Talvez seja melhor Remus, Fred, Jorge e o Sr. e a Sra. Weasley não estarem presente – diz Piper, gentilmente – Rony, Hermione e Gina podem dar o apoio emocional que Harry precisa e Sirius é o padrinho dele e, portanto, o adulto responsável. Não há necessidade de mais ninguém ficar.

Molly quis protestar, mas um olhar de Clarisse e ela se calou.

De repente, os olhos de Rachel ficaram verdes, a fazendo cambalear.

Por sorte, nenhuma profecia veio, mas assim que seus olhos voltaram ao normal, ela disse:

- Percy, você deveria estra presente. Não sei exatamente o porquê, mas é importante que você o encontre novamente, ele terá algo para lhe dizer. E... Annabeth, você deveria estar com ele para o caso de...

- ... Algum flashback acontecer – disseram o casal referido, ao mesmo tempo.

Nem tão surpresos assim por serem necessários.

Era sempre assim.

- Vamos fazer isso – concorda Percy.

Molly abraça Harry e logo o grupo que iria para a invocação segue para a área de churrasco, onde queimariam a oferenda, e o restante segue de volta para o castelo. 

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