Capítulo 20

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*3 de Agosto – Apartamento de Sally Jackson e Paul Blófis*

Antes de bater na porta, Percy pausa e pergunta para o pai:

- O que eu falo para ela? Ela sabe que eu estou com você?

Ele se sentiu ficar ansioso.

Como Sally reagiria? E Paul?

Poseidon colocou uma mão no ombro do filho e disse:

- Eu disse para ela que você estava comigo assim que que cheguei no meu castelo com você. Vai ficar tudo bem. É só repetir o que Tanatos disse e sobre a reunião. Ela vai entender. Paul Baiacu também.

- Paul Blófis – corrigiu Percy, mas ele sorria.

- Que seja – retrucou Poseidon retribuindo o sorriso.

Percy respirou fundo e bateu na porta.

Sally a abriu quase imediatamente e, vendo quem era, envolveu o filho em uma abraço apertado (o máximo que conseguia com a barriga de grávida)

- Percy. Você está bem? O que aconteceu?

- Uh... – ele disse – Talvez seja melhor conversar sobre isso sentados.

Sally notou, então, que eles ainda estavam no batente da porta e os puxou para dentro de casa. Paul estava lá também e ele imediatamente abraçou Percy e cumprimentou Poseidon.

Os quatro se sentaram nos sofás. Sally ao lado de Percy e os outros dois em duas poltronas separadas.

- Então? O que aconteceu? – ela perguntou calmamente.

Percy, então, contou tudo. Desde o que Tanatos falou, o que ele tinha feito no Tártaro, a reunião com os deuses. Tudo.

Sally e Paul ouviram tudo, sem interromper. Assim que Percy terminou o relato, Sally o abraçou.

- Eu sempre soube que você estava destinado a grandes coisas, meu filho, mais do que essa vida de guerras e sofrimento. Agora, sabendo que eu não vou te perder do dia para a noite, eu posso finalmente, relaxar – ela disse com a voz tremendo.

- Nós dois podemos – acrescentou Paul, afinal ele ama Percy como se fosse o filho biológico dele – De tudo que eu ouvi, se tem alguém que merece ascender, de ter esse poder esse alguém é você, Percy.

- Eu não quero poder – protestou Percy.

- E é justamente por isso que você é digno dele. Você não quer poder, então você não vai abusar dele – fala Paul, sorrindo.

Poseidon sorria, orgulhoso do filho e feliz que Sally havia, finalmente, conseguido um bom parceiro.

Percy abraçou a mãe e gesticulou para Paul se juntar ao abraço.

Os três ficaram assim por algum tempo, e quando se separaram, Sally olhou para Poseidon e disse, seriamente:

- Cuide bem do nosso filho.

- Eu vou – disse o deus do mar solenemente.

Ela encarou o ex por tempo, antes de concordar com a cabeça. E se virando para Percy, ela perguntou:

- Você já avisou o Quíron?

- Não. Ainda não. – o rapaz disse – Viemos para cá direto da reunião.

- Bem, você deveria manda uma mensagem de íris para ele. Eu o avisei que você estava com Poseidon e ele ficou bem preocupado – os olhos dela se encheram de diversão – ele parece uma galinha com seus pintinhos de tanta preocupação.

Poseidon cai na gargalhada.

- Ele realmente parece. – o deus diz.

Percy sorri e diz:

- Eu vou ligar para ele.

Ele, então, se levanta e vai para a cozinha, onde ele faz um arco-íris e chama Quíron.

O centauro fica claramente mais relaxado assim que vê Percy.

- Percy? Você está bem? Sua mãe e Annabeth me disseram que teve um ataque de pânico e estava com Poseidon e depois Dioniso foi convocado para uma reunião de emergência sobre você e ainda não voltou.

- Eu estou... Bem. Na medida do possível – respondeu Percy, e então explicou tudo sobre a fala de Tanatos, e a reunião.

- Você e Annabeth vão ascender? – o rosto do centauro se iluminou – Sei que não é algo que nenhum de vocês dois queria, mas estou feliz que não vou ver vocês partirem.

- Todo mundo fica me dizendo isso – fala Percy – mas eu recusei a imortalidade por um motivo. Eu queria envelhecer, ter filhos e morrer. Ir para o Exilio. Descansar.

- Eu sei, Percy, eu sei – suspira o centauro – mas algumas coisas são inevitáveis. Alguns dos campistas mais jovens já me perguntaram se você era um deus. Assim que a notícia se espalhar, não tenho dúvidas de que todos eles irão celebrar e começar a te mandar oferendas.

Percy fica chocado com a informação.

- Quê? – ele pergunta, incrédulo.

- Eles te amam e te admiram, Percy – sorri o centauro – Você trouxe esperança e amor para a vida deles. Você se importa em saber o nome de cada semideus e legado, grego ou romano. Trata todos igualmente. Não é uma surpresa.

- Isso é o certo a se fazer – protesta ele.

- Sim – concordou Quíron – mas, infelizmente, não é a norma. – Os olhos dele brilham com alegria – Agora, vocês vão ascender. Isso não significa que você e Annabeth não terão filhos. E eu espero que vocês os tragam para me visitar com frequência. Eu quero ser avô, mesmo que não biologicamente.

- Uhm... Certo – diz Percy, corado.

Um monte de xingamentos em grego é ouvido ao fundo no acampamento.

- Eu devo ir ver o que está acontecendo – suspira o centauro – Boa sorte, Percy.

E com isso, ele encerrou a ligação.

Ainda meio corado, ele volta para a sala e encontra Paul tentando ensinar Poseidon a jogar poker.

Percy se junta eles, tentando ensinar o pai a blefar, mas não tem como disfarçar o humor do mar; se ele está calmo ou bravo; e com as expressões de Poseidon são a mesma coisa.

Depois de algumas horas de conversa e comida (Sally fez seus famosos cookies e guardou alguns para Anfitrite, Tritão, Leia e Bethy) Poseidon e Percy se despendem e voltam para o reino do mar. 

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