União de Dois Mundos

Capítulo 21

*4 de Agosto – Castelo de Leeds*

Todos estavam extremamente preocupados com Percy, mas principalmente Annabeth Grover.

O Sátiro conseguia sentir as emoções do melhor amigo e disse que parecia que ele estava passando pelos 5 estágios do luto.

No dia seguinte ao que Percy havia sido levado pelo pai, Grover estava tomando o café da manhã, quando disse de repente:

- Oh... Ele está em negação.

Apenas para pouco depois dizer:

- E agora ele está com raiva.

Essas duas emoções se alternaram pelo resto do dia, acompanhados por um pouco de barganha.

No dia seguinte, as emoções sentidas por Grover haviam sido confusão, tristeza e então aceitação.

Essas emoções, é claro, deixam todos ainda mais preocupados, mas na noite anterior Percy havia enviado uma mensagem de íris para Annabeth. Ele aparentava cansaço estremo e disse que tinha novidades, mas que as contaria presencialmente e que Poseidon o levaria de volta no dia seguinte. Ele também pediu para o diretor levar para o castelo de Leeds uma penseira, que seria mais fácil mostrar do que falar.

Então, no momento, todos estavam reunidos perto do lago, para recebe-lo de volta.

Não demorou muito e Poseidon e Percy apareceram na frente deles.

Todos se curvaram para o deus, menos Annaebth (claro todos os jovens queriam abraçar Percy, mas eles deixariam Annabeth ter esse momento, ela tinha passado os últimos dias anormalmente quieta e se assustando com qualquer barulho) que correu Para Percy e o envolveu em um abraço apertado.

O jovem retribuiu o abraço, acariciando os cabelos da namorada e beijando o todo de sua cabeça, dizendo que tudo estava bem.

Ele sabia que esses dias tinham sido difíceis para ela, depois da guarra eles nunca tinham se separado por tanto tempo, um dependendo de ver o outro ali, vivo e bem, para ficarem calmos.

Nenhum dos dois percebeu que estavam chorando, mas Grover sentiu suas emoções. Eles não estavam chorando por tristeza, mas de felicidade e alívio por se verem novamente.

Quando o casal se separou, todos os sorriam para eles, inclusive Poseidon, cujos olhos eram calorosos.

- Eu devo ir agora – disse o deus – Percy, eu ficarei de olho em você e Tritão irá te visitar com frequência para te treinar.

E com isso ele desapareceu, deixando todos os outros confusos.

- É uma longa história – suspirou Percy, enquanto abraçava fortemente os amigos. – Vocês vão entender melhor depois de verem as memórias, mas... Eu queria mostrar para Annabeth e Grover primeiro.

Os dois citados se entreolharam, mas ninguém reclamou.

- É claro, meu jovem – respondeu Dumbledore – A penseira está na sala com a lareira. Irei te explicar como funciona chegando lá e te auxiliarei no processo de coloca-las lá e as armazená-las.

Percy apenas concorda com a cabeça e deixa os amigos guia-lo para dentro, o pondo à par de tudo que tinha acontecido nos últimos dias.

Aparentemente, um dementador havia aparecido no bairro que Harry costumava morar e atacado o primo dele. Felizmente, Shacklebolt estava lá e conseguiu salvar o Duda, e alertou os seus colegas aurores. Como ninguém sabia que o bruxo fazia parte da ordem e a desculpa que ele deu para estar lá (visitando uma amiga aborto que morava na área) era crível, somado ao fato dele ser um auror, garantiu que todos acreditassem que o ataque realmente aconteceu, deixando o ministério em polvorosa.

Chegando na sala, Dumbledore instruiu Percy a pensar nas memorias que ele queria mostrar e as retirou com a varinha, as depositando em um frasquinho.

Percy pediu para ficar sozinho com Grover e Annabeth, os outros aquieceram, o tom de voz dele não deixava muito espaço para discussão.

- Percy... Você está ascendendo, não está? – pergunta Annabeth, delicadamente.

- Como você sabe? – perguntou Percy, mas por algum motivo ele não estava surpreso.

- Tanatos falou sobre mortalidade ser um tesouro e a profecia falava sobre a perda de tesouros. – explicou a garota.

- E eu senti você passar pelos 5 estágios do luto – acrescentou Grover.

Percy estremeceu.

- É. Vocês acertaram. Desculpa por você ter sentido tudo isso, Grover. Mas... – ele pausou – Não é só isso que eu quero mostrar para vocês.

- Saber como você está se sentindo, mesmo de longe, é muito precioso para mim. Não importa a sua emoção. Eu não escolheria de outra forma. – afirmou o sátiro.

- Mostre-nos o que tiver que mostrar quando estiver pronto – afirmou Annabeth.

Percy então, respira fundo e coloca as memórias na penseira.

Os três mergulham nas memorias e Percy observa os outros dois.

Eles ficaram surpresos com a revelação de Anfitrite e Poseidon sobre o nascimento de Percy e depois com o que Caos e as Parcas haviam dito.

Quando eles saíram das memorias, os três ficaram em silêncio por um tempo, até que Grover disse:

- Então... Juntos até o fim, certo?

O que fez os outros sorrirem e concordarem.

- Certo.

Percy pensa um pouco e acrescenta:

- Annie, você devia avisar seu pai, e Grover, você tem que contar para a Juniper. Minha mãe e Quíron já sabem.

- Vou ligar para ele mais tarde – confirma Annabeth.

- E eu para Junny – diz Grover – Ela vai ficar feliz, Dríades vivem bem mais do que sátiros...

Mais um silencio e Grover diz:

- Eu ainda não acredito que você é descendente de Afrodite.

- É. Tipo... Demorou anos para você perceber que eu gostava de você. Ou que qualquer um gostava de você, para ser sincera. Por outro lado, TODO mundo gostava de você. Rachel, Reyna, Nico, Calipso, metade dos campistas etc.

- Uhn... – Percy diz, com vergonha – Aparentemente, o amor que vai ser meu domínio não é amor romântico, mas amor entre amigos, família, natureza, lealdade e coisas assim. Então deve ser por isso. Além disso como eu ia notar os outras, sendo que eu só tinha olhos para você?

Annabeth corou e disse:

- E mesmo só tendo olhos para mim, você não percebeu que eu gostava de você nem quando eu te beijei no vulcão.

- Eu sou lerdo – o rapaz retrucou – Fazer o quê.

Os três começaram a rir e decidiram chamar os semideuses para assistir e depois os bruxos. Ia ser uma longo dia.