Capítulo 18

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Flávia

Não sei ao certo quando me apaixonei pelo Eric, foi algo tão sutil, devagar, e eu nem sequer percebi o que meu coração começa a sentir pelo Eric Maldonado. Nossa amizade foi crescendo ao longo dos anos e talvez a semente do amor tenha sido plantada quando cuidei a Olivia quando ela era uma bebezinha, ou talvez quando dona Solange me contratou para ser enfermeira particular da Olivia logo depois que ela teve bronquiolite, ou quando fui enfermeira da Olivia quando ela teve o pequeno Inácio, ou foi plantada e crescendo ao longo dos anos até que se tornou todo esse sentimento que tenho dentro de mim hoje.
Eric é um homem incrível, um pai incrível, um profissional incrível e tenho uma profunda admiração por ele que talvez tenha ajudado muito a plantar esse amor aqui dentro.
Ele me ajudou em algumas situações com a Isa, logo depois que a adotei, me ajudou a fazer com que ela se sentisse confortável comigo, que entendesse que a partir daquele momento eu era sua família, sua mãe e por isso até hoje Isa sempre diz que o ama muito.
Eric foi um grande amigo!
Cheguei a concluir que ele amava a Natasha, por isso quando me dei conta do meu sentimento, o reprimi dentro de mim, porque brigar com minha melhor amiga e irmã por um homem nunca esteve em cogitacao, não aconteceria nunca!
Então dei espaço.
Mas o destino se mostrou a favor desse amor e agora eu não posso mais reprimi-lo dentro de mim, eu amo o Eric Maldonado e mesmo estando velha para esse tipo de coisa, eu quero viver esse amor.

— Como eu estou, filha?

— Esta linda, mãe!

Isa diz com um sorriso de orelha a orelha, visivelmente feliz em me ver feliz por estar indo de encontro com a minha felicidade.

— Promete me ligar quando estiver em casa? Bom, se vier para casa.

— Pelo amor de Deus, garota — digo rindo. — É claro que vou vir para casa.

— Mãe, aproveite isso! O Eric ama a senhora também e vocês dois merecem viver esse amor, como dois adolescentes, não importa a idade que tenham.

Sorrio.

— Desde que me adotou nunca vi a senhora sair com algum homem, se apaixonar, namorar... Sempre deu sua vida por mim e pelos seus pacientes no hospital... A senhora nunca pensou em ter mais filhos, em se casar?

— Bom, talvez se eu tivesse me casado eu tivesse mais filhos, mas não foi assim que aconteceu, meu amor — caminho até Isa e pego sua mão, ela levanta e ficamos de frente uma para a outra. — E eu nao sinto falta, porque Deus quis assim. Você é tudo que eu queria pra mim, minha filha, meu amor. Quando olhei pra você pela primeira vez, Isa, eu tive a certeza de que você era a minha filha. Não existia mais ninguém naquele momento, era apenas eu e você. E enquanto eu não te tive comigo, eu não descansei porque eu sabia que eu era a sua mãe. Você me fez mãe, você me ensinou a ser mãe e eu sou extremamente grata a você por ter me escolhido para ser sua mãe.

— Sou eu quem agradeço por ter me escolhido para ser sua filha, mãe...

No mesmo instante nos abraçamos, um abraço apertado, cheio de amor, de carinho, de cumplicidade.

— Eu te amo, minha filha! Minha bela!

— Eu também te amo, mãe! Te amo!

Quando nos afastamos, limpo suas lágrimas com meu polegar e beijo sua testa, sorrimos juntas.

Chego no restaurante, passo minhas mãos por meu vestido preto e respiro fundo tentando esquecer a ideia de estar muito arrumada. Coloquei um salto não muito alto, médio, fiz um coque no cabelo e mesmo querendo colocar uma encharpe por cima do vestido, Isa nao me deixou, disse que preciso deixar meus ombros a vista.
Fecho meus olhos e então entro no restaurante fitando Eric sentado no sofá da ala de espera do restaurante, assim que me vê, ele levanta sem tirar os olhos de mim, como um sorriso largo.

Me sinto como uma adolescente em seu primeiro encontro.

— Flávia...

— Eric...

Sorrimos juntos.

— Você está linda!

— Obrigada... Você, você também está lindo, Eric — sorrio gentilmente.

— Posso?

Ele diz caminhando para mais perto de mim e faz menção de pegar minha mão, mas espera minha permissão. Balanço a cabeça assentindo e então ele pega minha mão esquerda e a beija, sorrio sentindo meu corpo inteiro reagir ao toque dos lábios de Eric em minha mão.

— Vamos, estava apenas te esperando.

— Vamos!

Caminhamos até a recepção do restaurante.

— Boa noite! Vocês fizeram reserva?

— Não, não!

— Como se chamam?

— Eric Maldonado e Fla...

— Tem uma reserva no nome do senhor! Eric Maldonado. Uma mesa no terraço... correto?

Eric e eu nos entreolhamos, ele franze a testa e eu faço o mesmo, logo ele pergunta:

— Você fez a reserva?

— Não, eu não fiz... Não foi você?

— Não, eu achei que você...

Ele se interrompe se dando conta de algo, no mesmo instante também me dou conta de que quem fez a reserva de fato não foi nenhum de nós dois e sim a garota metida a cupida dos Maldonado.

— Olivia — dizemos juntos e rindo.

— Sim, está correto, senhorita — Eric diz se voltando para a recepcionista do restaurante, então ele se vira para mim dizendo: — Olivia me deu um empurraozinho, como ela diz que faz quando está sendo cupida. Então para honrar esse trabalho, Flávia, eu quero dizer que eu te amo.

Sinto meu coração disparar.

— Não sei ao certo quando isso aconteceu, quando meu coração se entregou para você, mas aconteceu. Você tem sido a melhor amiga que eu poderia ter em todos esses anos e se tornou a pessoa mais importante da minha vida. Talvez o amor que sinto por você tenha nascido aqui mesmo, nesse restaurante, enquanto jantavamos, almoçavamos como bons amigos. Eu nao sei, não sei quando, mas ele existe, esse amor existe e eu não quero mais reprimir ele dentro de mim quando eu posso deixa-lo sair de mim e te dar todo esse amor que existe aqui dentro.

Sinto lágrimas rolarem por minhas bochechas, Eric também tem lágrimas rolando por suas bochechas a cada frase que ele diz, enquanto todos os que estão na sala de espera do restaurante olham para nós, inclusive a recepcionista.

— Então, para finalizar essa loucura de amor, eu tenho um pedido...

— Tem?

Sorrio com a voz embargada.

— Você aceita entrar nesse restaurante comigo, não como uma amiga que está prestes a ouvir minhas murmurações e bobagens, mas sim como minha namorada, prestes a receber, ainda mais, todo o meu amor?

— Eu aceito! Eu aceito! Eu aceito!!

Pulo nos braços de Eric e nos beijamos, sinto meu peito quase a ponto de explodir de tanta felicidade e amor, por estar finalmente nos braços do Eric, vivendo esse amor tão repentino, inevitável e perfeito.
Quando nos afastamos, ainda em seus braços e com minha voz embargada de tanta felicidade, digo:

— Eu também te amo! Muito! Te amo! E eu também não sei como aconteceu, a única coisa que sei, é que eu amo você.

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Meus pitucos esses dois!

Até logo!

Onde Encontrar o Amor - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora