Onde Encontrar o Amor - 2° Temporada

Capítulo 22

Eric

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Antes de Jane morrer, nunca pensei que poderia ser possível amar alguém como eu a amava. Jane era meu céu, meu ar, meu tudo, absolutamente tudo.
E quando ela se foi, um pedaço de mim foi com ela e pra ser sincero, nunca pensei que poderia, alguma dia, recuperar esse pedaço que se foi com ela.
Talvez por isso pude compreender a dor que Natasha guardava dentro de sim com a perda de seu marido e a recusa em se apaixonar novamente. E talvez por isso acabei me enganando e acreditando ama-la.
Mas o amor chega de forma sorrateira, e quando insistimos em olhar, em ver amor onde nao tem, é aí mesmo que ele age dando-nos uma bela rasteira que nos faz acordar para vida e enxergar amor onde, de verdade, existe amor.
E foi exatamente assim que aconteceu comigo e com Flávia. E agora eu posso dizer que estou perdidamente, loucamente, maravilhosamente apaixonado pela Flávia e desde então, sinto que ela trouxe de volta esse pedaço que havia ido junto da Jane.
Pela primeira vez em muitos anos, desde a morte da Jane, me sinto inteiro de novo, me sinto eu de verdade.

— Melhor você não inventar moda, meu bem. Sabemos que sua mãe não vai gostar nada nada disso e...

— Minha mãe mudou bastante, amor — digo interrompendo Flávia que desatou a falar quando disse que estava marcando um jantar em casa para apresentá-la oficialmente como minha namorada. — O câncer está mudando ela de uma forma que eu nunca pensei que ela mudaria. Ela é outra mulher e eu tenho certeza que vai gostar de saber que estamos juntos.

— Sua mãe odeia isso, os filhos dela estão se relacionando com enfermeiras e isso é inadmissível pra ela... não, não Eric. Eu fico com o jantar com a Olivia e está ótimo...

— Meu amor, pensa bem...

Flávia respira fundo, então me aproximo dela sorrindo, o meu melhor sorriso, daqueles que convence qualquer pessoa, então ela desvia seu olhar do meu e seguro sua cintura.

— Prometo te proteger das garras da dona Solange Maldonado! Te proteger de tudo e ficar do seu lado do começo ao fim.

— Não tenha duvidas disso!

— Então isso quer dizer que você vai?

— Esta bem! Está bem! Eu vou... mas se sua mãe começar a dizer o quanto você está pisando na bola em estar comigo, eu vou embora. Estou muito velha pra receber esse tipo de humilhação.

— Eu vou embora com você e não, você não está velha, você esta linda, incrivelmente linda.

Rimos juntos, então selamos nossos lábios e sinto meu coração completo.
Quando ela faz menção de dizer algo, meu celular começa a tocar, me afasto com hesitação enquanto Flávia da uma gargalhada voltando a fazer sua maquiagem para irmos ao hospital, pego o celular e vejo no idenficador de chamadas o número do hospital, franzo a testa e atendo:

— Eric Maldonado!

— Sr. Maldonado! Infelizmente não tenho boas notícias... O senhor poderia vir para o hospital o mais rápido possível?

— O que aconteceu? É minha mãe? Ela está mal?

— Não, não senhor não a dra. Solange. É com a srta. Olivia...

Meu coração dispara, a essa altura Flávia já está ao meu lado tentando entender o que está acontecendo.

— O que aconteceu com a minha filha?

— Ela sofreu um acidente de carro e... e está em estado grave. Eu sinto muito...

— Minha filha está morta?

— O que? Como assim? Eric?

— Não, senhor ela está em...

— ENTÃO VOCÊ NÃO SENTE MUITO, VOCÊ NAO SENTE!

Desligo.

— Eric, o que aconteceu? Amor? O que houve?

— A Olivia sofreu um acidente de carro. Ela está em estado grave. Precisamos, precisamos ir — minha voz falha, então me sento sentindo minhas forças se esvair, no mesmo instante Flávia senta ao meu lado segurando minha mão. — A Olivia é tudo que eu tenho de mais importante na minha vida. Minha filhinha, minha pequena, meu bebê... eu... eu não vou suportar se algo acontecer com minha filha... não vou...

— Não vai, não vai! Ela é forte! Ela já passou por tantas coisas. Ela vai ficar bem, meu amor, ela vai ficar bem.

— O bebê...

Minha voz sai completamente embargada.

— O bebê também ficará bem! Não perca a fé, não perca as esperanças. Os dois, os dois vão ficar bem.

— Minha filha...

— Vem cá...

Flávia me abraça, apertado, forte, como nunca alguém me abraçou e me sinto seguro, confortado e sinto minhas forças serem restauradas em um único abraço, sinto minha esperança ser restaurada em um único abraço.

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Chegamos no hospital há pouco mais de uma hora, não temos notícias da Olivia. Avisei Noah, que correu para o hospital deixando Noemi aos cuidados de Isabela. Desde que ele chegou, ele não sai do canto da sala de espera, próximo a janela, parecendo uma criança, desamparada, sozinha, com medo. Flávia vai conversar com ele, mas ele esta tão abalado que nenhuma palavra sai de seus lábios, apenas lágrimas rolam por suas bochechas.
Consegui avisar Gustavo sobre o acidente, ele e Natasha estão a caminho, deixando de lado a lua de mel para estar perto de Olivia nesse momento.
Decidimos não contar para mamãe por causa da situação dela, mas não sei por quanto tempo vamos conseguir esconder algo tão delicado.

— Boa tarde...

Dora, a mãe biológica de Noah chega cumprimentando, assim que vê a mãe Noah caminha até ela, saindo pela primeira vez do canto da sala, e a abraça, desabando em lágrimas, logo atrás dela está seu marido e os dois filhos, irmãos de Noah.

— Meu filho... Eu cheguei, estou aqui, meu amor! Vai ficar tudo bem.

— Estamos aqui, irmão — o rapaz diz.

— Obrigada, obrigada por estarem aqui — Noah diz quando se afasta da mãe, com lágrimas rolando por suas bochechas.

— Sinto muito por sua filha, ela vai ficar bem...

— Obrigada, senhora!

— De nada... — ela volta a olhar para Noah. — Já tiveram alguma notícia?

— Não, mãe nenhuma... eles estão cuidando dela e enquanto ela não estiver estabilizada, eles não vão vir dar notícias.

— A Olivia é forte — a mulher grávida, irmã de Noah, diz. — Ela vai ficar bem, irmão! Você vai ver...

Quando faço menção de dizer algo, vejo meu irmão entrando na sala de espera acompanhado da esposa Natasha, que parece nervosa, com lágrimas rolando por suas bochechas.
Rapidamente Gustavo caminha até mim e nós abraçamos, um abraço bem apertado, de irmãos, de apoio, de carinho, de amor.

— Minha filha... minha filha, irmão..

— Nossa Olivia é forte, ela é forte!

Quando nos afastamos, Gustavo me olha nos olhos, segurando meu rosto e dizendo:

— Ela é a garota mais forte que eu já conheci, sabemos disso! Ela vai conseguir passar por esse momento e sair sã e salva, como ela sempre sai. Então, todos aqui nessa sala — ele olha para todos presentes — não quero ver ninguém desesperado e sem fé! Quem conhece bem a Olivia sabe que ela vai passar por isso... ainda não é a hora dela nos deixar — Gustavo olha para Noah, que está sendo apoiado pelas duas mães. — Nem ela e nem o bebê que ela espera!

— Familiares de Olivia Maldonado!

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Até logo!
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