Capítulo 29

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Agradecimento

Eric

Descobrir que não sou pai biológico da Olivia tem sido muito doloroso. Custei a acreditar que algo assim pudesse ser verdade, mas quando a ficha caiu, senti o chão debaixo de meus pés se abrir.
Como minha mãe foi capaz de fazer algo tão cruel comigo? Mas muito mais com a Natasha, uma mãe? Ela deveria entender, como ninguém, a dor que a Natasha sentiria. Mamãe não ligou para absolutamente nada, não pensou em absolutamente nada e destruiu a vida de muitas pessoas.
Durante todos esse anos eu amei a Olivia com todas as forças do meu coração, como um pai ama sua filha, eu a criei, a protegi, e mesmo quando eu não a protegi direito, eu estava ao lado dela cuidando e amparando. E agora, agora eu descubro que a menininha por quem eu dediquei tanto amor não carrega consigo a marca do meu amor pela Jane.
Eu nunca conheci o fruto do meu amor com a Jane, minha própria mãe me privou disso, nem sequer pude sepultar minha filha, deixar flores.
Sinto-me um caco...

- Posso entrar?

A porta do escritório abre revelando Gustavo, balanço a cabeça assentindo, ele entra fechando a mesma e caminhando até o sofá onde estou sentado com um copo de whisky.

- Como se sente?

- Horrível... Minha filha, Gustavo. Minha menina. Minha rainha. Por que ele teve que fazer isso? Por que diabos a mamãe fez isso?

- Nada vai justificar o que ela fez. Mas independente de qualquer coisa, você é o pai da Olivia. O único que ela conhece e ama como tal e nada vai mudar isso.

- Ela não tem o meu sangue...

- Mas tem o seu amor. E o que é mais importante?

Respiro fundo.

- O sangue não é tudo, meu irmão. Olhe pra Natasha e o Noah.... Não é o sangue que une eles, que faz crescer o amor de mãe e filho que eles tem e sim ele mesmo, o amor. A Olivia sempre, sempre vai ser sua filha, porque você a ama como o pai que você é... o homem que a amou, a criou, a tornou a pessoa incrível e doce que ela é.

- Acho que ser filha da Natasha também contribuiu...

Gustavo sorri gentilmente, entao ele pega minha mão e sinto o quanto sou sortudo por ter meu irmão ao meu lado, principalmente nos momentos mais difíceis da minha vida.

- Você é 3 sempre será o pai da Olivia, Eric! E nao sou apenas eu quem digo isso, a Nat também diz porque ela sabe tão bem quanto eu que isso é uma realidade, uma verdade absoluta. A Olivia é sua filha e sempre será.

Quando faço menção de dizer algo, escutamos algumas batidas na porta e logo a mesma abre revelando mamãe, no mesmo instante levanto virando de costas pra ela sem coragem de olhar em seu rosto, respiro fundo pegando a garrafa de whisky e colocando mais da bebida em meu copo.

- Será que eu posso conversar com vocês? Especialmente com você, Eric?

Não respondo.

- Não é uma boa hora, mãe...

- Eu sei, filho mas eu preciso explicar. Preciso dizer o por...

- Nada - digo a interrompendo e virando para ela. - Absolutamente nada vai justificar o que você fez mãe! Então não adianta você vir aqui e fizer que precisa explicar, porque não tem explicação!

- Eu só queria ver você feliz... - a voz dela embarga. - Eu não queria vê-lo sofrer por perder as duas pessoas que mais amava vida. Eu sou sua mãe, meu filho e eu fiz tudo pensando em você.

- Pensando em mim?!

Minha voz altera.

- Calma...

Gustavo diz.

- Você não estava pensando em mim, mãe! Não estava. Porque se estivesse mesmo, não faria o que fez. Não teria sequestrado uma criança da mãe dela, isso mesmo sequestrado porque a Olivia foi sequestrada da mãe dela.

- Não fala assim...

- Não fala assim? Eu falo, falo sim porque é exatamente uso! Você roubou a Olivia!! VOCÊ ROUBOU A OLIVIA!

O silêncio paira sobre o ambiente, bebo todo o whisky que tem em meu copo, e coloco mais no mesmo. Gustavo caminha até mim pegando minha garrafa.

- Você não vai beber mais...

- Filho, me perdoe, por favor!

- Não, mãe eu não vou te perdoar! Não vou! Olhe para a dor que eu estou sentindo nesse momento, uma dor que parece me despedaçar e a culpa é sua, toda sua! Então eu não vou te perdoar, nunca! NUNCA!

Ela caminha até o sofá e senta afundando o rosto em suas mãos e desabando em lágrimas.

- Acho que todos devemos nos acalmar. Toda essa situação é difícil, é dolorosa e conversar com a cabeça quente não vai resolver nada. Então, vamos descansar e amanhã con...

- Eu não quero conversar com ninguém...

Sento na cadeira, bebendo o último gole de whisky em meu copo.

- Eu vou me entregar pra polícia...

Gustavo e eu nos entreolhamos, então Gustavo caminha até mamãe e sentando ao lado dela diz:

- Mãe, a Natasha decidiu não contar q Olivia sobre o que aconteceu.

- Como?

Ela levanta a cabeça olhando para Gustavo confusa.

- Não vamos contar a Olivia o que aconteceu. Essa foi uma decisão que a Natasha tomou e concordamos.

- E por que?

- Pelo bebê...

Ela balança a cabeça assentindo.

- Natasha disse que não quer contar a Olivia até que o bebê tenha nascido e esteja bem. Não queremos que a Olivia sofra mais uma vez a dor de perder um filho, então decidimos não contar.

- Mas...

- A senhora vai pagar pelo que fez, mãe - digo com a voz dura e seca. - Vai pagar pelo que fez com a gente. Assim que meu neto nascer, e a Olivia se recuperar, vamos contar a ela e todos vão saber que a famosa dona do hospital Maldonado, a mulher rica, fina, elegante e respeitada, a sra. Solange Maldonado sequestrou uma criança e fez a mãe acreditar que ela estava morta. Não se preocupe, é só por um tempo, 9 meses passam voando, logo vai responder por seu crime na justiça e vai perder o seu direito de exercer a profissão. E talvez só aí, só ai - minha voz embarga. - só aí essa dor que sinto dentro do meu coração vai passar! Porque enquanto você estiver impune, eu vou lembrar que me tirou o direito de levar flores a minha filha e tirou da Natasha o direito de criar a filha dela.

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Até logo!

Onde Encontrar o Amor - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora