Capítulo 12

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Noah

Coloco um arranjo de flores em cima do túmulo da dona Eleonor, minha avó, respiro fundo e me ajoelho olhando para a lápide com seu nome, sua data de nascimento e de morte e enquanto leio, penso nos dias em que cuidei dela no hospital e em como ela era totalmente diferente da mulher que me abandonou em uma estacionamento.
Olho para trás e vejo Olivia próxima ao carro, com os braços cruzados me olhando, ela sorri me lançando uma piscadela e então sorrio voltando minha atenção para o túmulo da minha avó.

— Bom... Eu, eu não sei bem como fazer isso. Nunca, nunca pensei que fosse necessário algo assim. Mas a verdade é que mesmo com aquela carta que me escreveu eu ainda sinto que existe uma pendência entre nós dois. Eu...

Fecho meus olhos respirando fundo, então os abro novamente e vejo uma pomba branca pousando na lápide da minha avó, sorrio fraco e continuo:

— Eu te perdoou! Te perdoou por tudo o que aconteceu, porque desde que soube os motivos que te levaram a me abandonar, eu entendi que seu coração estava confuso e sofrendo. Nada poderia justificar seus atos, dona Eleonor, mas se tem uma coisa que eu aprendi com minha mãe Natasha é que o perdão é uma das coisas mais belas que podemos dar para as pessoas, porque além de nós confortar, tem a capacidade de confortar a pessoa perdoada. Eu queria ter tido a chance de conversar com a senhora como minha avó materna. Queria te tido a chance de te abraçar, de dizer essas palavras de frente para a senhora, mas infelizmente as coisas não aconteceram como a senhora queria que acontecesse. A culpa deve ter sido sua companheira durante todos esses anos e espero, vovó, do fundo do meu coração, que esteja bem, feliz e em paz... — limpo as lágrimas que rolaram por minhas bochechas enquanto falava. — Bom, acho que é isso... Prometo vir sempre que possível deixar um arranjo de flores, vou perguntar a minha mãe Dora quais flores você gostava e trazer para você. Essa será a minha forma de me reconectar com você, mesmo que de uma forma improvável...

Beijo meus dedos e toco a lápide na intensão de fazer com que ela receba um beijo meu, então sorrio me levantando e digo:

— Descanse em paz, vovó!

A pomba voa para longe, sorrio e então vou embora sentindo uma paz tomar conta de mim, como se pudesse me dar a certeza de que minha avó ouviu cada uma das minhas palavras e que agora, enfim, não existe mais nenhuma pendência entre nós.
Chego próximo a Olivia, ela acaricia meu braço e então me abraça, sinto seu amor e ao sentir seu amor, me sinto extremamente seguro e com força para enfrentar mais coisas, seja lá quais forem. Quando nos afastamos, selamos nossos lábios e acariciando meu rosto e minha barba pra fazer, Olivia pergunta:

— Como se sente?

— Tranquilo... Como se tivesse feito as pazes com o meu passado. O que é uma verdade... Minha avó Eleonor faz parte de um passado doloroso, é poder dizer a ela, mesmo que dessa forma, que a perdoou, trás uma tranquilidade, uma paz que nem sequer consigo explicar.

— Eu não disse que daria certo?

Sorrimos juntos.

— O que seria de mim sem você?

— O que seria de nós dois?

Rimos.

— Amor, eu queria te pedir desculpas.

Olivia franze a testa.

— Desculpas por ter sido um idiota nesses meses. Eu agi como uma criança, fui infantil e não pensei em você e em como você se sentia... Você está agindo como se nada tivesse acontecido, mas eu sei que aquele dia no orfanato eu te magoei de alguma forma e eu não queria, eu juro que não queria que aquilo tivesse acontecido.

Onde Encontrar o Amor - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora