Capítulo 24

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Eric

Sinto como se estivesse prestes a perder o bem mais precioso que a vida já me deu... Mesmo sabendo que Olivia ficará bem, que graças a Deus temos a Natasha para, mais uma vez, salvar a vida da minha filha.
Não sei o que seria de mim e da Olivoa se não fosse a Natasha e as incontáveis vezes que ela salvou a vida da minha filha.
Talvez eu devesse a minha vida a Natasha para poder pagar por todo o bem que ela causa na minha família.
Enquanto Natasha faz a doação de sangue, fui ver Olivia antes de Noah para que minha filha saiba que sempre estarei com ela, ao lado dela.

— Oi minha rainha... Não sabe o medo e a angústia que seu pai viveu nessas horas, eu já nem tenho mais idade pra essas coisas, filha.

Digo sorrindo fraco e acaricio sua mão. Olivia está com alguns aparelhos ligados ao seu corpo para monitorar seus sinais vitais, em seu rosto tem alguns vermelhos por causa dos machucados já tratados e alguns curativos em seus braços e pernas. O acidente foi grave e o mais provável era que eu encontrasse minha menina dessa forma.
Mas só de olhar para ela, consigo perceber que esta lutando por sua vida, lutando para se salvar e salvar o bebê que carrega em seu ventre.

— Segura firme aí viu meu netinho ou netinha — digo colocando minha mao na barriga de Olivia. — O vovô está te esperando aqui fora, mas você precisa se manter firme e forte. Combinado?

Limpo algumas lágrimas que rolam por minhas bochechas, então respiro fundo e após beijar a mão de Olivia, olho para ela dizendo:

— Lembro do momento em que percebi que seríamos só eu e você... A dor de ter perdido sua mãe parecia querer me dominar, era uma dor que eu nunca pensei que poderia sentir. E quando te segurei em meus braços, eu encontrei forças para enfrentar a dor e lutar para te dar uma vida boa, onde estaria cercada de amor. Sei que por muitas vezes em todos esses anos eu falhei, mas me perdoe minha filha, eu nunca pensei que iria criar uma criança, uma vida, uma menininha sem a Jane. Tudo que havia sido planejando, pensado para você, foram coisas, planos, pensamentos que fizemos juntos, Jane e eu. Pode não parecer mas tentei seguir a risca cada planejamento que fizemos para você.

Sorrio.

— Mas você é parecida com a Jane em algumas coisas, não muitas... O que é incrível porque você tem um jeito único, só seu e isso me orgulha, minha rainha. A Jane quando colocava uma coisa na cabeça, ninguém era capaz de tirar e você é como ela, quando ela colocou na cabeça que queria ser mãe em tempo integral, ninguém conseguiu fazer ela mudar de ideia. A Jane era assim, uma mulher autêntica, que sabia exatamente como que fazia. Por isso ela decidiu que salvar a sua vida era a melhor escolha que deveríamos fazer...

Respiro fundo.

— Uma dia você me perguntou se eu sentia saudades da sua mãe, e eu não soube responder da melhor maneira. Então acho que agora é a hora... Bom minha rainha, sim! Sim! Eu sinto muita saudade da Jane. Ela tinha um sorriso que iluminava qualquer ambiente. Uma voz que acalma até mesmo os corações mais duros. Tinha um jeito doce, meigo e delicado de andar, de se portar, de se tratar que deixava qualquer pessoa encantada — sorrio me recordando da minha Jane, meu grande amor. — Ela era tudo isso e mais um pouco. Ela era o sol que aquecia e a lua que iluminava. Ela era a Jane... Sua mãe.

Escuto algumas batidas na porta e logo a mesma abre revelando Gustavo, ele sorri gentilmente entrando no quarto e tocando meu ombro dizendo:

— Nossa garotinha é forte, irmão! Quando menos imaginarmos, ela estará fora daqui, salva. Você vai ver.

— Ela vai, ela vai sim, Gustavo!

Sorrio fraco limpando minhas lágrimas.

— A mamãe quer conversar com a gente, não sei ao certo o que houve, mas ela está com a Natasha no consultório dela.

Franzo a testa, então Gustavo pergunta:

— Acha que ela não gostou da Natasha doar sangue a Olivia?

— Não importa o que ela gostou ou não, Gustavo. O que importa é que, mais uma vez, a Natasha está salvando a vida da minha filha, da nossa filha, da nossa princesinha. E a mamãe não pode continuar a ter esse ódio gratuito pela Natasha assim, já chega.

— Você tem toda razão...

— Vamos lá ver o que ela quer e deixar o Noah ficar com a Olivia novamente. Talvez a presença do amor da vida dela a ajude a acordar.

Quando Gustavo e eu chegamos no andar da maternidade, caminhamos em direção ao consultório da mamãe, então quando estamos nos aproximando, Lincoln, um dos advogado do hospital chama por mim e Gustavo, nos viramos.

— Tudo bem? Aconteceu algo? — Gustavo pergunta.

— Sua mãe me pediu para vir aqui, não sei, os chamei na esperança de que vocês soubesse.

— Não, não sabemos — digo. — Estamos aqui porque ela nos chamou também.

— Acham que alguem está processando o hospital?

Gustavo pergunta.

— Mas por que alguém iria processar o hospital?

Lincoln pergunta.

— Aconteceu alguma coisa que eu não sei? Algum paciente incomodado?

— Não, não sabemos... — digo.

— Mas isso não deixa de ser estranho, porque minha mãe não está atendendo ninguém por causa da doença, ela está afastada. Ela só tem vindo ao hospital para fazer o tratamento, então...

— Então é melhor entrarmos... — Lincoln diz impaciente.

— Sim! Vamos entrar logo.

Digo, então dou algumas batidas na porta do consultório da minha mãe, logo abro a porta e quando entro vejo mamãe sentada em sua cadeira visivelmente abalada, com as bochechas molhadas por lágrimas e vejo Natasha com as mãos afundadas no rosto, chorando.

— O que aconteceu?

Gustavo pergunta caminhando até a esposa e acariciando as costas dela.

— Eu... Eu preciso contar uma coisa a vocês... — mamãe diz com a voz embargada, logo ela me olha — preciso dizer uma coisa a você, Eric...

— Eu não consigo — Natasha diz levantando. — Eu não consigo ficar por mais nenhum segundo mais no mesmo ambiente que essa mulher... eu não consigo.

Natasha sai do consultório em passos rápidos, visivelmente desesperada, angustiada, como se... não, como não. Aconteceu alguma coisa entre ela e minha mãe, mas não uma briga qualquer como as que aconteceram entre elas, mas algo mais sério, muito mais sério.

— Não, Gustavo... — mamãe diz quando Gustavo faz menção de ir atrás da esposa. — Você precisa ficar e ouvir o que eu preciso, o que eu preciso dizer a vocês.

— Mãe, o que aconteceu?

Mamãe respira fundo, então pede para Lincoln fechar a porta, ele o faz e se volta para ela, assim como Gustavo e eu, no mesmo instante ela limpa suas lágrimas e me olhando, com a voz embargada e hesitante em sair, ela diz:

— A... Eric, filho, a... a... A Olivia... Eric... Filho, a Olivia não é a sua filha.

— Como é que é?

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Até logo!

Onde Encontrar o Amor - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora