O Trem Infinito - Parte 1

93 10 4
                                    

Pensamento

O Monstro Marinho, o matador de crianças, aquele que não tem coração e mata pelo próprio prazer. Pode parecer idiota, mas de onde vim, era esse o título que os assassinos que matavam sem motivo ganhavam: "monstro marinho, aquele que mata sem motivo", como se fosse instintivo o ato de matar... As pessoas enxergam tantas coisas com um ato, enxergam cada nuance como uma coisa, mas a verdade é que apenas uma ação pode ser interpretada de várias formas. Isso é algo muito belo, tantas visões para um desfecho, tantas vidas com um final. Tudo deve ser preservado, não importa se foi algo bom ou ruim. Uma vida é uma vida, e ela deve ser vivida até o fim. Se alguém ousa manchar a vida de outra pessoa, então é para esse tipo de gente que virarei minha lâmina, o tipo de gente que um dia pensei que eu fosse...

Trem Infinito - Parte de Dentro

-Está agitado, o trem parece que vai sair voando... será que todas as viagens são assim?- pensava Nezuko, parecendo meio enjoada. -Sinto que vou vomitar, acaba logo, por favor T-T.-

-"Ei, Nezuko", do banco de trás, alguém a chamava. Ela levantava um pouco a face e olhava para quem quer que fosse.

-"Eu quero te avisar de uma coisa, guria", era Zenitsu que pulava para o lado da garota após bater levemente com sua testa na face dela.

-"Zenitsu, cuidado!" Nezuko deixava a caixa de Tanjiro no chão e colocava a mão na testa.

-"Meu irmão pode se machucar com você pulando nele..."

-"Tá, tá, escuta", Zenitsu puxou a garota para mais perto e falou cochichando.

-"Eu acho que tem mais um oni nesse trem..." Nezuko fica mais séria, ao entender do que se tratava.

-"Tem certeza?" Ela pergunta desconfiada, Managi não havia notado mais um oni.

-"Sim, estou ouvindo já algum tempo... uma espécie de rastejo por baixo dos bancos, estava vindo lá da frente do trem e parece se aproximar a cada segundo..." Zenitsu apontava para a porta do próximo vagão. -Será que devo verificar?-

-"... Quer ir lá?" pergunta Nezuko, hesitante.

-"Óbvio que sim!" Zenitsu dizia, ficando de pé, mas se segurando em um assento por conta do movimento do trem.

-"Tá, mas não é melhor avisar o Managi ou o Inosuke?" dizia a caçadora, se levantando aos poucos.

-"Nah, são dois preguiçosos, estão dormindo, bando de inúteis", respondia o javali enquanto apontava para ambos. Inosuke era óbvio que dormia, já Managi era meio difícil saber pela máscara... Mas Zenitsu tinha uma boa audição, ele poderia ouvir o leve ronco do Hashira. -Se acontecer alguma coisa... Tá, acho que podemos cuidar disso. Se for igual aquele outro... não há necessidade de atrapalhá-los-, pensou Nezuko acenando para Zenitsu, que pareceu ter ficado feliz, logo caminhou para a porta do próximo vagão. Com passos lentos, Nezuko foi atrás, passando pela porta junto com o javali.

À primeira vista, não havia nada naquele vagão, ambos os caçadores caminharam um pouco mais, se segurando em cima dos assentos por conta do trem e passando pelas pessoas que olhavam. Em pouco tempo, ambos chegaram à próxima cabine, novamente não havia nada.

-"Tem certeza que você ouviu algum oni aqui?" Nezuko pergunta, suspeitando se era verídico o que Zenitsu dissera.

-"Sim... E ainda tem. No vagão anterior, eu ouvi o som do rastejo mais alto. Agora, nesse vagão, ficou ainda mais alto..." Ao ouvir aquilo, Nezuko se colocou em uma posição mais defensiva e olha ao redor. -Ele está escondido? Mas por que ainda não atacou? Não faz sentido...- Zenitsu passava na frente dela, parecendo despreocupado. O javali se sentou e colocou a parte do ouvido da máscara no chão. -O que ele está fazendo? - Nezuko se aproximou e o javali concentrou-se. Alguns segundos se passaram... Até que Zenitsu se levantou e pulou para o teto do trem, dando uma cabeçada no mesmo.

Kimetsu no Yaiba: SwapOnde histórias criam vida. Descubra agora