Uma jovem com uma vida normal como todas as outras, até somente uma diferença ocorrer: seu irmão, Tanjiro Kamado, ficou doente justo no dia de entrega. Então, para ajudá-lo, Nezuko se oferece para fazer o trabalho. Ela pega o carvão e desce até a vi...
Tantos anos, minhas memórias acabaram se embaralhando com o tempo. Tudo que vivi, tudo pelo que passei, por que virei um demônio? Por que eu devo ser o mais forte?... ah, disso até consigo me lembrar vagamente...
-"As coisas vão melhorar agora, Giyu... eu prometo, vou te dar a vida que você merece." Ela não precisava fazer aquilo, meus pais morreram logo quando eu era um bebê, não sei o como. Felizmente, uma parente minha estava disposta a sacrificar sua vida para cuidar de mim... minha irmã.
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Tsutako Tomioka
Ela foi a pessoa que me manteve vivo por tanto tempo.
Vivíamos na miséria, mesmo tendo uma casa, nossas despesas não eram pagas. Sempre faltava comida, uma coberta, água limpa, um banheiro... nos virávamos como dava, com minha irmã fazendo trabalhos em uma vila próxima. Quando digo que não tínhamos praticamente nada, eu estou falando sério, nossos pais não deixaram dinheiro, e a casa foi minha irmã que achou, enquanto caminhava pela floresta comigo no colo.
Chegou um momento, onde eu me tornaria um gasto maior, me manter vivo era difícil para Tsutako, para se manter de pé já era complicado, agora uma criança, era mais ainda... então, o modo que ela achou para as coisas melhorarem, foi se vendendo.
-"Tudo vai melhorar..." Ela disse, logo antes de subir no altar. Minha irmã conseguiu um contrato com um homem com dinheiro, graças à sua aparência. Pudemos nos mudar para um local mais limpo e maior, a refeição, mesmo sendo básica, era garantida. Agora, eu tinha um futon para chamar de meu, e a água não teria mais um gosto e um cheiro estranho. Parecia que as coisas estavam indo para um novo rumo... isso é claro, se a vida real não fosse um fato.
-"Irmã... por que sua bochecha está..." Minha irmã entrava em meu quarto, com algumas lágrimas no rosto e a bochecha inchada.
-"Não é nada Giyu, não se preocupa, tá?... Foca em você" Ela sempre falava com um sorriso no rosto. Desde que ela se casou, seu corpo nunca estava saudável, sempre havia machucados, uma fraqueza... o futon dela, sempre estava úmido... aquele homem, ele nunca ligou para minha irmã ou para mim, ele parecia pensar que era dono de nós, que por dependermos dele, poderia fazer o que bem entendesse.
-"Ei, moleque!" Um dia ele entrou no meu quarto, levantei a cabeça assustado e o encarei.
-"Levanta, tu vai embora hoje" Ele estava bebendo alguma coisa em uma garrafa. Mas isso não importa, porque...
-"Mas, e a minha irmã? Onde ela tá?" Ele vinha me chutando, me jogando pra fora como se eu fosse um verme, até ele responder minha pergunta.
-"Aquela preguiçosa tá morta, a vadia não aguentou o trabalho e cortou o pescoço, pronto tá aí tua resposta pirralho, agora sai da minha frente!" Ele fechou a porta, me deixando sozinho na rua, aquela informação nem entrou em minha mente direito.
