Especial: A Família Aranha

27 2 1
                                    

Forte, igual meu pai. Ele sempre esteve à frente nas batalhas, sempre se colocou contra golpes inimigos, recebia tudo de peito aberto e com um sorriso no rosto. Já viu tantos aliados morrerem, apenas minha mãe entende toda a dor pela qual ele passou em campo de batalha, somente ela sabe que meu pai não é invencível, mesmo sendo o membro da família que mais aperfeiçoou a Respiração da Aranha. É um milagre como ele nunca teve um grande ferimento, recebendo somente cicatrizes superficiais. O que aprendi com ele, foi: "Nunca abaixe a cabeça ou se dê por vencido, porque mesmo que falhe, você sempre poderá se redimir no dia seguinte."

Inteligente, igual minha mãe. Ela foi uma kakushi antes de se casar com meu pai, sendo quase a melhor nessa área, pois ela não somente resgatava os caçadores das missões, como também conseguia os curar ali mesmo com seus medicamentos que sempre estavam guardados em sua bolsa. Seu raciocínio rápido junto de seu autocontrole para não se desesperar nessas situações, fez muitos caçadores sobreviverem mais um dia. Ela me disse uma vez que conheceu meu pai em uma dessas missões de resgate, ela acompanhava um Hashira, considerado o mais poderoso em força física da história dos caçadores, seu nome era... eu não me lembro... ela chegou no local e tudo que eles viram foram corpos mortos, com somente um caçador ali de pé, esse era o meu pai, seu corpo estava todo ensanguentado e sua espada estava cravada no chão. Aquela, foi uma luta contra um Lua Superior, não sei exatamente qual era, porém sei que não era o número seis. Minha mãe foi a primeira lá a dar um passo na direção de meu pai, e também foi a única que ouviu ele repetindo "A culpa é minha, eu fui fraco", ela me contou que ele repetia essa frase muito rápido, ao ponto dela achar que meu pai iria se matar caso ela demorasse mais para o ajudar. Com um toque, ela havia o feito parar de se lamentar, e virar o olhar em sua direção. O que minha mãe viu, foram lágrimas constantes, parecendo uma cachoeira em seus olhos. Em toda sua vida de kakushi, ela nunca havia visto um olhar tão destruído como o de meu pai naquele momento. O que aprendi com ela foi: "Se você estiver passando por um momento horrível, onde parece que nada dará certo, fale para alguém, desabafe para uma pessoa de confiança, não precisa ser para mim ou seus irmãos, pode ser para qualquer um, apenas tire essa amargura do peito, antes que seja tarde demais."

Ágil, igual minha irmã. Ela foi a segunda a nascer, tendo inclusive o parto mais tranquilo, segundo minha mãe. Minha irmã, desde nova, sempre foi mais arruaceira que meu irmão. Enquanto ele gostava de brincar com uns bonequinhos que um amigo do meu pai deu de presente, minha irmã gostava de jogar coisas em outras coisas pra ver como as outras coisas reagiriam, a coisa jogada geralmente era uma pedra, e a outra coisa geralmente era o meu irmão. Por causa disso ambos sempre ficavam brigando no diálogo, até finalmente chegar um dia onde meu pai deu uma espada de madeira para cada, disse assim: "O primeiro que desistir vai ficar sem janta." E por causa disso, ambos levaram aquilo a sério na época; eles estavam irritados um com o outro, lutaram mesmo com a advertência da desistência... afinal, uma luta só começa quando uma pessoa ataca e a outra revida. Essa parte foi meu pai que contou, e ele me disse que ficou olhando a luta desde seu início, mas não impediu nenhum dos dois ou ajudou, meu pai opinou que aquela fora a luta mais feia e tosca de espadas que ele já viu em anos, mas tinha motivo, já que ambos nunca tinham mexido em uma espada antes. Enfim, a luta continuou, e continuou, e continuou, até o sol sumir e o horário da janta chegar, os dois estavam em seus limites e todo machucados, mas ainda assim eles se mantinham de pé. Meu pai sorriu e gritou naquele momento que a janta estava pronta e se um dos dois ia desistir. Minha irmã não tirou os olhos de meu irmão, ela continuava cansada, mas firme, ela avançou enquanto gritava um "não", meu irmão, vendo aquilo, já tinha enxergado a derrota, e meu pai, se impressionou com a habilidade de minha irmã, mesmo sem treinar, ela era rápida, fazendo um golpe de espada que realmente existia, sendo esse o Battoujutsu. É claro que minha irmã não conhecia a técnica, mas ela venceu meu irmão com ela, o derrubando. Após o golpe ela também caiu para trás, exausta. No fim, os dois gritaram que desistiam, e os dois ganharam um jantar naquela noite. O que aprendi com minha irmã foi: "Maninho, se você quer lutar com alguém, lute! Vá com tudo pra cima dele e não pare, mas quando você vê que o inimigo é mais forte, aprenda a hora de desistir e fugir... e não humilhe quem é mais fraco, igual o Akutō hehe."

Kimetsu no Yaiba: SwapOnde histórias criam vida. Descubra agora