Especial: Humanos Não são Diferentes de Onis

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... Kagaya não gostou das minhas ações... deixei o garoto vivo, junto de dois ferreiros. Não contestei, e nem o contradisse, sofri minha punição correta de boca fechada. Porém, isso me fez repensar algumas coisas; tudo está indo ao fim, e por que ainda estou aqui? Ainda faz sentido minha decisão? Ainda há resquícios de humanidade aqui?... não, obviamente não.

-"Kyojuro" A voz de uma mulher me chamava, o que é isso agora?

-"Pense bastante no que --- --- vai lhe dizer agora. Você sabe por que você nasceu mais forte que os outros?" ... Não é como se eu tivesse me esquecido deles... pelo contrário, em minha mente, sempre me passam memórias de ambos. Porém, a vergonha me consome.

-"Para proteger os mais fracos, as pessoas que nasceram e foram abençoadas com habilidades mais fortes que os outros, têm que usar seu poder para o mundo, para as pessoas. Machucar os outros com o seu poder presenteado dos céus, e manchar sua alma é imperdoável" Ela sempre falava de um modo tão sério, nunca a vi sorrindo sequer uma vez... mas sabia de seu amor, sabia de sua índole, a amava de volta com um sorriso e um abraço aconchegante. Lembrar desses momentos me faz esquecer de como essas palavras são cheias de esperança.

-"É obrigação dos que nasceram fortes, salvar os fracos, sua missão é cumprir o seu dever corretamente, nunca se esqueça disso..." Hoje, eu pensaria em apenas concordar, de mente vazia, para aquelas palavras.

-"Eu não estarei viva por muito tempo, foi uma benção ser --- --- de uma criança tão gentil e forte"

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-"Eu não estarei viva por muito tempo, foi uma benção ser --- --- de uma criança tão gentil e forte" ... você ainda diria isso para mim?

-"Não! Não pode ser verdade... isso... isso... é mentira!" Recém havia me tornado um caçador quando recebi a mensagem do corvo. Um forte pesar na época apertou meu coração, mas não evitei contar aquilo a ele, afinal, cedo ou tarde, meu irmão, Senjuro, iria descobrir da morte de nosso pai.

-"Um oni o pegou desprevenido, não tinha o que fazer. Sinto muito, irmão" O abracei naquele momento tão sombrio. Meu pai era o Hashira das Chamas da época, era forte e poderoso, e para sua idade parecia que ia ser um dos poucos caçadores que se aposentaria. Esse pensamento deve tê-lo feito abaixar a guarda, e aconteceu. Não tínhamos mais parentes que cuidassem de nós, então com dezoito anos fiquei encarregado de cuidar de meu irmão, agora ser caçador não se tratava somente de proteger os fracos e sim de manter minha família viva.

Mas por que? Por que simplesmente não arranjei outro trabalho?... sim, a pressão, não é como se Muzan fosse nos ajudar com alimentos, além de que aquela casa era da nossa família mas haviam taxas vindas dos caçadores, coisa que somente descobri após a morada passar para meu nome. Cheguei a pensar que aquilo seria o pior, porém não... o pior que viria, seriam as pessoas que eu protegeria.

Me tornei Hashira no mesmo ano da morte de meu pai, e daí em diante segui por dois anos atuando como caçador, arriscando minha vida pelos outros e recebendo o mínimo por parte deles, agradecimentos. Eu estava feliz, conseguia cuidar de Senjuro, e as missões não pareciam tão complexas, pude seguir esse caminho com um sorriso e uma paixão em meu coração. Ainda poderiam haver problemas, como meu irmão querer se tornar caçador, mas ele sabia dos sacrifícios que tinha que fazer para poder viver, ou seja, ele desistiu dessa ideia tola sozinho. Por que estou pensando nisso?

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