Uma jovem com uma vida normal como todas as outras, até somente uma diferença ocorrer: seu irmão, Tanjiro Kamado, ficou doente justo no dia de entrega. Então, para ajudá-lo, Nezuko se oferece para fazer o trabalho. Ela pega o carvão e desce até a vi...
Quantas vezes eu já me deparei com a morte? Quantas vezes eu destruí a vida de terceiros para evitá-la? Tudo que está acontecendo hoje, é o mais puro e simples karma, eu mereço morrer, do pior modo possível... e esse oni, foi o escolhido para me matar, provavelmente por ser um dos mais cruéis e fortes. Que ironia não? Mesmo agora, tentando me redimir... talvez... só talvez... eu ainda sacrificaria uma vida para sobreviver... eu sou um lixo mesmo...
Dez Anos Atrás...
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Eu praticamente nunca conheci meus pais, eles foram mortos bem no início da minha vida... motivo? Eles deviam dinheiro para pessoas muito importantes da nossa vila.
-"Se afaste dele, se você apenas conversar com o garoto vão começar a cobrar de você as dívidas dele." Eu escutei isso algumas vezes, enquanto passava fome, caminhando pelas ruas sem um lar. Ninguém iria me ajudar, nunca me estenderiam a mão, essa foi a minha primeira lição: Os mais fortes nunca ajudarão os mais fracos. Com isso em mente, só havia uma forma para sobreviver, comecei a roubar comida e dinheiro de diversos estabelecimentos, nunca ninguém havia conseguido me pegar nos furtos, até me deparar com uma pessoa...
É até irônico, pessoas com corpo saudável e no auge de suas vidas, nunca nem me viram quando eu as roubava. Agora, um adulto entrando na fase da velhice e cego, segurou minha mão bem quando eu iria encostar em seu dinheiro.
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-"Quem é você?... roubando um cego, não é algo muito honroso", o homem falou quando me notou pela primeira vez. Tentei me soltar, mas ele continuava me segurando muito forte... mas, mesmo com tanta força, não machucava.
-"Me solta seu velho! Você nem entende nada!" Gritei naquele instante, e minha voz fez ele notar minha idade... somente minha voz. É um pouco assustador, mas hoje penso que ele sabia minha exata idade, somente pela voz.
-"Você não parece ter uma vida fácil..." O homem havia me soltado. Já me preparava para correr, quando ele falou.
-"Eu posso te oferecer um abrigo por um tempo... lá você pode pelo menos ter um teto, mas sinto dizer que a comida não é sempre garantida. Enfim, a escolha é sua, se se interessar, basta me seguir." Ele se virou e começou a caminhar pela direção que estava antes. Naquela época... eu não entendi, por que ele me ofereceu abrigo? Cheguei a pensar que era cilada, que ele iria fazer alguma coisa comigo, mas era ou se arriscar nisso, ou voltar a roubar até alguém mais maligno me pegar.
