❣️01. VyV❣️

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Escrita com
Carolleite26 ❤️✨

Estava mais ansiosa do que nunca, esse final de semana chegaria visita na fazenda, os meus dias de tédio estavam chegando ao fim, sorri. Era um verdadeiro martírio viver nesse lugar. Não havia herdado esse lado do meu pai, gostar de mato só ele mesmo. Já a minha mãe, ela era da cidade, mas depois de tantas idas e vindas com o meu pai, decidiu se mudar para cá e eu fazia de tudo para que ela mudasse de opinião. Precisava sair desse fim de mundo em que morava.

Cristina: Mas eu não entendo mamãe... nossa vida está na cidade e não nesse fim de mundo que o meu pai decidiu viver... eu não aceito isso... minhas amigas estão lá, minha faculdade... a minha carreira... assim como a sua... eu vou ter que desistir da minha vida por causa dele? - questionei chorando - isso não é justo.

Victoria: Eu sei que não é Cris, mas o que eu posso fazer meu amor? Seu pai e eu não estávamos bem... nos separamos... voltamos... brigamos... isso não é saudável para o nosso casamento, principalmente para você minha filha - lhe abracei a consolando - tenha paciência, me deixe conversar com ele... só precisamos esperar as coisas se acalmarem, ele está nervoso com tudo isso... acabamos de chegar aqui.

Cristina: Acabamos de chegar e eu já estou enlouquecendo nesse fim de mundo - me afastei dela - eu odeio esse lugar, odeio tudo aqui... só fede a animal... esse povo matuto, sem cultura alguma... eu se quer posso ter uma amizade aqui e o meu carrasco não entende isso - gritei com raiva.

Victoriano: O seu carrasco não entende o preconceito que você tem com o lugar onde nasceu e viveu toda a sua infância... você gostava desse lugar, não queria sair daqui... agora que cresceu que ficou famosinha está se revelando minha filha - falei calmamente, porém sério - eu não consigo entender todo esse ódio Cristina... te dei a vida que tanto queria, viagens com amigas, escolas caras, faculdade... tudo que queria, da maneira que queria, agora está aí, esnobando o lugar que o seu pai viveu toda uma vida e que você também... esnobando as pessoas simples... eu sou o seu pai e não o seu carrasco... não tem acordo algum, você vai aprender a viver aqui novamente... se quiser ter a boa vida que leva, será assim... não vai mais para a cidade, está proibida de desfilar ou de fazer qualquer tipo de campanha - falei com raiva.

Cristina: Não pode fazer isso comigo, não pode - chorei ainda mais - está acabando com a minha vida Victoriano... é melhor me matar de uma vez por todas... não é justo... não é... eu estou estudando e trabalhando, não pode me manter em cárcere privado, não pode - me sentei no sofá com as mãos na cabeça.

Victoria: Victor - o olhei e fui até a minha filha, lhe abraçando - calma meu amor, calma... nós vamos conversar sobre isso... mas também precisa ouvir o seu pai Cris.

Cristina: Eu não vou ficar calma, não vou - me afastei dela e me levantei com raiva - vai abaixar a cabeça agora pra esse ditador tirano? Pois faça, mas eu não... não vou ficar nesse maldito lugar cheio de insetos e de mato a minha vida toda, eu não sou um bicho do mato como você... não sou e antes que me proíba de fazer qualquer coisa eu vou te mostrar que eu não sou seu capacho... não preciso do seu dinheiro.

Victoriano: Cala a boca Cristina, cala a boca - dei um tapa em seu rosto e me arrependi no mesmo instante.

Victoria: Victoriano - o repreendi e no mesmo instante fiquei em frente a minha filha, a protegendo dele e de sua fúria - não ouse encostar mais um dedo na minha filha ou eu não respondo por mim - lhe enfrentei.

Victoriano: Sou pai Victoria, antes de tudo eu sou pai e essa mimada tem que me respeitar - senti o meu coração acelerar, assim como a minha respiração pesar - se você é o que é e tem o que tem é tudo graças a esse fim de mundo, a esse bicho do mato que te ama e consente em tudo, mas isso acabou Cristina... a partir de hoje a sua regalia acabou... você é menos de idade e sem a minha autorização não faz nada, absolutamente nada... sua mãe não vai passar por cima da minha ordem... por enquanto está presa a esse fim do mundo, terá que se acostumar... depois eu penso como vai seguir estudando, está avisada.

Cristina: Antes de estragar a minha vida eu me mato, me ouviu? Me mato e vai carregar o peso da minha morte Sr Santos - gritei chorando vendo ele sair da sala - eu me mato...

Victoria: Filha - lhe abracei apertado tentando lhe acalmar, mas ela estava muito nervosa - não chora meu amor... precisa se acalmar e me deixar resolver tudo Cris - me sentei no sofá e a trouxe para o meu colo.

Cristina: Resolver? Não mamãe, será que a Sra não enxerga o que está diante dos seus olhos? O papai não liga pra mim, só quer cumprir os seus caprichos, até convenceu a Sra a deixar tudo lá e vim para esse fim de mundo que não tem nada - chorava - agora quer me prender aqui, mas eu não vou ficar, vocês não podem fazer isso comigo... não podem - falei com raiva.

Victoria: Ele te ama meu amor - secava suas lágrimas - ambos estão nervosos, assim não conseguimos resolver, não deixei tudo apenas me afastei temporariamente, vou voltar a trabalhar como antes, calma que vamos dar um jeito.

Cristina: Me ama? Impor a sua vontade não é amor - me levantei do seu colo com raiva - eu não tenho paciência mais para isso, a Sra me escute bem, eu vou sair desse lugar de nada, vou fazer de tudo para conseguir isso e será sem a ajuda de vocês... um dia ele vai fazer a mesma coisa com a Sra e no momento que receber um não seu, vai tirar tudo, tudo e só aí vai perceber o quanto errou com a sua única filha... nesse dia eu não estarei aqui - saí dali chorando.

Victor pressionava demais a nossa filha, não percebia que assim a afastaria, além de aumentar sua revolta, fui até o escritório entrando sem bater.

Victoria: É assim que quer criar a nossa filha? Com gritos e tapas? Se for assim nosso casamento acaba aqui porque não irei permitir que repita o que fez hoje - cruzei os braços - o que está acontecendo Victor? Onde foi parar o marido compreensivo, o pai maravilhoso, não te reconheço mais.

Minha cabeça dava voltas e mais voltas depois da discussão que tive com a Cristina. A cada dia que passava as coisas entre nós dois ficavam ainda piores. Tentava lhe mostrar um lado da vida que ela parece nunca ter vivido e realmente não viveu. Estava de costas para a porta quando ouvi ela abrir e logo a voz da Victoria. Me virei terminando de tomar de uma vez a bebida que estava no copo e fui até a mesinha onde estavam as outras bebidas.

Victoriano: É assim que estou tentando educar a nossa filha... Cristina não tem humildade, trata a todos os trabalhadores com desprezo, essa foi a educação que você deu a ela? Porque a minha não foi... sabe de onde viemos Victoria, não tínhamos nada na vida, nem uma casa para morar... construímos tudo isso com muito sacrifício... realizei o meu sonho e você o seu, te dei apoio mesmo detestando saber que a minha mulher ao invés de estar aqui, ao meu lado mantendo as coisas, estava em outro lugar, a quilômetros de distância do marido... mas eu te apoiei - tomei mais uma dose sentindo o líquido descer rasgando em minha garganta - agora vem aqui me dizer que se eu for castigar a sua filha iremos nos separar? - a olhei - o pai maravilhoso e o marido compreensivo nunca existiram... melhor dizendo, a partir do momento que eu te exijo um posicionamento ele deixa de existir... Cristina tem tudo de mão beijada, na hora que quer e da forma que quer... olha onde tudo isso a levou... se orgulha de ver a sua filha dessa forma? Porque eu não e isso vai mudar Victoria, você gostando ou não... eu também sou pai, Cristina tem que aprender a me respeitar... as coisas vão mudar, ela goste ou não... com ou sem o seu apoio irei tirar isso dela.

Victoria: Não é dessa forma que se educa, vai fazê-la nos odiar será que não vê? - fui até ele tirando o copo da sua mão - você deu um tapa nela, nunca fez isso, sempre dialogamos, tem outras formar de se educar, mesmo detestando te apoiei? Poxa, me deixa triste porque eu te apoiei por amor, sei dos nossos sacrifícios - balancei a cabeça negando - irei se voltar a bater nela, eu estou tentando, mas do seu jeito não está funcionando, não me orgulho, não quero que ela seja arrogante, egoísta, cuidado com as decisões que tomar para não perder tudo.

Continua...

O Que Sinto? É Amor? - Victoria y Victoriano (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora